sexta-feira, outubro 30, 2009

Mais um beirão de rija cepa!

O micróbio, descoberto por cientistas de Coimbra, na zona termal de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, é capaz de resistir aos mais elevados níveis de radiação e desidratação prolongada.

(...)

O micróbio Rubrobacter radiotolerans (RSPS4), declarado já pela comunidade científica como o micróbio mais resistente do mundo a radiações, está a ser estudado por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto Pasteur (Miroslav Radman)- do Portal Cidade de Viseu (ler também através do "Caricas")

quarta-feira, outubro 28, 2009

Pérolas do planeamento urbano-II


Ok. Reconhecemos não ter uma opinião muito favorável sobre o trabalho das autarquias locais. Enaltecemos os casos positivos, mas o saldo, sobretudo desde que essa coisa dos "fundos europeus" começou a embaciar os espíritos, tendeu para valores negativos com uma velocidade assustadora. Os exemplos são tantos que já cansa comentá-los em pormenor. Reparem nesta "pérola".

Algumas forças políticas de Aveiro, "descobriram" que o campo de futebol, construído com pompa e circunstância para o "Euro 2004", não passa de um mono caro. Até aqui nada de novo e situações semelhantes existem em Leiria ou no Algarve (só não se percebe muito bem o que os impediu de chegar a essa conclusão antes de avançar para a asneira, mas adiante.) Vai daí, proliferaram ideias desde a implosão pura e simples da obra, até à mais recente avançada pelo presidente Élio Maia. Macacos me mordam se isto não me recorda aquelas situações anedóticas em que alguém vendia aos incautos a Torre dos Clérigos ou o Mosteiro dos Jerónimos. Então, para compensar um "elefante branco" que apenas beneficiou quem, directa ou indirectamente, esteve ligado à sua construção, arranja-se um centro comercial (mais um), que nada vai acrescentar à economia da região, que na maior parte dos casos irá viver de transferências de lojas de outros centros e que, feitas as contas, apenas irá beneficiar quem estiver ligado à sua construção...

O mais preocupante é que este tipo de "obra" reflecte a ideia desta gente sobre "progresso" e "desenvolvimento", bem visível no desordenamento da maior parte do território, e que só aguarda os primeiros sinais de fim de crise para regressar em força.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Pelourinho e Escola Conde Ferreira

1920's



Postal n.º 20 de uma série da qual aqui temos mostrado alguns exemplares. Esta série não tem referência ao editor. Alguns postais têm no verso um carimbo com a inscrição "CASA AUGUSTO ROCHA" ou "CASA DA MONTANHA CASTELA".

A quem tiver repetidos para troca ou venda, estou interessado nos números 5, 7, 9, 10, 12, 14, 18. Alguém conhece algum com número superior a 20?

sábado, outubro 24, 2009

"Agora só falta aqui é cimento"


Retirado daqui, a partir do Quinta do Sargaçal

Já temos governo. Para os opinadores de grande audiência, tudo se parece resumir a ser mais ou menos da "linha dura", mais ou menos "dialogante" e, a partir daí, deduzir o modo como o colectivo vai evoluir no relvado. Isso mesmo. Parece que estão a falar de uma equipa de futebol. Discutir opções políticas, modelos de desenvolvimento, não passa pela cabeça de quem pensa ter alcançado o estádio supremo do desenvolvimento humano e chegado ao "fim da História". Não chegámos. Apenas nos arriscamos a ver chegar o fim da linha. Mais uma. E, com ela, assistir a mais um exemplo do desperdício de um modelo de crescimento (desenvolvimento é outra coisa) que ninguém discute.
____________________
O documentário "Pare, Escute, Olhe" que aqui apresentamos, foi o grande vencedor da 7ªa edição do festival internacional de cinema DocLisboa. Ler aqui.

OS PASTEIS

Já lá vai o tempo em que se ia ao Café Avenida tomar uma café e comer um dos melhores pasteis de nata do país o que, dito por um lisboeta tem o seu peso. Infelizmente o criador dos pasteis faleceu e como acontece em muitas outras coisas na vida não deixou seguidor, pelo que hoje os pasteis são intragáveis. É pena.

Também é pena que nos variadíssimos certames gastronómicos que estão a decorrer neste fim de semana e largamente publicitados pelas televisões não haja a mais pequena referência aos pasteis de Vouzela. Os de Tentugal estão em todas, mas os de Vouzela nem numa imagem furtiva.

Num festival de doçaria lá estavam a falar na necessidade da certificação das especialidades regionais. E em Vouzela, o que se está a fazer? Será que, tal como a vila os doceiros vouzelenses continuam a viver no século passado? Ao menos promovam o que têm e se é preciso certificar que certifiquem senão arriscamo-nos a curto prazo a ficarmos em eles.

Tal como os pasteis, também o novo governo não muda a receita e o que é pior não muda os doceiros. O PM, desacreditadíssimo, teve imensa dificuldade em recrutar gente capaz para o governo e aí está o "baralha e volta a dar".
É mau de mais para ser verdade e não se lhe augura grande futuro, mas enquanto fazem e não fazem ficam e não ficam lá vai o povo passando mal enquanto os políticos se vão ocupando em "evacuar" pareceres e comentários, como se o que eles dizem fosse levado a sério por alguém.

Como foi referido num dos programas dos "Gatos Fedorento" (do melhor que foi produzido nos últimos tempos em televisão) só após as eleições legislativas vieram a público os maus números do país e são mesmo muito maus. Mais pobreza, mais desemprego, maior clivagem entre ricos e pobres, pior formação, mais corrupção à mistura com submarinos, Freeport, Cova da Beira e como seria expectável pelo que atrás referimos, menor independencia dos meios de comunicação.

Mas como dizia o outro, o povo é sereno e como ainda por cima é quem mais ordena que se amanhem porque eu vou emigrar.

sexta-feira, outubro 23, 2009

Sobre o nome Alafum: Lenda da caninha verde

Em tempos que já lá vão, nos primeiros tempos da Reconquista, vivia num palácio em Fataunços, perto de Vouzela, o nobre guerreiro El Haturra, descendente do famoso chefe mouro Cid Alafum. El Haturra era velho e feio e nunca era visto sem a sua bengala, uma velha cana que vinha sendo transmitida na sua família, de geração em geração, entregue ao seu novo possuidor com umas palavras misteriosas... Ora, o facto de El Haturra se fazer acompanhar por aquela cana negra e ressequida era objecto de troça de todos, a tal ponto que um seu amigo, o jovem português Álvaro o aconselhou a desfazer-se dela. El Haturra confidenciou-lhe então que a vara tinha magia e que se um dia chegasse a ficar verde era o sinal sagrado do profético encontro de dois primos descendentes de Cid Alafum. Nesse dia esperado, as terras e os tesouros do antigo chefe mouro voltariam à posse da família e as formosas mouras seriam desencantadas. Uma condição essencial era que ambos os descendentes professassem a religião de Alá. Um dia, passeavam El Haturra e o seu amigo Álvaro pelo campo quando viram uma linda princesa acompanhada por uma formosa aia, de cabelo negro e olhos azuis, que cavalgava um cavalo negro. De repente, a vara começou a ficar verde e El Haturra começou a rejuvenescer, tornando-se jovem e belo. Ao primeiro olhar, El Haturra tinha reconhecido na aia a descendente de Cid Alafum e, juntamente com Álvaro, saiu atrás das duas jovens que se dirigiam à corte do rei de Portugal. Diz a lenda que El Haturra conseguiu convencer a jovem aia a casar-se com ele e o rei de Portugal abençoou a união com uma condição: o baptismo de El Haturra. De início o agora jovem El Haturra opôs-se veemente, mas por fim a sua paixão foi mais forte e aceitou o desejo real. O baptismo ficou marcado para o dia do casamento e foi então que aconteceu algo de extraordinário: no momento em que estava a ser baptizado, El Haturra voltou a ser velho e feio como dantes. A magia da caninha verde só seria válida se ambos os nubentes professassem a religião de Maomé. A noiva desmaiou naquele mesmo momento e nunca mais quis ouvir falar no seu noivo que desapareceu para sempre, enquanto que a sua cana verde foi guardada num sítio secreto. Segundo a tradição, se alguém gritar "Viva o fidalgo da caninha verde!" no mesmo local e à mesma hora em que se deu o encontro entre os dois descendentes de Cid Alafum, ouvirá gargalhadas alegres das mouras encantadas que pensam que chegou a hora da sua libertação.
- Tirado daqui

quarta-feira, outubro 21, 2009

Será desta?

Tirado daqui

Está a ser criada uma associação com o objectivo de tirar o Cine-teatro João Ribeiro do marasmo em que se encontra. Velha aspiração de Vouzela onde nunca faltaram entusiastas que, de modo completamente amador, dinamizaram grupos de teatro e promoveram sessões de cinema, a construção da recente sala ainda não conseguiu marcar lugar na nossa agenda cultural, nem, tão-pouco, nos nossos hábitos. Como já foi dito pela Ana de "Os dias assim", alguns equívocos na escolha da programação podem explicar um pouco do que se tem passado.

Mas, o que interessa é haver gente interessada em alterar o estado das coisas. Gente com humildade suficiente para aprender com as experiências do passado, perceber que tudo o que por aqui foi sendo bem feito resultou da "carolice" pura e dura, e romper com preconceitos. Pode ser o caso deste grupo que está a ser criado e que projecta, também, lançar um boletim cultural, onde serão divulgadas as diversas iniciativas que venham a ser organizadas no cine-teatro.

Aceitam-se ideias

Foi precisamente a propósito deste boletim, que nos pediram ajuda. O grupo quer um nome forte, que permita uma rápida associação a Vouzela. Referências históricas e antropológicas, nomes que tenham ganho a força da tradição. Agradecem-se sugestões na caixa de comentários deste post. Como o desafio exige reflexão, vai ficar, durante algum tempo, bem ao alto da nossa coluna do lado direito.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Largo da Feira - O. Frades

 



Quem se lembra do velhinho Largo da Feira de Oliveira de Frades?
Posted by Picasa

sábado, outubro 17, 2009

Coisas d'amar

"A Maria de Lourdes Modesto disse numa entrevista que este (os pasteis de Vouzela, pois então) era o melhor doce do país. E se ela o diz..."
- Coisas d'amar

quinta-feira, outubro 15, 2009

Apontamentos sobre as Autárquicas


Agora que já correram as cortinas sobre as Autárquicas, período em que, por momentos, o país foi recordando (vagamente) que existe um Interior, quase apetece dizer que terminaram os nossos quinze dias de fama. Adeus, 60% que vive do lado direito da A1 (para quem desce). Até daqui a quatro anos...

Mas, à laia de conversa doméstica, talvez valha a pena passar os olhos pelos números das nossas decisões (nossas mesmo) e registar três ou quatro apontamentos. Não é que tenham surgido cenários de grande interesse, ou sejamos possuidores de conclusões surpreendentes. Nada disso. Apenas damos o que temos e quem assim faz, a mais não é obrigado.


De todas as interpretações que os resultados permitem, há uma que nos agrada particularmente: os vouzelenses atribuiram grande importância a este acto eleitoral, respondendo massivamente (já o tinham feito há quatro anos). A abstenção limitou-se aos 29,45%, muito abaixo da média nacional (40,9%) e da verificada no distrito de Viseu (37,62%). Se tivermos em conta os números de outras eleições, quer das Legislativas, quer, sobretudo, das Europeias, é impossível desvalorizar este dado. Como também é impossível não lamentar que as campanhas aproveitem tão mal esta impressionante mobilização, para esclarecer os eleitores sobre o que realmente pretendem fazer (se calhar, têm medo que alguém se lembre do que dizem...).

O resultado conseguido pelo PSD (51,16%, a partir de 3821 votos) foi o terceiro melhor de sempre, atrás dos de 2005 e de 1979. No entanto, representou a perda de 381 votos em relação ao conseguido nas anteriores eleições autárquicas, quando conquistou o apoio de 4202 eleitores. Aliás, de todas as listas concorrentes à vereação, a do PSD foi a única que perdeu votos, o que não surpreende se tivermos em conta o desgaste provocado pelas peripécias dos últimos quatro anos de governação. Mesmo assim, manteve o controlo absoluto quer na vereação, quer na Assembleia Municipal, o que lhe dá ampla margem de manobra, mas... não lhe permite desculpas.

Quanto ao Partido Socialista, parece ter iniciado a recuperação da situação difícil a que se viu remetido desde que, há oito anos, perdeu a chefia da Câmara. Os seus 3031 votos, não só representam um aumento em relação ao conseguido em 2005 (2206), como ultrapassam a soma dos então conseguidos por si e pelos independentes "Por Vouzela" que, agora, concorreram integrados nas suas listas. Com 3 vereadores eleitos, mais 8 deputados municipais, mais 5 presidentes de junta, o PS parece reunir todas as condições para construir uma alternativa. Dos actuais resultados já deve ter concluído que vagas insinuações sobre a dívida da Cãmara não levam a lado algum- ou há "fogo", ou não há. Contentar-se com o "fumo", só contribui para turvar a vista...

Dos resultados obtidos pelas restantes listas concorrentes à vereação (CDS-PP e PCP-PEV), parece-nos ser de realçar o facto de todos terem aumentado o número de votos conseguido, comparativamente com as eleições de 2005. Isto é tanto mais significativo, quanto ambos se podem queixar de alguma dinâmica de "voto útil", já que os vouzelenses concentraram nos dois principais partidos as suas escolhas para a Câmara, fazendo uma votação mais "sincera" para a Assembleia Municipal. Tenha-se em conta que PS e PSD tiveram votações mais modestas para este último orgão, enquanto os restantes partidos as viram reforçadas (no caso do CDS, com uma diferença significativa de 284 para 377 votos). Mas, isto também pode querer dizer que os cidadãos compreendem bem as limitações da Assembleia e onde está o verdadeiro poder de decisão das autarquias locais.

A Assembleia Municipal vai passar a ser constituída pelos 11 deputados do PSD (conseguiu 12 em 2005), pelos 9 do PS (8 em 2005), pelo deputado do CDS-PP (nenhum em 2005), por 6 presidentes de juntas ganhas pelo PSD e por 5 de juntas do PS (ainda não é possível saber que partido vai ficar com a presidência de junta que falta, já que houve empate em Carvalhal de Vermilhas). Há, pois, uma evidente bipolarização, sendo pouco provável que, a médio prazo, surja uma alternativa capaz de fazer frente aos dois maiores grupos partidários.

Contudo, o peso de uma ou outra personalidade local pode alterar um pouco as regras deste jogo, como nos parece ser de concluir da votação conseguida pelo Bloco de Esquerda: sem tradição nas refregas locais e com parte dos nomes que lhe são próximos integrados nas listas do Partido Socialista, o BE conseguiu, mesmo assim, 203 votos para a Assembleia (única candidatura que apresentou). Independentemente de poder haver já um núcleo fiel que apoia esse partido em todas as circunstâncias, o prestígio local do cabeça de lista talvez explique algo sobre os resultados conseguidos (o mesmo se passando com a candidatura do PSD e da CDU à Assembleia de Freguesia de Vouzela). Vale a pena reflectir sobre isto, porque pode dar uma ideia da viabilidade de futuras listas de cidadãos com capacidade para romperem com o fatalismo das "ementas" partidárias.

terça-feira, outubro 13, 2009

Aguardente de Lafões / Vinho de Lafões

Depois do restauro, eis o cartaz publicitário, usado no seu estabelecimento pelo Sr. Manuel d'Almeida Relebo, em Fataúnços. Segundo a família este será o cartaz mais antigo com referência à designação de Vinho de Lafões e Aguardente de Lafões. As frases publicitárias aí usadas são absolutamente deliciosas e é curiosíssimo o "estudo de mercado" que levou o Sr. Manuel a incluir no seu cartaz os aviadores como target de consumo da aguardente.

1920's ?



Restauro: Cândido Sousa
(reprodução autorizada)

segunda-feira, outubro 12, 2009

Aguardente de Lafões (2)

Parte do cartaz antes do restauro.


Aguardente de Lafões

Afinal onde começou a aguardente de Lafões? Quem foi o primeiro a usar a designação?


domingo, outubro 11, 2009

Resultados a carecerem de confirmação.

(ACTUALIZADO)
Apesar de não sermos um blogue noticioso, o interesse demonstrado por vários leitores que, por mail, nos têm feito as mais variadas perguntas sobre os resultados eleitorais, levam-nos a avançar os dados de que dispomos e que devem ser confirmados.

O PSD venceu as eleições (*) para a Câmara (embora haja informações de que perdeu um vereador), e para a Assembleia Municipal. Nas freguesias, regista-se a mudança verificada em Fataunços (vitória do PSD) e em Queirã (vitória do PS). Sete foram ganhas pelo PSD e cinco pelo PS.

A abstenção rondou os 29,5%.

Como habitualmente, os resultados serão objecto de análise, logo que confirmados.
______________________
(*)- Na página cuja ligação apresentamos, podem ser confirmados os resultados por freguesia.

Arguididatos

Acabei de votar. Havia filas nas mesas de voto o que não aconteceu há quinze dias, pelo que sou levado a pensar que haverá uma menor abstenção. No final do dia logo se verá.

Voto num dos concelhos onde um dos candidatos tem problemas com a justiça, mas que, tenho de reconhecer tem sido um bom autarca. Ora esta situação deixa-me, e a milhares de outros eleitores, num delicado problema: em quem votar? Num dos partidos do “centrão” que levaram toda a campanha a zurzir no homem mas que não apresentaram nenhuma proposta alternativa coerente ou no tal que, correndo o risco de vir a ser preso, tem obra feita e é reconhecidamente um bom autarca? Ou nos outros partidos que, conscientes de que nunca virão a ganhar as eleições fizeram as mais absurdas e demagógicas promessas, confundindo na maior parte das vezes autárquicas com legislativas?

Não sou partidário do estilo “roubou mas fez”, nem do “não roubou nem fez” e muito menos do “roubou e não fez”. Penso que já seria tempo dos autarcas deixarem de ser vistos como delinquentes encartados, mas receio que tal nunca venha a acontecer em especial nas câmaras com grandes orçamentos, pois eles poderão ser muito sérios, não beneficiarem em nada com o seu poder, mas acima deles estão os partidos que os elegeram mesmo quando se assumem como independentes e que mais dia menos dia vão pressionar, vão pedir ajuda financeira, vão tentar influenciar nesta ou naquela decisão, ou seja irão cobrar o investimento.

Contam-se muitas histórias envolvendo nomes sonantes de grandes partidos, leia-se PS e PSD , de sacos azuis e até da colocação providencial de um juiz no tribunal onde se encontrava um processo contra o autarca e que de mediato foi arquivado por falta de provas. Mas a voz do povo, como a do burro, não chega ao céu, a bagunça veio para ficar.

Restam-me os movimentos de cidadãos independentes, que se criam especificamente para concorrerem às eleições e que se extinguem logo a seguir. Mas é nesses que estão os tais que têm processos e que podem ir acabar o mandato atrás das grades. Por outro lado sou levado a acreditar que dentro ou por detrás desses movimentos estão empresários com interesses no concelho que financiam a campanha e que, quando necessitarem irão cobrar o apoio.Não há almoços de borla.

Assim, não tenho alternativa senão votar em branco ou, se me der na bolha, utilizar o boleteim para chamar nomes às mães e esposas dos ilustres candidatos, o que pouco impacto terá ,dado que só será lido pelos membros da mesa.

Sou agora confrontado com uma noticia na TV, que me diz ter sido morto a tiro por um candidato do PS o marido da candidata do PSD à junta de freguesia de Ermelo no concelho de Vila Real. Poderia ter sido o inverso mas, não sei porquê , não estranho que tenha sido um candidato do PS a cometer tal acto, porque nos últimos tempos aquele partido tem vindo a ter uma postura de intolerância, autoritarismo e caciquismo que, pensava eu, já não devia acontecer na nossa sociedade.

Infelizmente as mentalidades pouco têm mudado e o bairrismo pacóvio convive alegremente com o discurso exaltado e de dedo em riste dos que detêm o poder. As autarquias ,em lugar de se unirem, concorrem entre si e o resultado é bem visível nos investimentos sem qualquer interesse para as populações locais, e cuja razão reside no facto do “vizinho ter feito”. Este é a todos os níveis o grande problema do país: a mentalidade.

Se em 1974 estávamos com um atraso de trinta anos em relação á Europa, neste momento pouco pouco evoluímos, e a justificação só pode estar na educação e na cultura. País iletrado e inculto não vai a lado nenhum por muitas vias rápidas, variantes, travessias inferiores e superiores, jardins, piscinas e passeios a Fátima para idosos que as câmaras possam realizar. não podemos continuar a perder oportunidades.
__________________________
NR: Devido ao conteúdo deste post e às exigências da Lei Eleitoral, só o pudemos publicar após as 20 horas- Zé Bonito.

sábado, outubro 10, 2009

Por acaso também já tinha pensado nisto

"Acho que os meus colegas arquitectos pensam que somos todos parvos. Parece que é coisa da arquitectura contemporânea, aquela com “linhas modernas”, genuína da Bayer. Vocês sabem. As caixas brancas suspensas no ar. Eu cá não sei, mas parece que imaginamos o povo como uma cambada de tolinhos a “extasiar” perante as paredes brancas. Paredes não, paramentos, que é mais poético. Eis, então, tudo a extasiar perante os volumes hirtos no horizonte. Coisa linda"- A barriga de um arquitecto

sexta-feira, outubro 09, 2009

Helena Liz

Helena Liz

"Os anos tornam-se longos na recordação se, ao repensá-los, encontramos numerosos factos a desenvolver pela fantasia. Por isso, a infância parece longuíssima. Provavelmente, cada época da vida é multiplicada pelas sucessivas reflexões das que se lhe seguem: a mais curta é a velhice, porque nunca será repensada"- Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver'

Enfrentar a memória é muito mais do que recordar. Abrir as portas de cada um dos seus quartos, passear entre ilusões e fantasmas, é exercício arriscado só ao alcance dos que se recusam a desistir. É isso mesmo que faz Helena Liz, vouzelense do coração como as melhores, ao passar para a tela longos passeios pelos "numerosos factos" da sua infância. A partir de 16 de Outubro, podem ser vistos na Sala da Capela do Palácio Nacional da Ajuda.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Que seca!

Fonte da Pepina

"Chegou o mau tempo". Mal surgem os primeiros pingos, lá vem a lamúria. Mau tempo? Cada estado de tempo tem o seu tempo e uma função muito para além do justificar da renovação do guarda roupa. Parece que o ideal de alguns é ter uma época balnear permanente, mas o que eu sei é que os supermercados desta minha terra vendem uvas... italianas, sul-americanas e do raio que os parta a todos, os que perderam a memória das coisas. Este tempo é de trabalhar a terra e de água a rodos. Que seca!

Também nas autárquicas tem havido alguma falta de memória e seca de ideias. Afinal de contas está tudo bem, ou há problemas graves a exigirem soluções? O "esvaziamento" que temos sofrido é sinal de alerta, ou os indicadores que revelam estarmos a perder qualidade de vida são apenas manobras de estudos mal intencionados? A verdade é que as listas concorrentes parecem mais apostadas em afirmar a simpatia da cara dos candidatos, do que ideias claras.

No estado em que se encontra o concelho (a região!), endividado, com uma economia deprimida e com os seus melhores recursos num preocupante estado de abandono, fazia todo o sentido que o debate local deixasse claro o que diferencia as diversas candidaturas, o que justifica que concorram separadamente, para além de simpatias pessoais e do mais que discutível espírito de clube: queremos continuar com as suspeitas sobre os gastos da Câmara, ou estamos dispostos a apelar a uma maior participação dos cidadãos na definição das prioridades orçamentais? Aguardamos que o bom senso de cada um prevaleça na recuperação do património edificado, ou tomamos a iniciativa de pensar em programas de recuperação que, inclusivamente, contribuam para aumentar a oferta de emprego? Deixamos o ordenamento do território evoluir de acordo com interesses privados, ou fazemos regulamentos disciplinadores desses interesses? Limitamos a acção da Câmara a obras de "encher o olho" e de resultados garantidos, ou privilegiamos as que desempenhem papeis sociais e ambientais, independentemente dos frutos imediatos? Este são exemplos de temas que talvez valesse a pena debater e que, muito provavelmente, contribuiriam para um melhor esclarecimento. Até agora ninguém o fez e já quase se esgotou o tempo. Que grande seca vai por aí...

terça-feira, outubro 06, 2009

Os submarinos

Clique na imagem, imprima e dê às crianças para colorir. Aqui há mais.

Confesso que, na altura, não percebi o motivo pelo qual o país necessitava de ter submarinos, mas com as polémicas que ultimamente surgiram comecei a encontrar algumas razões e sou actualmente um convicto defensor dos ditos. Porquê? Passo a explicar.

Em primeiro lugar porque, de acordo com todos os orgãos de comunicação social, houve quem ganhasse com o negócio o que, no meu entender, é bom, porque quem ganhou gastou, ou seja, deu-se início a um ciclo comercial que por certo terá o seu peso na economia. Em segundo lugar porque, com o "negócio", o estado deixou de receber uns milhões de euros, o que também é bom, já que foram menos uns milhões mal gastos o que, por certo, ajudou o país a não subir nas estatísticas dos que mais esbanjam (embora, diga-se de passagem, já seria difícil, porque se não estamos no topo, estamos perto). Em terceiro lugar, porque podem ser uma grande ajuda para Vouzela e passo a esclarecer: os submarinos ocultos nas profundezas do Atlântico chegam a Aveiro, entram pela ria e começam a subir o Vouga. Pelo caminho surpreendem dez pescadores sem licença, quatro turistas a defecarem nas margens, oito descargas poluentes, cinco abates clandestinos e pasme-se, uma ETAR que não funciona- convenhamos que sem submarinos as autoridades não tinham meios para actuar. Finalmente, porque acabarão, inevitavelmente, por encalhar no Vouga e, como todos sabemos, navio encalhado não consome combustível nem paga prémios de risco aos marinheiros, o que também é bom para a nossa debilitada economia.

segunda-feira, outubro 05, 2009

A velha ponte no Vouga...

 


Esta ponte é uma relíquia...o postal tem dezenas de anos!
Posted by Picasa

sábado, outubro 03, 2009

Mau tempo

Num mundo racional, a catástrofe climática que paira sobre nós seria a nossa principal preocupação política. Mas, manifestamente, não é. Porquê?- Paul Krugman, Economista (Prémio Nobel), i (continuar a ler aqui).

sexta-feira, outubro 02, 2009

O País está a mudar

O País está a mudar, e de que maneira! A avaliar pela informação disponível sobre os beneficiários do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), vai ser um nunca mais acabar de hortas e pomares. Entre Janeiro e Agosto deste ano, só para o concelho de Cascais foram contemplados cerca de 130 candidaturas, 42 das quais com ajudas superiores a dez mil euros. Para ilustrar a importância desse concelho na agricultura nacional, basta dizer que ficou bem à frente de outros, como Leiria, Viseu ou Tomar. Vouzela assegurou uma representação condigna na lista dos beneficiados, com a aprovação de 14 candidaturas superiores a dez mil euros. Pode não chegar para o todo-o-terreno, mas já dá para mudar de pneus... Em sentido figurado, claro.