quinta-feira, março 29, 2012

Sempre a propósito da Casa das Ameias: "não pode continuar assim"

"Ao olharmos em redor e logo na nossa frente, entristece-nos verificar que a Casa das Ameias (...) continua a cair de velho e a sucumbir ao peso dos anos, que lhe levaram a cobertura, lhe sugaram as entranhas, de tal modo que é hoje uma ruína, a exigir medidas urgentes. Sabemos que é vítima de um forte imbróglio jurídico em termos de heranças, mas pensamos, por outro lado, que não pode continuar assim, a mostra-se até um perigo público"- in Notícias de Vouzela (só na edição impressa), Destaques da Semana, 29/03/2012.

segunda-feira, março 26, 2012

Ponte do Pego (2 vistas)

segunda-feira, março 19, 2012

Ponte Morais Carvalho

Excelente postal de 1900 da nossa Ponte sobre o Rio Vouga, ainda com os montes laterais bastante despidos de árvores.

quarta-feira, março 14, 2012

Serenata à chuva ou as trancas na porta depois da casa roubada

Jack Vettriano

Foi através do "Humano és" que chegamos à notícia: "A Câmara de Vouzela vai lançar uma campanha junto da população com vista à redução do consumo de água, numa tentativa de prevenir problemas graves no abastecimento público durante os próximos meses, devido à seca". Pois. Já tínhamos reparado que não tem chovido...

Claro que nada podíamos fazer para evitar a seca e, na situação atual, justificam-se as medidas anunciadas pela Câmara. Mas é incompreensível esta atitude reativa, quase pavloviana, como se nunca imaginássemos poderem ocorrer situações que há muito (ver também aqui) se sabem ser fatais como o destino.

Falta de água em Vouzela é fenómeno recente. Deve-se a desleixo e incompetência. O presidente da Câmara acerta, em parte, no alvo, quando reconhece: "foram feitas obras que diminuíram as nascentes". Pois foram. Mas também é verdade que, depois disso, nada foi feito para enfrentar o problema. Em que estado estão as canalizações públicas? Que é que obriga as novas construções a incluirem sistemas de recuperação e reaproveitamento de águas, ao fim e ao cabo, o retomar de hábitos que, num passado ainda recente, estavam generalizados? A elaboração, em 2008, do Regulamento de Edificações Urbanas, tinha sido uma boa oportunidade... que se perdeu (ver aqui).

Que não fiquem dúvidas: apoiamos totalmente a campanha (?) que a Câmara vai lançar, alertando para a necessidade de racionalizar o consumo de água. O que não aceitamos é esta atitude de "casa roubada, trancas à porta", de falta de planeamento que tudo vai deixar na mesma logo que caiam os primeiros pingos. "I'm singing in the rain..."

segunda-feira, março 12, 2012

Pensão Avenida

quarta-feira, março 07, 2012

Não desperdicem os últimos cartuchos

Foto retirada daqui.

A maioria PSD na Câmara de Vouzela, recusou uma proposta que tinha por objetivo conceder algumas ajudas às empresas do concelho. Salvo melhor opinião, perdeu-se uma oportunidade. Salvo melhor opinião, insiste-se num conceito de poder local que tem muitas responsabilidades na triste situação em que nos encontramos.

A proposta foi apresentada pela vereadora Carmo Bica, eleita pelo PS. Manifestava preocupação com as consequências da quebra do poder de compra no comércio local e propunha algumas facilidades para as empresas que tivessem faturado, em 2011, menos de 250 mil euros.

O princípio parece-nos correto e, na situação atual, pensamos, até, que é secundário ter em conta o volume de faturação. Importante é ajudar quem contribua para melhorar a qualidade de vida dos que por aqui resistem; importante é mostrar que o poder local reconhece as dificuldades por que passam os seus munícipes e não se refugia em desculpas, nem espera por iniciativas alheias.

No entanto, há quem entenda que este tipo de medidas representa uma intolerável intromissão numa área para eles exclusiva da iniciativa privada e defenda que as câmaras devem ter um programa paralelo, "limitado" à regulamentação do ordenamento, à ação social, à proteção civil e às obras estritamente necessárias. Ora, não é preciso grande investigação para concluirmos que este conceito é, na melhor das hipóteses, ingénuo e, na pior, uma enorme aldrabice. De facto, se algo sobressai do que foi (ainda é) o papel das autarquias locais, é uma constante interferência na área económica e até o favorecimento de certos investidores e tipos de investimento. Outra coisa não foi (continua a ser) a alteração do estatuto de terrenos que facilitou o monumental disparate do que ficou conhecido por "política do betão", permitindo, inclusivamente, a apropriação privada de mais valias, conseguidas à custa de investimento público. Mesmo que sejamos incorrigíveis crédulos na bondade dos homens e na generalizada boa fé da sua ação (assumimo-lo), como é possível pensar que decisões que se traduzem em planos diretores municipais, na maior ou menor facilidade em realizar obras, no tipo de obras, etc., não interferem nas opções da iniciativa privada?

Também sabemos que o poder local tem funcionado como compensação à falta de investimento e criação de novos empregos. Dir-se-á que, para cumprir essa missão, não pode perder receitas. Mas também aqui não se percebe que lucro pode vir da tentativa em manter aparelhos municipais (relativamente) endinheirados, no meio de "tecidos económicos" falidos ou em desagregação acelerada. O resultado do descalabro é, inevitavelmente, uma perda de receitas e, ainda por cima, uma perda do poder reivindicativo perante o poder central.

Concluindo: a proposta apresentada pela vereadora eleita pelo Partido Socialista é, no fundamental, correta. Devia, até, ser alargada a outras áreas de interesse para o concelho, com consequências diretas na atividade económica. Referimo-nos, entre outros exemplos, a áreas para que temos repetidamente chamado a atenção, como a recuperação de imóveis ou a proteção de construções em pedra. Devia, ainda, ser estudada a sua aplicação a setores fundamentais (e desesperados!), como a agricultura, a criação de gado, a defesa de espécies arbóreas de interesse. Parece-nos, pois, que não ficava mal ao PSD repensar o seu voto e negociar com o PS nova discussão. Se conseguiram coordenar esforços para responder às patetices de um autarca da região, mais importante se torna que o consigam, agora, quando se gastam os últimos cartuchos para combater o destino da nossa morte anunciada.

segunda-feira, março 05, 2012

Lenteiro do rio