Urgências
Quando falamos da reestruturação de serviços e no poder das localidades para os manter, também é disto que se trata. Sejam serviços de urgência, comarcas, escolas ou outros quaisquer. O poder reivindicativo de uma localidade, está directamente relacionado com a capacidade que tenha para fixar a população. Ora, dos três concelhos da Região de Lafões, se usarmos como referência o período compreendido entre 1996 e 2006, só Oliveira de Frades evitou a “sangria”, mantendo-se, no entanto, em números modestos. Por isso, não se estranha que o olhar dos decisores se tenha detido nos cerca de 20 mil habitantes do concelho de São Pedro do Sul (quase tantos como os de Oliveira e Vouzela juntos) e lá tenha idealizado o Serviço de Urgência Básico.
Falemos claro: do ponto de vista das necessidades da Região, a medida não faz sentido. Se tivermos em conta os acessos existentes entre as localidades dos três concelhos e entre estas e o Hospital de Viseu, é como se um habitante de Lisboa tivesse que ir a Leiria, para rumar ao Algarve- ofereça-se um mapa das estradas ao Ministério da Saúde! Agora, não se queira é fazer passar uma imagem de “santinho”, como se o poder autárquico não tivesse responsabilidades no assunto. Claro que tem. Não só porque sempre esteve à espera da “Divina Providência” para contrariar o êxodo, como nunca tomou a iniciativa de pensar Lafões como um todo coerente, racionalizando o investimento em estruturas de apoio e aumentando a capacidade reivindicativa face ao poder central. Já que é de "urgências" que se fala, urge colocar o ordenamento do território no topo das prioridades. É mesmo urgente!