sábado, julho 31, 2010

Pormenores - XII


Vouzela

Fonte da Nogueira

sexta-feira, julho 30, 2010

A propósito de fogos

"Já agora, o pessoal antiquado e medieval dessa empresa caduca chamada Google decidiu usar rebanhos para gerir os mais de cem hectares dos espaços exteriores da sua sede. Dizem eles que uma empresa que olha para o futuro como a Google tem de perceber a sua responsabilidade para com a terra e a sociedade e diminuir a sua pegada de carbono, e pela avaliaçäo que fizeram substituir outros métodos de corte da vegetaçäo por gado miúdo era a mais eficiente maneira de obter o mesmo resultado com menor impacto ambiental.
Adenda: actualizaçäo sobre o uso de cabras pela Google. Pode ser que ao associar as cabras à Google eu consiga finalmente convencer alguém de que estou a falar do futuro, e näo do passado"-
Henrique Pereira dos Santos, in Ambio (mais reflexões sobre este tema)

quarta-feira, julho 28, 2010

Festas do Castelo em 1937

Programa das festas do Castelo, publicado no "Notícias de Vouzela" de 1 de Agosto de 1937 (clique na imagem para ampliar)

"Mais uma vez as festas do Castelo se vão efectuar, dando animação à terra, vibração aos espíritos e alegria a todos.
Apesar das inúmeras dificuldades de tôda a espécie, nosso bairrismo não as deixa morrer, e de ano para ano vão melhorando.
E no dia da festa, a vila enche-se de galas; há mastros com bandeiras, festões de verdura, balõesinhos, fôgo de vistas, música e muita gente que gosa o arraial alegremente.
Todos estreiam os seus fatos, os seus vestidos, e as raparigas dão a nota de côr.
A maioria daquêles que estão fora de Vouzela, escolhem êste dia para cá estarem, e os que estão longe, no ultramar, recordam com saudade estas festas, as de domingo cá em baixo na vila, e as de segunda feira lé em cima, no monte do Castelo, onde são imolados à festa pagã, dezenas de leitões assados e dezenas de pipos de belo vinho vêrde da Lafões.
Mas aquêles que estão no Brazil ou na África, nunca perdem a esperança de voltar a gozar êste dia, e êsse dia chegará sempre" -
Luiz (1)

Os documentos que publicamos, são testemunhos de outras formas de viver as "festas" que se aproximam. Em tempos de menor oferta, o acontecimento justificava fato novo e "comboios especiais, a preços reduzidos, organizados pela Companhia do Vale do Vouga". Vouzela acordava às seis da manhã com "salva de 21 tiros" e marcava encontro com os seus ainda poucos emigrantes ao longo de três dias animados por bandas e ranchos folclóricos. Havia chá e caldo verde servidos pelas "gentis meninas" da vila e tudo terminava numa monumental merenda, espécie de romaria à razão de ser tudo isso: o monte da Senhora do Castelo.

Estava-se em 1937. Há um ano que a vizinha Espanha se encontrava a ferro e fogo e já poucas esperanças havia de evitar idêntico destino ao resto da Europa. Nos exames finais da "escola primária" participaram, então, 84 alunos do concelho (56 rapazes e 28 raparigas), sendo a maioria (22) da freguesia de Vouzela. Não houve reprovações. Mais adiantados, uma dúzia de jovens tinha direito a nome publicado nas páginas do jornal, devido aos bons resultados conseguidos em diversos níveis de ensino. O presidente da Câmara, Dr. Pinto Basto, anunciava a próxima construção de "passeios em cimento", nas ruas Mousinho de Albuquerque, Conselheiro Morais Carvalho e Avenida João de Melo e, devido às obras, o chafariz da Praça da República teve que ser transferido "para o Figueiredo- Largo do Convento". Foi há 73 anos.
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(1)- Todas as informações foram retiradas da edição de 1 de Agosto de 1937 do "Notícias de Vouzela".


terça-feira, julho 27, 2010

Hora Nostálgica #1


A beleza da nossa vila retratada através de um pequeno olhar.

segunda-feira, julho 26, 2010

Fábrica de Serração - 1912



Este postal é uma das raridades da minha colecção... Espero que gostem!
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sábado, julho 24, 2010

Pormenores - XI


Vouzela

Igreja Matriz (séc XII)

Rosáceas e "gárgulas"

sexta-feira, julho 23, 2010

Metam as barbas de molho!

"Nas contas da SEMA – Associação Empresarial de Estarreja, Murtosa, Sever do Vouga e Albergaria-A-Velha, o tarifário aplicado ao comércio, serviços e indústria representa aumento de custos na ordem dos 100 por cento para água e de 300 por cento no saneamento"- Notícias de Aveiro

quarta-feira, julho 21, 2010

Números que interessa conhecer quando se fala de... "números"

Em 1957 existiam, no concelho de Vouzela, 32 escolas (7 femininas, 7 masculinas e 18 mistas) e 17 "postos escolares". Todos esses equipamentos eram frequentados por 1668 crianças (890 rapazes e 778 raparigas), o que dava uma média (arredondada) de 34 petizes por estabelecimento. Por essa altura, Vouzela tinha um saldo fisiológico positivo (números de 1954 referem 336 nascimentos e 198 óbitos) e orgulhava-se de ser o concelho com menor taxa de analfabetismo do distrito.

No entanto, a década de 50 marcou o início de um movimento migratório que, a pouco e pouco, inverteu o optimismo dos números. Por essa altura, muitos vouzelenses tentaram melhor sorte em centros nacionais de maior dimensão, ou optaram mesmo pela saída do País, tendo Brasil e África como principais destinos. Reflectindo isso, o "Notícias de Vouzela" começou a publicar colunas de correspondentes noutras paragens, como a famosa "Daqui, Rio de Janeiro" de Afonso Campos, bem como anúncios publicitando actividades nos mais diversos cantos do mundo. A situação chegou a tal ponto, que vezes houve em que "Os Vouzelenses" tiveram dificuldade em formar equipa. Até ao final da década calcula-se ter havido uma quebra de 5 por cento na população residente.

Tal como sucedeu na maior parte do país, foi nos anos 60 que se sentiram as principais consequências da emigração. De acordo com o "XI Recenseamento Geral da População Portuguesa" (Instituto Nacional de Estatística), entre 1961 e 1971 a totalidade da população do concelho desceu para 13128 habitantes, menos 2168 do que na década anterior. Contudo, freguesias houve que viram o número de residentes aumentar: P. Vilharigues (mais 31 pessoas), Fornelo do Monte (mais 8 pessoas) e Vouzela (mais 4 pessoas). Esta última tinha, na altura, 1231 habitantes.

A partir de então a quebra demográfica foi constante. Com todas as reservas que a Wikipédia nos deve merecer, os números apresentados estão de acordo com a actualização feita pelo INE em 2006 (na página apresenta-se ligação para o documento original). Neste último estudo, o concelho de Vouzela tinha 11755 habitantes e o maior índice de envelhecimento de toda a região. A população até aos 24 anos, pouco ultrapassava os 25 por cento.

No próximo ano vai ser divulgado novo estudo que, ou muito nos enganamos (quem dera!), ou vai confirmar esta tendência. Mas, gostemos ou não, são estes números que interessa conhecer, quando se discute o encerramento de escolas, de serviços de saúde e, sobretudo, a indiferença que sentimos pelos problemas do Interior. Também são estes números que explicam certas prioridades definidas pelos responsáveis locais. Ao fim e ao cabo, o que está em causa... são "números".
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Nota: Para além das publicações do INE que foram citadas, usamos números publicados pelo "Notícias de Vouzela" de 01/02/1955, 16/03/1955 e 01/03/1957.

segunda-feira, julho 19, 2010

Etiquetas de Bagagem: Termas de S. Pedro do Sul


Além destas, alguém conhece mais alguma destas etiquetas das Termas?

sábado, julho 17, 2010

Pormenores - X

Vouzela

Rua Conselheiro Morais de Carvalho

Casa com detalhes "Art Noveau".

Mais mais uma vez, os fios eléctricos "desfeiam" a beleza... anterior a eles.

De que ano será esta casa? E pela mão de quem terão chegado estas nuances de Arte Nova?

sexta-feira, julho 16, 2010

De olho na biodiversidade

Foto de Abel Carvalho na BioDiversity4All

Há tempos, chamamos a atenção para uma base de dados interactiva, que procurava registos sobre biodiversidade. Pois aí estão contributos de Vouzela, feitos por Abel Carvalho, professor de Matemática na Escola Secundária e observador- pelo que nos dizem, "fanático"- de aves e vida selvagem. Ver aqui.

quarta-feira, julho 14, 2010

A Locomotiva E211

Depois da foto de 1968 tira da na Estação de Vouzela, procurámos o rasto da Locomotiva E211 e daqui e dali fomos tentando reconstruir a sua história. Muitos pedaços de tempo aqui faltam, mas fica um pequeno resumo.

A locomotiva E 211, construída em 1923 por Henschel & Sohn para os Caminhos de Ferro Portugueses, pertence a uma série de dezasseis unidades.
Depois de tantas viagens efectuadas na Linha do Vale do Vouga esta locomotiva é transferida em 1975 para a linha de Famalicão - Póvoa de Varzim. É transferida para os depósitos centrais no Porto (Campanhã) e a última revisão foi terminada a 5 de Julho de 1976. Depois disso é transferida para a Régua e é usada na Linha do Corgo essencialmente no transporte de mercadorias e de carruagens de trabalho.
Circula pela última vez em 1981.

Três anos mais tarde a CP põe à venda 12 locomotivas a vapor não utilizadas, entre as quais a E 211. É comprada pelo GECP. No dia 10 de Julho de 1986 é transferida para Vila Real de onde foi transportada por camião para Mézel-Châteauredon onde chega no dia 18. Daí é transferida para Puget-Théniers, onde, após revisão é posta em circulação e fez parte do "Train des Pignes" durante 5 anos, de 1988 a 1992.

Eis imagens de postais dessa época (emitidos pelo GECP) com a "nossa" locomotiva em plena circulação.

La Locomotive Mallet (Portugaise)
au pied du hameau de Gévaudan
Alpes de Haute-Provence

La Locomotive Mallet (Portugaise)
près de la halte de la Thuilière, aux environs de Barrême.
Alpes de Haute-Provence

Les deux Locomotives "Bretonne" E 327 et Portugaise E 211
Gare de Puget-Théniers
Alpes Maritimes


Entretanto a locomotiva é enviada para Itália para um restauro total, nos estaleiros de Lucato Térmica em Castelletto-Monferrato. A locomotiva volta a Puget-Théniers no dia 3 de Dezembro de 2009, e é reposta ao serviço para a época de 2010 rebocando o "Train des Pignes" a vapor. Podemos ver imensos vídeos no YouTube sobre o descarregamento da locomotiva na estação de Puget-Théniers.
O mais interessante é ver os diversos vídeos de 19 de Maio deste ano onde podemos ver a nossa locomotiva em funcionamento, como por exemplo este.

Para quem tiver disponibilidade para dar um saltinho a França e recordar uma viagem a vapor, numa locomotiva que tantas vezes passou em Vouzela, aqui fica o endereço, com horários e contactos.


Como grande entusiasta que sou dos comboios a vapor e especialmente da Linha do Vale do Vouga, a história desta locomotiva faz-me recordar uma frase da minha avó: "O lixo de uns é o tesouro de outros".

segunda-feira, julho 12, 2010

Etiquetas de Bagagem: Vouzela

As etiquetas de bagagem são um dos grandes temas de coleccionismo actual. Desde o século XIX que em todo o mundo se emitiram este tipo de etiquetas que eram usadas para identificar bagagens fazendo publicidade ao hotel, pensão, albergaria, ...

Em Vouzela o (já) Hotel Mira-Vouga emitiu duas etiquetas que foram usadas nos anos 50 e 60 (não sei exactamente as datas nem quando deixou de se usar uma e se passou a usar a outra).




- Alguém conhece alguma outra etiqueta emitida pelo Hotel (ou pela ainda Pensão Mira-Vouga)?
- Alguém sabe se foram emitidas outras etiquetas em Vouzela, nomeadamente pela Pensão Marques?

sábado, julho 10, 2010

Pormenores - IX




Vouzela

Mais um pormenor da "Rua da Ponte".

sexta-feira, julho 09, 2010

Em que ficamos?

"(...)
4 — No prazo máximo de dois anos a contar da publicação
do presente decreto -lei e sob a cominação de perda
dos actuais estatutos de protecção, deve ser objecto de
ponderação:
a) A reclassificação numa das tipologias de áreas protegidas
previstas no presente decreto -lei:
i) Da paisagem protegida da Reserva Ornitológica de
Mindelo, criada por decreto publicado no Diário do Governo,
2.ª série, n.º 204, de 2 de Setembro de 1957, com
rectificação de área efectuada por decreto publicado no
Diário do Governo, 2.ª série, n.º 115, de 15 de Maio de
1959;
ii) Da Reserva Botânica do Cambarinho, criada pelo Decreto
n.º 364/71, de 25 de Agosto, ao abrigo do estabelecido
no n.º 4 da base IV da Lei n.º 9/70, de 19 de Junho;
iii) Do Refúgio Ornitológico Monte Novo do Roncão,
criado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 7/91,
de 12 de Março, ao abrigo do estabelecido no Decreto -Lei
n.º 264/79, de 1 de Agosto;
(...)"

quarta-feira, julho 07, 2010

Em busca de um caminho


A Assembleia Municipal de Vouzela aprovou, por maioria, uma moção de protesto contra a redução da transferência de verbas para as autarquias locais. O deputado municipal Adélio Fonseca (Partido Socialista), chamou a atenção para o facto do poder local ser responsável por uma grossa parcela do descontrolo das contas públicas. Entre a refilice impotente e o conformismo, é preciso encontrar alternativas que mostrem aos cidadãos ainda haver uma réstia de esperança.

Os que nos têm acompanhado, sabem que não morremos de amores pela "obra" que o poder local tem deixado por esse país fora. Sabem que, a respeito de gastos, temos uma opinião muito semelhante à de Adélio Fonseca. Mas, no contexto actual, parece-nos importante dizer que isso é apenas uma parte da verdade.

O mesmo partido que agora "descobriu" que o poder local é esbanjador, deu-lhe poderes imensos na definição dos planos directores municipais, na gestão da Reserva Ecológica Nacional e só não agravou as perversões anti-democráticas do seu funcionamento (ver também aqui), porque o compagnon de route da "tramóia" (o PSD) recuou à última hora. Também convém não esquecer, que uma grossa parcela do "despesismo" de que se acusam os responsáveis locais, se deve ao facto dos aparelhos camarários estarem a funcionar como "almofada" para a queda da oferta de emprego que a iniciativa privada (ou a falta dela...) não consegue inverter. Por isso, deixemo-nos de demagogia: na medida agora tomada pelo governo (a que devemos acrescentar o encerramento de escolas, as alterações nos serviços de Saúde e as portagens na A25), vê-se bem o rabinho do gato escondido.

No momento actual, o que interessa é ouvir opiniões sobre a estratégia para enfrentar o inevitável: vamos ter (ainda) menos dinheiro. Como é que as empresas, as associações, os cidadãos em geral, podem ter esperança de conseguirem algo mais do que fazer as malas e partir? Que ideias tem a Câmara para reformular (e não acabar com) os apoios às colectividades, para dar alento às actividades económicos, para evitar a degradação constante da qualidade de vida dos cidadãos? É sobre isto que queremos muitas intervenções de todos os quadrantes.

Sempre defendemos que se deve entender a região como um produto, para que contribuam todas as actividades e instituições. Os seus pontos fortes estão identificados, já que estudos não faltam e têm sempre as mesmas conclusões: o nosso principal recurso é o património natural e edificado. A isto acrescentamos- da nossa lavra, mas sem o mais pequeno receio de errar- uma gente fantástica que não vira a cara a dificuldades e que nunca recusou colaboração sempre que entendeu o interesse das causas (veja-se o número de vouzelenses envolvidos na vida associativa local). Só não há dinheiro. Por isso é aconselhável que se organizem projectos mobilizadores que dependam mais da vontade do que da conta bancária.

É de acordo com este princípio que defendemos que a Câmara deve organizar e divulgar um conjunto de facilidades à reabilitação urbana (também aqui). Não se trata de gastar dinheiro, mas apenas de facilitar a vida a todos os que se disponham a melhorar o estado de conservação do seu património. Repare-se no estado actual da Rua da Ponte. É uma das principais atracções da vila e, neste momento, apenas transmite um lamentável estado de abandono. Alguém consegue calcular o prejuízo que isso provoca?

Uma medida como esta, pode ser conseguida através de uma redução de taxas, ou numa eventual facilidade na obtenção de licenças. Talvez provoque uma menor colecta temporária de alguns impostos, mas tem evidentes vantagens que, a prazo, rapidamente recuperam o dinheiro "perdido", para além de contribuir para animar a construção civil, na área do restauro.

Quando se fala no apoio das autarquias locais a esta ou aquela actividade, pensa-se, normalmente, em dinheiro. Mesmo a avaliação que as estruturas partidárias locais fazem da gestão camarária, limita-se à "obra visível", obra de "encher o olho". Ora, salvo melhor opinião, tudo isso é errado. Tudo isso esteve na base da espiral despesista que nos empurrou para a situação que hoje vivemos. Do que precisamos é de ideias para potenciar e organizar os recursos que temos; para promover o diálogo entre todos os sectores, de modo a criar uma estratégia de cooperação. Mais do que cópias do vazio discurso político nacional, precisamos de quem, bem ao nosso jeito, agarre na gadanha e ajude a abrir caminho.

segunda-feira, julho 05, 2010

Casal do Cruzeiro

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sábado, julho 03, 2010

Pormenores - VIII



Vouzela

Janela da "Casa dos Coutinhos".

Final da "Rua da Ponte".

quinta-feira, julho 01, 2010

Ser contra as portagens na A-25... à nossa maneira


"Resumindo: a promoção do transporte individual e a destruição do transporte colectivo foi errada, irracional e prova-se agora que era economicamente insustentável. Mas não seria justo dizer que não foi uma opção com um largo apoio popular. Tudo o que se faça agora serve para remediar. Os que lutam contra as portagens nas SCUT terão a minha solidariedade. Mas, para serem coerentes, têm de exigir uma linha de comboio, um paragem de autocarro, uma carreira de um transporte rodoviário como alternativa. Até lá, o que pedem é a continuação de um erro"- Daniel Oliveira, Expresso.

É uma verdade incómoda, mas é a verdade. A ameaça de portagens nas SCUT é mais uma consequência do total desprezo pelos mais elementares princípios de ordenamento do território; é a parte final de um enorme embuste feito pela maioria do costume. Mas a sua contestação obriga-nos a ir mais longe do que a simples reivindicação de poder passear o carrinho sem ter de pagar.

Não é por sermos uma região deprimida que a A-25 não deve ter portagens (também é). É por nos terem negado alternativas. Já tivemos um comboio que nos foi tirado. Já tivemos uma estrada- o IP-5- projectada para substituir os mais do que limitados percursos tradicionais, mas que se limitou a ser uma máquina de ceifar vidas. Agora, apenas temos... a A-25.

É por isto que somos contra as portagens em todas as estradas para que não haja alternativa. Mas também é por isso que sempre fomos e continuamos a ser adeptos do regresso do comboio e contra o encerramento de linhas. É também por isso, que somos a favor de um investimento, a sério, em redes públicas de transportes que quase não temos.

Já agora: também é por tudo isso que nos parecem hipócritas os lamentos de alguns, lestos a vir carpir mágoas sobre os malefícios das portagens, mas exasperantemente lentos sempre que se tratou de reflectir e projectar alternativas.