segunda-feira, março 29, 2010

Linha do Vouga: Papéis de Valor (2)

Foi aqui mostrada em Setembro uma acção da Companhia Portuguêsa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro (empresa proprietária da Linha do Vale do Vouga de 1923 a 1946). Apresentamos agora uma obrigação de 90 escudos, relativa a um empréstimo obrigacionista de 3.072.870$00 de 1 de Dezembro de 1928.


Exemplo de um dos 40 "coupons" desta obrigação, dos quais ainda restam 26.


Podíamos aqui discutir porque é que o ilustrador do documento escolheu a segunda ponte mais bonita da Linha do Vouga, quando a escolha óbvia seria outra. Deixemos no entanto fluir a memória até ao passado e imaginemos aquela locomotiva que passa na Ponte do Poço de S. Tiago. Uma hora antes passara em Vouzela...

Azulejo na Estação de Aveiro

Seria a (nossa) Locomotiva a vapor E202? (... adquirida pelos Caminhos de Ferro do Estado em 1911 à firma alemã Henschel & Sohn, para as linhas de via estreita.)


Ainda relativamente a esta companhia ferroviária, mostrámos no anterior post um Bilhete de Identidade (que conferia descontos) válido para os anos de 1932-1933-1934. Agora apresentamos dois passes. Como curiosidade refira-se que o proprietário dos passes não era, na época, uma pessoa qualquer. Era nem mais nem menos do que Louis Roger Montagné (1) na qualidade de administrador da linha da Beira Alta e com quem o Ministro das Obras Públicas de então, estabeleceu em 1942 um acordo para lhe adquirir um importante lote de acções da CP e Beira Alta.



Para terminar a apresentação destes documentos, fica a imagem de um "Título de 10 Obrigações da CP", empresa que se tornou proprietária da Linha do Vale do Vouga (e de todas as linhas nacionais), a partir do último dia de 1946.

(Este título ainda possui dois "coupons")



(1) Louis Roger Montagné e Nicolas Escoriaza y Fabru (Visconde de Escoriaza) eram dois especuladores financeiros detentores de volumosas participações nos capitais sociais da CP e da Beira Alta. Os quantitativos de acções e obrigações que detinham davam-lhes assento nos conselhos de administração da CP para o primeiro e na Beira Alta para ambos.
in "Os «Comboios–bloco» (1941 – 1946)", Dr. Gilberto Gomes. Consultor da Área do Património Histórico. CP – Caminhos de Ferro Portugueses, EP

sábado, março 27, 2010

REFLEXÕES PARA UM DIA DE PRIMAVERA ENVERGONHADA

1.Contrariamente ao que possam pensar eu não sou sempre do contra, mas chamar “metro de superfície” a um “carro eléctrico” é demais.O “metro” sempre foi um “subway” ou “underground” ,ou seja, anda debaixo do solo. Mesmo onde ele vem à superfície (ex.: Londres, Paris, Tóquio) está isolado do restante tráfico.

Só por cá é que existem “metros de superfície” porque somos parolos, atrasados, presunçosos , peneirentos, etc… Aquilo chama-se, em qualquer parte do mundo civilizado, um comboio, porque “eléctrico” também não é nada. Era no tempo em que não existiam automóveis eléctricos, “segways” e outras modernices movidas a electricidade.

Que queiram e lutem por reanimar a linha férrea do Vale do Vouga para fins turísticos ou outros de interesse regional faz todo o sentido e serei o primeiro a subscrever, mas chamem-lhe simplesmente comboio.

2.Muito se tem falado sobre a previsível privatização dos CTT e da importância que os mesmos têm para o país. Alguns falam mesmo em “soberania nacional” e confesso, fiquei preocupado, mas, um dia destes tive de ir a uma estação dos CTT e deparei com uma autêntica “loja do chinês”: livros, CD´s, relógios, peluches, jogos infantis e eu sei lá que mais, estavam ali para venda ao público. Claro que também havia selos, vales e registos, mas fiquei sem perceber se este não seria o negócio secundário.

Se pensarmos um pouco chegamos à conclusão que nos dias que correm as cartas e telegramas são cada vez mais coisa rara, substituídos por E-mails, redes sociais da internet e sms´s. Restam a correspondência oficial (as finanças, bancos, concessionárias de serviços e tribunais continuam a ser bons clientes) e algumas, poucas, empresas.

Ou seja: quando abrir a sua caixa de correio terá 99,9% de probabilidades de encontrar apenas contas para pagar.

3.Desta vez o Presidente andou a “limpar” o país. Lá o vi na TV com a roupagem adequada ao evento e a arengar sobre o ambiente e não sei quê mais, etc. e tal.

O lixo está para Portugal como a água para o peixe: sem água não havia peixe, sem lixo não havia “face oculta”, escutas, jornal de sexta, “SOL”, BPN, BPP e comentadores da TV. Possivelmente não havia partidos, políticos, “jotas” e quejandos.

Por favor esqueçam o lince da Malcata e salvem o lixo nacional.

quinta-feira, março 25, 2010

Documentos sobre a Linha do Vale do Vouga

É um daqueles assuntos que nos fazem largar tudo, quer para conhecer melhor o seu passado, quer para tentar "forçar" o futuro- o comboio. Desta vez, foi o nosso colaborador Manel Vaca que, nas suas deambulações em busca do que a história reza das nossas gentes, encontrou os documentos que apresentamos. Há mais na "Gazeta dos Caminhos de Ferro". Indispensável para estudiosos ou simples curiosos. Depois de apreciar a ilustração de Stuart de Carvalhais, é só clicar nas imagens para ampliar.


segunda-feira, março 22, 2010

uma cena de outros tempos...

Posted by Picasa

sábado, março 20, 2010

REFLEXÕES PARA UM DIA DE CHUVA

Por razões diversas tenho estado afastado da escrita, mas hoje regressei e aqui ficam algumas reflexões:

1. Pelos vistos o PEC foi muito aplaudido pelo FMI e por essa figura incontornável do presidente da comissão europeia que dá pelo nome de Barroso (Cherne para os amigos) e que, como todos sabemos é uma autoridade neste tipo de planos, até que surja outro que lhe dê mais jeito. Infelizmente, quando os graves conflitos sociais que com a aplicação deste PEC irão inevitavelmente rebentar, estas sumidades não vão estar cá para levarem o que há muito andam a pedir. Um valente arraial de porrada.

2. Os políticos nacionais vão de mal a pior e todos os dias há casos que levam os portugueses a afastarem-se deles. A cena do secretário de estado da educação no Parlamento é de deixar qualquer um de boca aberta. Não sei se o homem é secretário ou subsecretário. Sub é de certeza. E o Lello e seus comparsas a fecharem violentamente os computadores dá que pensar. O Presidente da AR lá fez o seu papel em ambos os casos, só que no segundo quando referiu que os computadores eram propriedade do estado, deveria ter acrescentado que quem estraga paga. Mas isso já seria demasiado, até porque como se sabe, em qualquer situação quem paga é sempre o povo.

3. Sobre o congresso do PSD (ou será PPD/PSD) já muito foi dito e escrito, mas penso que ninguém referiu que os militantes daquele partido não representam a maioria do povo português, para quem Coelho não passa de um rapazinho convencido e pedante, Rangel um baixote bonacheirão e Aguiar até parece sério, mas é do Porto carago.Com estes três pode Sócrates dormir descansado.

4. Ouvi num telejornal que os portugueses se preparavam para limpar o país! Vai haver uma revolução? Vamos de novo a votos? Nada disso. Os portugueses vão limpar as lixeiras que vão proliferando um pouco por todo o lado, e até mostraram um caso no Algarve onde depositaram num terreno umas dezenas de sofás azulinhos todos iguais. Não deveria ser difícil às autoridades descobrirem a sua origem, mas não o fizeram e pelo menos trouxeram algum colorido á reportagem sobre o assunto. Pena foi que os sem abrigo não os tivessem descoberto.

5. As televisões andam mesmo com falta de assunto. Lá voltaram a passar as imagens sobre as inundações na Madeira e eu pergunto: não seria muito mais interessante fazerem uma reportagem para mostrarem o actual estado das coisas?

6. Ainda sobre a Madeira. Com a tragédia os “media” deixaram de falar no Sócrates; o Sócrates deixou de falar no orçamento da Madeira; o Jardim deixou de lhe chamar nomes e o Presidente elogiou a solidariedade entre os governos central e regional. Longe vão os tempos do Sr. Silva e do tenebroso Sr. Souza, ou seja há males que não vêem por bem mas sim na altura certa. Espera-se que as promessas sejam cumpridas ou o folclore madeirense vai reaparecer em edição revista e aumentada.

7. Vi e revi vezes sem conta a tragédia que se abateu sobre aquela bela ilha. As imagens impressionam e compreendo a dar profunda de quem perdeu as suas casas e sobretudo de quem perdeu os seus familiares. Mas a imagem que mais me impressionou foi a da postura das pessoas face à tragédia. Não vi lágrimas, nem gritos, nem desespero extremo. Vi vontade e força para recomeçar, vi coragem e confiança, vi na realidade um povo diferente e , como o outro, apetece-me dizer: eu quero voltar para a ilha!!!

8. Houve há uns meses atrás uma manifestação dos proprietários de carrosséis. Não sei se têm razão ou não mas vai ser bem giro ver qualquer dia as manifestações dos proprietários de carrinhos de choque, do “vai um tirinho oh jeitoso!!!”, do poço da morte e do comboio fantasma e dos vendedores de algodão doce e pipocas. No que toca a manifestações estamos conversados, a feira está instalada só que devia ser frequentada por todos ao mesmo tempo. Aí isto mudava mesmo.

9. Por razões que não vem ao caso tenho visto e mais ainda ouvido a novela da SIC “Perfeito Coração” e aquilo é um insulto aos telespectadores para além de por em causa os banqueiros, as polícias, a ASAE, os médicos, os serviços prisionais e não sei mais quantas instituições que para terem má fama não precisam de novelas. Entre muitas e várias ideias ridículas , há dois personagens octogenários a fazer “jogging” no estádio nacional, um mecânico a fazer um curso de massagem a cabeças, um cabeleireiro de bairro que trabalha à noite com DJ´s e muitas outras que não me ocorrem. E quanto ao português nem vale a pena falar, mas esta pérola não posso deixar de referir : “…não me vou embora sem saber nada do meu pai.” Talvez ela se fosse embora se soubesse alguma coisa sobre o pai.

10. A audição do Vara foi o que se esperava, isto é, fartou-se de gozar com a tropa. Na realidade as comissões parlamentares nunca serão as comissões de inquérito do senado norte americano. Por cá cada um diz o que lhe apetece e no fim o resultado é sempre o mesmo. Pelo menos dá algum protagonismo a quem delas faz parte o que pelos vistos em termos políticos é bom e compensa os enxovalhos.

11. Do tanto que se tem escrito e dito sobre as escutas, fico com o pé atrás sempre que atendo o telefone não vá o diabo tecê-las. É que os figurões têm sempre desculpa para tudo e dinheiro para os advogados, mas eu não me posso permitir a tanto luxo, daí que frases como “ é pior que o Pinóquio” “estou farto deste gajo”, “o tipo é um aldrabão”, “onde é que isto vai parar”, “mente com os dentes todos”, “é o chefe de um bando de parasitas” e outras relacionadas, podem nas escutas ser interpretadas como ofensas a qualquer excelência e como já disse não tenho dinheiro para advogados.

12. Foram anunciadas as candidaturas à presidência de M. Alegre e F. Nobre e eu eleitor penso: - o primeiro quando foi a votos estava claramente em oposição ao Sócrates, ou seja estava com a maioria do povo português como se viu nas eleições posteriores, mas agora tem alinhado com ele a menos que apareça a discordar do PEC; o segundo saiu das boas causas para abraçar as más, que, segundo ele, o deixarão de ser se for eleito, o que dá para desconfiar. Pelo menos uma coisa é certa: se perderem têm onde se ocupar e sempre é melhor termos um bom poeta e um médico altruísta que um mau presidente.

13. Vi há umas semanas atrás a apresentação do projecto do palco para a missa que o Papa irá celebrar no Terreiro do Paço. Irá custar uma pipa mas alguma empresa “mecenas” irá pagar. Não tenho nada a opor, mas já agora seria bom saber se as empresas que podem promover este tipo de coisas, sãos as mesmas que não pagam horas extras aos trabalhadores, congelam os salários etc., etc.. Mas estas visitas de Papas são sempre um manancial para os “media”, que irão explorar os mais ínfimos e desinteressantes detalhes, desde o que o homem veste, passando pelo carro e até ao helicóptero que o irá transportar. Para mim Papa será sempre um senhor vestido de branco que vive em Roma e que não recebeu a companheira de Sá Carneiro mas recebeu a Carolina Salgado.

14. Declarações na TV de um oficial da GNR sobre a queda da avioneta onde morreu um antigo capitão de Abril “…quando chegámos ao local encontrámos a avioneta partida ao meio e os dois corpos presumivelmente já cadáveres..” A prudência nunca fez mal a ninguém mas será que um oficial da GNR não consegue perceber quando alguém deixa de estar presumivelmente e passa mesmo a estar morto?

quarta-feira, março 17, 2010

"Viajando por Besanas"

Foto José Campos

Soa estranho em português e até significa algo pouco lúcido no nosso calão, mas o termo vem dos sulcos abertos pelo arado- besanas- e é nome de projecto: "Viajando por Besanas". Com ele, procura-se fazer o levantamento de um conjunto de actividades ligadas ao sector primário, que possam servir de suporte a pacotes turísticos e deles beneficiem. Por proposta da ADRL, Lafões é a área portuguesa de intervenção.

A ideia parece dar forma à organização das actividades rurais que por temos defendido, articulando produção, promoção e comercialização. No entanto, com a ressalva de não conhecermos todos os pormenores deste projecto, ficamos na dúvida se não começa onde devia acabar. Expliquemos.

Para além de reformas mais profundas relacionadas com a divisão da propriedade, as técnicas de produção e a organização da distribuição, a agricultura de regiões como a nossa, tem que furar o bloqueio que lhe foi imposto pela desvalorização social do sector. É aí que temos que procurar as razões que ainda levam a juventude a afastar-se; é aí que encontramos a explicação para que se tenham abandonado produtos de referência, daqueles que marcavam a nossa especificidade. Claro que nestas coisas caímos sempre no dilema do ovo e da galinha, mas arriscamos dizer que é nesses dois sectores que precisamos intervir para alterar o actual e calamitoso estado das coisas.

Fazer um levantamento rigoroso dos produtos tradicionais e avaliar os que têm condições para se afirmarem, não significa "fechar as fronteiras", mas sim abri-las a algo em que estamos em vantagem porque o fazemos melhor do que os outros. Relacionar as ofertas de formação profissional com actividades que queremos reformular e a que precisamos acrescentar valor, não é condicionar a liberdade de escolha, mas antes dar-lhe sentido e apoio. Ora, tudo isso está por fazer e, salvo melhor opinião, esse seria o primeiro passo que um projecto como o "Viajando por Besanas", podia transformar em grande caminhada. Invertendo o processo, vamos limitar a oferta ao que (ainda) há, o que é muito pouco.

De qualquer modo, aguardamos com interesse o desenrolar da experiência. Que se abram, pois, as "besanas", sulcos bem fundos que garantam produtivas colheitas. E que não seja, apenas, mais um projecto.

segunda-feira, março 15, 2010

Termas de São Pedro do Sul- um trecho do Rio Vouga

Foto Edgard, Edição de Domingos F. Marques- colecção particular

sexta-feira, março 12, 2010

"Uma aventura"... no reino do cimento

A ministra da Educação, Isabel Alçada, foi ontem surpreendida durante a visita à Escola D. Manuel I, em Beja, com uma situação inesperada: o pavilhão polivalente coberto, acabado de construir - ao abrigo do projecto de requalificação do edifício escolar -, deixa entrar água a ponto de interditar o espaço às aulas de Educação Física. A governante, que disse ter sido informada da situação ontem de manhã, não escondeu o incómodo quando os jornalistas a confrontaram com o problema. E argumentou com uma insólita explicação. "Foi-me dito que o miniclima de Beja está relativamente diferente, graças ao Alqueva, que refrescou a cidade, e que tornou um pouco mais húmida esta zona."- Público, 10/03/2010
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Informamos o Ministério da Educação que em Vouzela não temos "miniclimas", umas vezes chove, outras não; umas vezes faz calor, outras até neva. Agradecemos portanto, que as nossas escolas levem um telhado que não meta água. Para isso já cá temos que chegue.

quinta-feira, março 11, 2010

segunda-feira, março 08, 2010

Um lindo trecho dos arredores...

Observe bem este postal, na resolução 1 x 1, que representa "Um lindo trecho dos arredores". Uma imagem banal de 1920 como há tantas pelo país fora.

 
Edição de Dias & Rocha

No entanto, só depois de fazer um scan de alta resolução para arquivo é que me apercebi de quão fantástico é este postal e o quanto se devem ter divertido os protagonistas. Reparou no pormenor em baixo à direita? 

(Clique na imagem para aumentar)


Delicioso, não é?

quarta-feira, março 03, 2010

A mobilidade dos estudos


Telmo Antunes e Viriato Garcez, "arrumaram" a proposta sobre o metro de superfície apresentada pela vereadora Carmo Bica, com o anúncio de um estudo sobre a mobilidade na região de Lafões. O assunto já entrou nas conversas locais, mais a brincar do que a sério, que é o modo como gostamos de tratar as coisas sérias que suspeitamos virem a ser usadas para brincarem connosco. Ora, ao falarmos em estudos sobre mobilidade, convém não esquecer a mobilidade dos estudos- não, não é um jogo de palavras.

Por mais técnicos que intervenham, as decisões sobre mobilidade são políticas. Por exemplo, quando decidimos concentar as crianças de uma região em centros escolares, estamos a tomar uma decisão política com consequências nas deslocações diárias das famílias. O mesmo se passa quando se aumenta o tempo de deslocação casa/trabalho, se desvaloriza a relação entre zonas rurais e urbanas, etc. Não venham, pois, com a máscara da "técnica", disfarçar opções que se devem, exclusivamente, aos responsáveis políticos (nacionais e locais).

Também parece evidente que não faz qualquer sentido fazer um estudo sobre a mobilidade, sem primeiro definirmos que caminho queremos percorrer rumo ao futuro. Entendemos a região de Lafões no seu conjunto, como um centro de múltiplos recursos complementares, ou continuamos cada um por si, invejando (e copiando) a galinha da vizinha? Entendemos que a paisagem é uma das nossas principais riquezas (como mostram todos os estudos!) e, como tal, deve exigir intervenções muito cuidadosas, ou acreditamos que o futuro está nessa coisa a que chamam "zonas industriais", prevendo-se a concentração das pessoas na sua proximidade? Defendemos que há alguma coisa a fazer na reabilitação de certos produtos agrícolas, ou essas áreas são para abandonar à floresta e a uma eventual nova vaga de cimento? As respostas a estas perguntas são determinantes na definição da política de mobilidade que queremos. Mais: são fundamentais para definir os princípios orientadores da acessibilidade, que é o que verdadeiramente interessa para a organização da vida das pessoas.

Recorde-se que mesmo num assunto tão limitado como o da ampliação da avenida João de Melo, nunca foram apresentadas justificações que a fundamentassem, para além duns vagos argumentos sobre "dignificar o monumento" (Igreja da Misericórdia) e o ordenamento do trânsito (que não se percebe como). Por isso, e porque nenhuma reflexão se conhece sobre o que queremos para a região, não se percebe quais os parâmetros de tal estudo, correndo-se até o risco de chegar a conclusões antes de... "estudar". Esperamos que não.
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Uma nota final sobre o "metro de superfície". Tal como o presidente da Câmara de Vouzela, também não gostamos da designação. Não somos uma metrópole (nem queremos ser), logo, não podemos ter um metropolitano. Mas a criação de uma alternativa ferroviária de transporte na região, parece-nos fazer sentido. Até arriscamos dizer que será inevitável. Só que não pode ser limitada aos três concelhos (nem precisa) e, mais uma vez, o seu aproveitamento depende do que queremos para a região- aquele assunto que nenhum dos responsáveis locais gosta de abordar. Em público...

segunda-feira, março 01, 2010

Há quase 50 anos...


Também então, como agora, nevou em Oliveira de Frades...