sexta-feira, janeiro 30, 2009

"Forças ocultas"

(...) Pedro Serra, na já longínqua campanha interna para eleição do Secretário Geral do PS em 2004, podia escrever um artigo de opinião no diário económico que era um panegírico de apoio a um dos candidatos, onde constava este parágrafo que no contexto do artigo não era uma crítica mas um fortíssimo elogio, sem que aparentemente alguém ficasse sobressaltado com o seu conteúdo:
"Os dois anos em que foi Ministro do Ambiente e em que teve na sua mão a distribuição dos fundos comunitários utilizou-os ele a tecer a trama de influências regionais e nacionais,partidárias e não só, que o fazem imbatível em qualquer contenda no seio do PS (...)"- Henrique Pereira dos Santos, a propósito do caso Freeport. Do mesmo autor e sobre o mesmo tema, ler também aqui, aqui e aqui.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

A maior trapalhada da Europa

Trompe l'oeil

Sobre esta trapalhada do Freeport de Alcochete, há algumas conclusões que já podem ser tiradas:

1º) Em todas as situações suspeitas que por cá temos vivido, há sempre um ataque ambiental. De facto, o território é a nossa grande riqueza, e a especulação imobiliária a coisa mais parecida com "crescimento económico" que os nossos dirigentes conseguem desencantar- por detrás de uma grande trapalhada, está sempre um grande terreno. Ou uma área protegida.

2º) Quando se fala de uma suspeita de irregularidade ambiental, começamos logo à procura do autarca envolvido. Até pode ser aquela história do ser e do parecer, mas o seu estatuto de guardião do tesouro (território) coloca sempre o autarca no papel de parecer, independentemente de ser. Muitas vezes, é. E queriam dar-lhe mais poder...

3º) As voltas e reviravoltas dadas pela legislação que regulamentou e regulamenta a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ver aqui, tendo em atenção que o texto é de 2005), mostram como é possível usar a lei para defender uma coisa e o seu contrário. O que está em causa, não é tanto a história da lei dever ser igual para todos ou de não haver dois pesos e duas medidas. É antes o da lei ir mudando, de acordo com o "peso" de cada um.

4º) Se admitirmos, como princípio, que não basta alterar um regulamento para que uma irregularidade deixe de o ser, os famigerados "PINs" (Projectos de Interesse Nacional) devem merecer a mesma reprovação das trapalhadas que envolveram o Freeport de Alcochete. Em ambos os casos estamos perante situações de excepção que delapidam o património público.

"Freeport de Alcochete, o maior outlet da Europa"- dizia a publicidade. E uma trapalhada a condizer, acrescentamos nós.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Tribunal Judicial

Posted by Picasa


Este postal é o número 1 de uma colecção numerada com origem em fotografias de António Passaporte...
Este fotógrafo abrangeu praticamente todo o país...há um livro de Lisboa com postais dele.
Esta fotografia é muito interessante, apesar desta colecção não ser muito antiga.

sábado, janeiro 24, 2009

Dois novos destaques


Aí em baixo, na coluna da direita, dois novos destaques nas "Caixas de dúzia". Um, sobre a polémica em torno do projecto de ampliação da Avenida João de Melo, registando o que de mais significativo vamos publicando a esse respeito. Outro, com imagens da neve que por aqui andou no início deste inverno e que foram captadas pelas câmaras do Álvaro Tavares, do António Figueiredo, da Elsa e do BE-Vouzela. Em ambos os casos, são espaços abertos a quem neles quiser participar. Como é costume da casa.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Sobre o projecto de ampliação da Avenida João de Melo

O património paisagístico que herdámos, o equilíbrio entre o natural e o edificado, é demasiadamente precioso para que nele se intervenha sem ampla reflexão. É para isso que procuramos contribuir, a propósito do projecto de ampliação da Avenida João de Melo, em nossa opinião desnecessário e perigoso. Temos argumentos que divulgamos. Estamos abertos ao debate e à colaboração de outros. Como sempre.

4- A obra da Câmara vai criar mais problemas do que resolvê-los- 28 de Novembro de 2008

3- Sobre o prolongamento da Avenida João de Melo: Vamos lá fazer uns bonecos- 26 de Novembro de 2008

2- Lá voltamos nós ao mesmo- a propósito do prolongamento da Avenida João de Melo- 14 de Novembro de 2008

1- Ampliação da Avenida João de Melo? Por favor, estejam quietos- 13 de Março de 2007

quinta-feira, janeiro 22, 2009

A deseducação pelo território

Na sequência da última greve dos professores, um tal Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), deu voz ao seu desagrado, não pelo estado actual da educação, mas pelo facto... das cantinas não terem funcionado nas escolas que fecharam. Sem querer, o senhor Albino disse mais sobre o papel actual das escolas e sobre o desordenamento do nosso território, do que mil discursos de ministros e sindicatos.

Com uma população maioritariamente concentrada nos grandes centros do litoral, por vezes obrigada a grandes deslocações casa-trabalho e afastada dos restantes familiares, o enquadramento das crianças só é possível através de instituições, nomeadamente da Escola. Por isso, numa sociedade desorganizada como a nossa, a principal função social dessas instituições é manterem a miudagem lá dentro, transformando-se numa espécie de centros de acolhimento temporário- quanto ao resto, logo se vê.

No mesmo dia em que foram proferidas as declarações do dirigente da Confap, o ministro Augusto Santos Silva, que até já dirigiu (vá-se lá saber porquê) a pasta da Educação, garantiu (Público de 20 de Janeiro) que toda a “agenda reformista” do Governo está dependente... da aplicação do modelo de avaliação dos professores (pelos vistos, era agora que iam começar as prometidas reformas). Será que isto quer mesmo dizer o que parece, ou é a já famosa dificuldade de comunicação dos nossos governantes que nos leva a concluir que eles querem institucionalizar-nos? Com a cantina a funcionar, entenda-se.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Os leitores lançam as mãos à massa-V

Nos tempos que correm, encontrar alguém que possui uma relíquia e se dispõe a partilhá-la, não só é raro, como é motivo de orgulho para todos os que com ele privam. É isso mesmo que sentimos por termos leitores como o Augusto Rodrigues que, de Ovar, nos mandou a imagem que se segue. Para partilhar.

Inauguração da Estação de Vouzela


Amigos:
Junto foto da inauguração da estação de caminho de ferro em Vouzela, presumo ter sido em 17 de Março de 1914.
(...)
Grande abraço,
Augusto Rodrigues - Ovar

sábado, janeiro 17, 2009

Quando a neve caiu

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Por aqui, a crise tem melhores vistas

Foto: António Figueiredo

Mal se abre a porta é como se uma lâmina de aço nos cortasse a cara, enquanto pequenas nuvens se vão formando ao ritmo da respiração. São lindos estes dias frios, sobretudo com céu azul e horizontes límpidos. Do alto do Monte Castelo vê-se o mundo.

Para os que ainda têm a memória da terra, o Inverno é um tempo de expectativa, de preparação- "lavoura das terras e preparação das culturas de Inverno", manda o Borda d'Água. Não tarda, há que podar as videiras. Idealizar o seu crescimento, orientá-lo e ajudar a planta a consegui-lo. Exige-se uma perfeita noção de medida no corte- nem a mais, nem a menos.

"Em Janeiro sobe ao outeiro"- manda o ditado. "Se vires verdejar, põe-te a chorar. Se vires terrear, põe-te a cantar". Bem cantávamos este ano, valesse de alguma coisa vermos terrear. A terra aí está, ao abandono, respondendo com indiferença à indiferença de quem manda. O défice externo deve-se, muito, à importação de energia-diz o nosso primeiro-ministro. Pois deve. Mas também se deve à importação de tudo o resto que não produzimos e devíamos, como… produtos agrícolas.

"Para quê salvar uma actividade que fica mais cara do que comprar ao estrangeiro?"- perguntam por uns teóricos de contas curtas (também aqui). É pena não dizerem se preferem gastar em apoios sociais e em medidas de compensação do desordenamento do território. É a tal história da noção de medida. Deviam aprender a podar videiras.

A agricultura tem uma importância social e ambiental que está muito para além do preço do molho de grelos- já nem vale a pena falar da qualidade do que se come. Viabilizá-la, depende, sobretudo, de incluir essa parcela nas contas, de a entendermos como uma peça fundamental de qualquer projecto de economia sustentada para o Interior e de furar o monopólio da distribuição. Não desperdiçar apoios europeus também ajuda.

Sopra uma brisa gelada de Norte. À nossa frente impõem-se amplos horizontes só limitados pela Gralheira. Lá em baixo o Vouga. E terra que já foi de cultivo e hoje não é. Resta a compensação de ainda o ser- só terra. É como se uma lâmina de aço nos cortasse a cara e a alma. Por aqui, doi muito a crise. Mas tem melhores vistas.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Gosto muito deste postal...




Para quem não colecciona postais talvez este postal seja igual a tantos outros...
O toque "animal" dado à paisagem pelos transeuntes da época faz TODA a diferença!

domingo, janeiro 11, 2009

A neve pôs uma toalha calada sobre tudo


Fotos: Elsa

A neve pôs uma toalha calada sobre tudo.
Não se sente senão o que se passa dentro de casa.
Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.
Sinto um gozo de animal e vagamente penso,
E adormeço sem menos utilidade que todas as acções do mundo.

-Alberto Caeiro, in Poemas Inconjuntos

sábado, janeiro 10, 2009

Cesse tudo o que a Musa antiga canta

Que outro valor mais alto se alevanta.



Informações complementares : estavam -2 quando das primeiras fotos, nas últimas já havia um solzinho a aparecer. Nas ruas da terra não havia neve, só nos telhados.Quem viu, viu. Quem não viu, paciência. São estas coisas dos efémeros ...

Fotos e texto: Álvaro Tavares
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Na próxima semana, contamos publicar mais imagens da neve.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Para guardar em local seco-VII

Encontrado no Aldeia de Beirós

Ideias de outros que interessa guardar. Para consumir mais tarde ou para reproduzir em futuras sementeiras.

Para o debate de ideias

O grande problema do município é que a estrutura de receitas e despesas que deu origem ao grande buraco continua a existir e portanto é provável que no final do próximo ano já exista um novo buraco e que cada ano continue a crescer- Clicar na imagem para continuar a ler.



A isto respondeu o Presidente da Câmara que “os encargos da Câmara com a dívida são de 6,99% da despesa global” e que por isso entende “que a edilidade não tem uma situação tão difícil”.- citações retiradas do Notícias de Vouzela de 8 de Janeiro de 2009.

Comboio: a memória

Alguns túneis, algumas trincheiras, e finalmente chegava a Vouzela. Quase a entrar na estação, o comboio atravessava uma bonita ponte de alvenaria, com 15 arcos, sobre a ribeira do Zela.- Mundos incompreendidos

Comboio: os que não desistem

Outros teriam feito talvez o aproveitamento turístico (da linha do Vale do Vouga) se as estratégias não andassem sempre desfasadas do tempo e se não fossem marcadas pela visão egoísta dos grandes centros. Visão essa limitadora se se atender à virtualidade verdadeiramente distintiva que Portugal tem para oferecer face à concorrência de outros países com maior peso turístico: a diversidade em tão curto espaço geográfico- d’aquém e d’além.

Eleições à porta...

Autarquias vão poder adjudicar obras até cinco milhões de euros sem abrir concurso- RTP
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Os dois textos sobre o comboio foram encontrados a partir do Viseu,Senhora da Beira

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Em defesa do direito à água

A partir do ruitavares.net/blog

"É portanto indispensável a definição de uma nova estratégia de longo prazo para a gestão dos recursos hídricos (à escala mundial, à escala nacional e à escala regional e local), que respeite os direitos dos cidadãos e que promova a sustentabilidade dos ecossistemas, a conservação da água, a gestão da procura. Mas o que se constata é que existe actualmente uma falta de consenso em relação aos princípios e aos valores éticos que devem presidir à concepção e implementação das políticas da água".- Manifesto

Não, não é assunto lá para as "áfricas". É mesmo a nós que diz respeito. A nós que, aqui pelas encostas do Caramulo, vemos desperdiçar importantes recursos hídricos, totalmente ignorados por autoridades locais e nacionais.

Calcula-se que seja o "petróleo" do futuro, o "ouro branco". Há quem afirme que pode ser causa de guerras. E há quem esfregue as mãos de contente, antevendo a negociata permitida pela escassez e pressionando a sua privatização. É a água e sobre ela quem se proponha reflectir, entendendo-a como um bem comum, um direito, um património da humanidade. Inalienável. Vale a pena conhecer (ver o Manifesto, aqui) e estar atento.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Vouzela de branco

"Boa amiguinha: Para fazeres uma pequena ideia do que tem sido o frio em Vouzela, envio-te êsse postal tirado no passado dia 12, em que houve aqui um grande nevão." ...

1941

(sem referência ao editor)

Acreditando no que dizia a Celeste Mª, terá caído um nevão no dia 12-01-1941. Se assim foi, despacharam-se a fazer os postais já que este está datado de 25-01-1941.
Quando se falava em neve, sempre me lembro da minha avó dizer: "no ano em que o teu pai nasceu é que foi..."
Como o meu pai nasceu em 1941, até pode ser que estas datas coincidam.

Por outro lado, esta imagem mostra que nesta data a Igreja Matriz já tinha sido restaurada.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

O "fado" de Vouzela

Edição de 1925. Colecção particular- CM

Talvez seja a história do "escrever direito por linhas tortas", mas a verdade é que o ano em que vamos levar forte e feio com as consequências da crise, também é de ajuste de contas. Nas próximas eleições contamos acertá-las, quer a nível nacional, quer local, e não vale a pena vir com a conversa de que não interessa apontar culpados. Claro que interessa. Eles existem, independentemente do que se passou nos Estados Unidos. Muito antes dos bancos americanos começarem com o "ai, Jesus", já nós sentíamos que nos remetiam ao papel de pagadores de impostos e de mão-de-obra barata. E precária. Sem direito a apoios do Estado.

Aliás, esta parece ser a única vantagem dos momentos de crise: serem postas em causa todas as verdades absolutas que a precederam. A infalibilidade da livre concorrência, a dispensa da actividade reguladora do Estado, o dogma da globalização sem limites, tudo está a ser posto em causa, com o prémio Nobel da Economia, Paul Krugman (a partir daqui), a defender um maior protagonismo dos governos, "algo mais parecido com uma nacionalização temporária de uma parte significativa do sistema financeiro". Ao fim e ao cabo, bastava ter recuado 70 anos e aprender com a experiência então vivida. Mas há quem nunca aprenda. E quem esqueça depressa…

O papel da Autarquia

A nível local, sempre defendemos uma maior intervenção da Autarquia na área económica. Os recursos de que dispõe, permitem-lhe desempenhar um importante papel enquanto elemento dinamizador do diálogo, mobilizando vontades, desbravando caminhos. Num meio com as limitações do nosso e em tempo de "vacas magras", é isso que esperamos dela. Obras, só nos interessam as "pequenas".

Como todos os estudos mostram, qualquer estratégia local tem que privilegiar os recursos endógenos. Património natural e edificado, floresta, agricultura, criação de gado, gastronomia, artesanato e até a construção civil, têm que saber trabalhar em equipa, unindo esforços, integrando as diversas ofertas num único produto final: Vouzela/ Lafões. É o único suficientemente resguardado da concorrência para conseguir sobreviver. É o único que tem procura suficiente para ultrapassar os limites do acanhado mercado regional. Mais do que competição, precisamos de cooperação.

O sucesso dos percursos pedestres, hoje organizados por todas as autarquias, parece-nos ser um bom exemplo para se reflectir sobre este assunto. O seu ponto forte tem estado associado à paisagem, ao património edificado e à competência dos guias, áreas que interessa acarinhar. No entanto, o conceito pode ser alargado, quer no que diz respeito aos temas, quer no que diz respeito à oferta de serviços, quer, ainda, no que diz respeito ao público destinatário. É possível divulgar Lafões a partir de pólos de atracção variados e integrados, espalhados ao longo de todo o ano. Temas históricos, festividades religiosas, actividades sazonais (vindimas, por exemplo), feiras, produtos regionais (como o cabrito, a vitela, a doçaria, a tecelagem) são áreas que podem ser exploradas, juntando múltiplas ofertas, orientadas para diversos públicos. Salvaguardadas as devidas proporções, é isso que se tem feito (e bem) nas jornadas micológicas. São iniciativas que, depois de lançadas e convenientemente divulgadas, só precisam de calendário.

No entanto, há dificuldades burocráticas e exigências organizativas que dificilmente estão ao alcance da iniciativa privada que temos. Há uma "matéria-prima" (o território) que necessita ser protegida. É aí que, em nossa opinião, a Autarquia pode e deve intervir. Regulamentação, certificação de produtos e serviços, formação, organização de redes distribuidoras, parcerias, divulgação, discriminação positiva- tudo isso exige um diálogo entre sectores (uns mais organizados do que outros), um planeamento e um nível de conhecimento e de risco que ela tem condições únicas para conseguir.

Silêncio, vai-se cantar... o fado

Basta passar os olhos pela nossa História, para percebermos que a queixa contra a inoperância da iniciativa privada local, sempre foi uma espécie de "fado de Vouzela", usado para explicar todos os fracassos. Insistir na receita, é aceitar a condenação a nada fazer ou a respostas avulsas, desordenadas, que podem ser as delícias de meia-dúzia de poderosos, mas que não têm capacidade para construírem alternativas consistentes, com futuro. Optar por esse caminho, é deitar dinheiro fora. É gastar em "apoios sociais" de reduzida eficácia e nenhuma capacidade de transformação. É arriscarmos a destruição do que resta.

O perigo existe. Aí está o "plano anti-crise" apresentado pelo governo para o provar: uma economia frágil e dependente como a portuguesa, dificilmente resistiria ao canto de sereia da "política do betão"- a história pode repetir-se como farsa. Se, a nível local, voltarmos a cair nessa armadilha, por muito tentadora que seja a curto prazo, as consequências podem ser desastrosas e irreversíveis. Têm a palavra as forças concorrentes à Câmara. Veremos como cantam… o fado.