segunda-feira, setembro 29, 2008

Continuamos a vê-lo passar... (II)

Julho 2007

Foto: Carlos Pereira


1960's (1965?)

Edição de Dias & Irmão - Vouzela


Não falta nada nas imagens anteriores?
Falta certamente muita coisa, e muita coisa foi acrescentada.
Mas o que a gente queria ver e ouvir era isto...


1920's

Edição de Dias & Rocha - Vouzela

quinta-feira, setembro 25, 2008

Iniciativas


Cerca de setenta anos separam estas duas publicações. A primeira, elaborada pela Comissão de Iniciativa que, por volta dos anos 30, tentou sacudir o marasmo e dar um pontapé na sorte ou, melhor dizendo, na falta dela. Como já aqui escrevemos, vivia-se então a crise provocada pela encerramento da Comarca. Das fraquezas surgiram forças que arrancaram com uma série de melhoramentos e com um trabalho de divulgação das belezas de Vouzela. Essa publicação, elaborada de modo a abarcar não só as questões geográficas e históricas, mas também os diversos serviços então disponíveis, foi ponto importante nessa estratégia.

Hoje, setenta anos depois, surge nova publicação, promovida pela Câmara Municipal e pela AGU- Agência de Desenvolvimento- mais uma vez, num contexto problemático para a região e para o País. Pensada para servir de guia a quem nos visita, fornece um conjunto de informações sobre parte significativa do património edificado da vila, num interessante percurso... com História.

Divulgar o património cultural é, sem dúvida, condição importante para o preservar. Haja quem saiba aproveitar o trabalho, de modo a que não se limite às prateleiras de uma qualquer estante.

Memória vivida

Têm sido apontadas algumas imprecisões aos textos que compõem estes "Circuitos com História". Existem, de facto, embora pouco significativas para o público a que se dirige. No entanto, esta atenção prestada por muitos vouzelenses a tudo o que fale da nossa História, leva-nos a alertar os responsáveis pela cultura (vereação, direcção do Museu, escolas etc.), para a importância de se registar o conhecimento vivido e aprendido de muita gente interessada, com documentação importante na sua posse e muita pesquisa feita. Nalguns casos, estamos a falar de gente que já ultrapassou as oito décadas de vida o que, por si só, faz dela "documentos" vivos. Quem conhece os objectivos iniciais da Associação de Futebol "Os Vouzelenses", bem expressos nos seus primeiros estatutos? Quem está apto a interpretar muita da toponímia do concelho, ou a fazer propostas significativas nessa área? Quem ainda tem a memória das coisas, por tê-las vivido, conseguindo interpretações mais rigorosas do que as aparências forjadas pelo tempo? Essas mulheres e esses homens são, também, elementos importantes do nosso património colectivo. Preservar a sua memória é, pois, uma prioridade.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Blasfémia...em 1945...



Em 15-09-1945...

"...Devo dizer-lhe que gosto de Vouzela, como não podia deixar de sêr, bem como de touda a linha de Vale-do-Vouga. Dos pasteis é que, ou estão muito falsificados, como tôda a nossa pastelaria, ou então, sou eu que não lhe sei dar o devido apreço, de resto acho isto tudo maravilhôso; tambem gostei muito de Viseu. Saudades...

quarta-feira, setembro 17, 2008

Os leitores lançam as mãos à massa- III

Agradecemos críticas, sugestões, chamadas de atenção. Agradecemos quando alguém reflecte sobre Vouzela. Leitora devidamente identificada enviou-nos um extenso comentário onde, entre outros assuntos, dava a sua opinião sobre as placas de identificação dos monumentos da vila. Aqui fica. Com os nossos agradecimentos.


Identificação dos monumentos

A placa junto à entrada do edifício do Mercado

(...) já é quase obrigatório ver as zonas de interesse protegidas por postes metálicos, transformando os centros históricos numa espécie de paliteiros gigantes. Isso passa-se um pouco por toda a parte, mas face à selvajaria do estacionamento tenho que aceitar. O mesmo não digo da localização das placas com informações sobre os monumentos. A iniciativa é louvável, mas muitas delas interferem visualmente com o monumento que descrevem, como acontece junto ao pelourinho (coitado dele, rodeado por um eco-ponto e pela ruína do que outrora foi um belíssimo edifício) e ao mercado. Não acredito que não pudessem ter feito melhor porque espaço não falta, mas a pressa nem sempre é boa conselheira.

terça-feira, setembro 16, 2008

porquê?

Embora ache sempre um motivo para fazer o que fazemos, às vezes há momentos em que fazemos e não nos questionamos. Porquê ou porque não... Fazemos e pronto. Está feito.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Continuamos a vê-lo passar...


Agosto 2007


É inevitável. É inevitável que sempre que atravessamos esta ponte (logo após nos deslumbrarmos com a beleza de Vouzela) imaginemos os carris, o cheiro, o barulho ao longe. É inevitável. Não é? Sim, é bonito como está. Mas as saudades de como era...


1920's

Edição de Dias & Rocha - Vouzela


Seria esta mesma locomotiva que 40 anos mais tarde passava no FOJO?

sexta-feira, setembro 12, 2008

Mais dois postais da colecção - o 4 e o 5...


Continuando com a mesma colecção...aqui estão mais dois postais da colecção. Ambos os postais (4 e 5) não estão escritos. O 4 não tem qualquer carimbo no verso; o 5 tem o carimbo "Edição da casa AUGUSTO ROCHA"...
Algum leitor, coleccionador ou não, nos quer surpreender com o número 3?
Aguardemos!

quarta-feira, setembro 10, 2008

E os carvalhos, senhores?


A Portaria n.º 828/2008, de 8 de Agosto, publicada pelo Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas, vem apoiar através de financiamento a 30% espécies de crescimento rápido, como o eucalipto, mas esquece o apoio às espécies autóctones que são a base dos sistemas multi-funcionais. Em suma, não são elegíveis para apoio financeiro os carvalhais, o sobreiro ou a azinheira (apesar da produção de madeira de qualidade, cortiça e bolota) quando se pretenda reconverter povoamentos florestais mal adaptados, conforme o descrito no Anexo I da referida portaria. (Quercus).

Foi recentemente anunciada pelo ministro Jaime Silva, a possibilidade de privatizar a gestão das matas nacionais, como forma de promover o seu "ordenamento" e a sua "rentabilização". Na mesma altura, vários órgãos de comunicação alertaram para o facto de Portugal ser, de entre os países da União Europeia, o que tem menor percentagem desse património no domínio público. Convém, ainda, recordar, que o actual ministro da Agricultura, viu em risco uma candidatura a fundos europeus, devido à área excessiva atribuída ao eucalipto. Finalmente, registe-se o entusiasmo com que foi recebida a medida de Jaime Silva por parte... da Portucel.

Esta ideia de privatizar para conseguir bons desempenhos é, na melhor das hipóteses, profunda demagogia. Na pior, é vigarice pura e indício de corrupção. Portugal está cheio de exemplos de sectores da responsabilidade do Estado, durante anos condenados a incompreensíveis erros de gestão, que acabaram, pior, nas mãos de privados. Só que, agora, estamos a entrar no que de mais genuíno tem o património público: o território. Convém não esquecer as ameaças que também pairam sobre o sector das águas, não sendo difícil imaginar que idêntico fim esteja reservado para a orla costeira (ou o que dela resta, depois de se ter permitido que a iniciativa privada o enchesse de cimento).

Importa ter consciência de que, para além de tudo o mais, esta estratégia tem riscos elevadíssimos. Em primeiro lugar, porque uma gestão privada tenderá sempre a privilegiar o rápido retorno dos investimentos, o que pode ser incompatível com as medidas de ordenamento necessárias- no caso da floresta, isso é evidente. Em segundo lugar, porque, a prazo, pode limitar o usufruto pleno dos espaços, não tanto no que diga respeito à livre circulação, mas, sobretudo, dificultando actividades associadas ao sector privatizado (agricultura, por exemplo).

O apoio manifestado pela Portucel à ideia de Jaime Silva, foi a maior crítica que o ministro podia ter recebido. Aumentar a área do eucalipto era, há muito, um dos seus (da empresa e do ministro) objectivos, reforçado, agora, com a sua possível utilização na produção de biocombustíveis. A nós, cidadãos, compete-nos ver mais longe. A perda da biodiversidade representa um empobrecimento, com efeitos muito mais prolongados do que a gestão de conjuntura tão do agrado dos nossos governantes. Além do mais, como já ensinavam os professores Caldeira Cabral e Ribeiro Telles (1), as árvores têm uma função de "protecção", para além da de "produção", de que dependem actividades que, apesar de não fazerem parte da ideia de território de quem nos governa, são como o comboio: inevitavelmente vão regressar.

Reivindicar a protecção (e o apoio!) às espécies de crescimento lento como base do reordenamento florestal, é a única medida com visão de futuro. Mas só por inegenuidade podemos esperar que ela seja tomada, sem pressão, por quem aposta no curto-prazo.
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(1)- É sempre oportuno recordar a obra de Francisco Caldeira Cabral e Gonçalo Ribeiro Telles, A Árvore em Portugal, reeditada em 2005 pela Assírio & Alvim.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Fotografia aérea da vila em 1937

Vista aérea de Vouzela em 1937- "clique" na imagem para ampliar

Em 15 de Julho de 1937, o Notícias de Vouzela publicava esta fotografia aérea tirada pelo tenente Morais Carvalho. Apesar da pouca nitidez, talvez seja uma ajuda para o esforço de datação de imagens de Vouzela. Com o casario concentrado a Poente, o actual centro da vila limitava-se à Rua Morais Carvalho, Praça da República e à envolvente de uma Avenida João de Melo que terminava no cruzamento com a Rua Ayres de Gouveia. Ao centro, destaca-se o edifício do então Tribunal (actual Câmara Municipal), não existindo, ainda, a Alameda D. Duarte de Almeida (Jardim) tal como hoje a conhecemos. Quer para Nascente, quer para Sul, muito pouco estava construído, sendo possível localizar a antiga Estação dos Caminhos de Ferro, ao cimo de uma rua sem qualquer casa ( a não ser a fachada NE do Tribunal).

quarta-feira, setembro 03, 2008

Tempo de vindimas

As uvas prometem. Já o mesmo não se pode dizer da política local. Momentos de troca de mimos entre PSD e PS com o deputado José Junqueiro à mistura, reforçaram a ideia de que, ao contrário das uvas, elas não abundam. As ideias.

Tudo se cristalizou em dois temas-chave: reorganização dos serviços de saúde e dívidas da Autarquia. Não se contesta a sua importância, mas sim a forma e o conteúdo. A ideia de criar, em Vouzela, um tal Centro Coordenador dos Centros de Saúde, cheira a rebuçado para calar meninos. O PSD acusa o PS de ter trocado um serviço efectivo prestado aos habitantes de Vouzela, por um “tacho”. Assim parece. Só que nunca se ouviu da boca dos responsáveis do PSD uma única proposta que oferecesse alternativas à reformulação imposta pelo Governo. Não basta contar quilómetros até Viseu, para ver qual o concelho mais bem localizado para gerir transferências. É preciso pensar a Região no seu todo, sem “bairrismos”, para se desenhar o mapa de serviços que melhor sirva a sua população. Toda!

Quanto às dívidas, estamos conversados. Defendemos aqui ser urgente falar abertamente no assunto, de modo a eliminar o vírus da suspeita e do boato. Chegámos a avisar que “quem não deve não teme”, o que, na altura, foi criticado pelo Dr. Telmo Antunes. Agora, estamos à vontade para lhe dizer: aguente! O assunto nunca mais saiu do debate local, sem que alguma vez fosse explicada a dívida da Câmara Municipal de Vouzela. Quer pelo PSD, quer pelo PS. Para agravar, entrou-se numa fase em que parece que vale tudo: num comunicado recente, o PSD a insinuou que a situação financeira não era famosa no final do mandato socialista. Como ninguém fundamenta coisa alguma...

Às portas de novas eleições, esperava-se mais. Os problemas de Vouzela e da região, vão muito para além destes dois focos de polémica, cópia pobre do debate nacional, deixando a ideia de que os nossos responsáveis locais apenas aspiram ao reconhecimento dos respectivos aparelhos, de modo a largarem voo para outros cargos e outras paragens. Temos um vastíssimo património natural e edificado a precisar de rumo, temos recursos a exigir intervenção urgente, temos actividades económicas em claro déficit e nem um básico sistema de esgotos e de tratamento de águas temos de jeito. Mas, sobre isto, faz-se sentir um silêncio maior do que nos píncaros do Caramulo.

Vamos entrar em tempo de vindimas. Exige-se um cálculo rigoroso da maturação dos cachos. É tempo de colher o fruto do que se investiu. As uvas prometem. Já o mesmo não se pode dizer da política local.
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PS: E as outras forças políticas o que têm a dizer sobre tudo isto? Estão à espera da implosão do sistema, ou são alvo de boicote na divulgação das ideias?

segunda-feira, setembro 01, 2008

Vouzela - Vista Geral

1920's

Sem referência ao editor


Imagem de um postal fotográfico dos anos 20. Apresento-o agora em complemento do postal n.º 2 apresentado pelo Luís. Esta imagem foi tirada de um ângulo semelhante e supostamente em alturas idênticas. As cores do postal estão muito esbatidas embora isso não se deva à sua degradação mas ao tipo de impressão feita na época. Existem bastantes postais portugueses desta década com tonalidades semelhantes.

Por serem raras as imagens da Igreja Matriz onde se pode ver a dimensão que tinha antes da remodelação dos anos 40 (alguém sabe as datas certas desta remodelação?), não resisto a mostrar uma ampliação do postal.



Recuemos 10 anos...
Ainda sem ponte...

1910's

UNION POSTALE UNIVERSELLE
Edição da Casa da Montanha - Castela

Esta imagem foi provavelmente tirada de alguma janela ou varanda do Hospital e a minha aposta (só aposta) é que, tal como a da minha última publicação, será anterior a 1908.

Junho 2008

Foto: Carlos Pereira

Muita coisa mudou em cerca de 100 anos. Muitas mesmo. Mas uma coisa é certa e está à vista de todos: VOUZELA É LINDA!
Venha visitar Vouzela e delicie-se com um maravilhoso pastel ou uma excelente queijada. Será certamente bem recebido! E pode dizer que a recomendação foi nossa.