segunda-feira, julho 30, 2012

Rua de S. Gil

Finais dos anos 1950's



Um dos típicos momentos da vida de Vouzela captada pela objetiva de António Passaporte.
A porta de casa do Dr. Simões sempre aberta e, mesmo em frente, a Tinturaria Coimbra de Bernardino Ramos.

segunda-feira, julho 23, 2012

São Pedro do Sul - Hospital N. S. do Amparo

Excelente postal do Hospital de S. Pedro do Sul. São estas preciosidades que nos transportam para outros tempos e outras memórias. Sendo uma edição de Sebastião e Sobrinho, ainda com a chancela da Union Postale Universelle, suponho que a data deste postal se situará na década de 1920.

sábado, julho 21, 2012

Os lamentos de verão, tal como os amores, são de curta duração

"Parafraseando um famoso filósofo da escola de Paris, a ideia de acabar com os fogos é uma ideia de crianças, os fogos não se extinguem, os fogos gerem-se.
E para gerir os fogos é muito mais importante o esterco das cabras que o brilho das ideias infalíveis que crescem como cogumelos no calor destes fogos"- Henrique Pereira dos Santos, Ambio.

quarta-feira, julho 18, 2012

Depois da selvajaria do cimento, a do eucalipto- chamam-lhe "regras do mercado"

"Segundo nova legislação que o governo apresenta agora, inédita na Europa, a arborização até cinco hectares e a rearborização até dez hectares poderá ser feita com qualquer espécie, sem necessidade de qualquer autorização. Volta-se à regra do deferimento tácito, um convite descarado à corrupção sem rasto.
(...)
Como nem a pequeníssima área agrícola é protegida pela nova lei, os melhores solos para a nossa agricultura também serão afectados. O processo dedesruralização do território entrará na sua derradeira fase. Grande parte do País será um enorme eucaliptal sem ninguém a viver lá"- Daniel Oliveira, Arrastão.

"Apesar do anterior Governo ter alterado o regime da REN - Reserva Ecológica Nacional, desvirtuando parte da essência do mesmo, através do D.L. n.º 166/2008, nesta proposta o atual Governo pretende retirar qualquer condicionalismo à mobilização de solos e à alteração do coberto florestal da REN, quando se pretendam efetuar novas plantações.
Também é proposta a revogação de todas as restrições legais relativas à plantação ou sementeira de eucaliptos, designadamente nas proximidades de terrenos cultivados, terras de regadio, nascentes de água ou prédios urbanos"- Quercus.

"Na discussão sobre o eventual uso de terrenos pobres dentro de perímetros de rega, lá se esquece a possibilidade de produção de gado miúdo em vez da florestação, como pretende a indústria de celulose"- Henrique Pereira dos Santos, Ambio.

segunda-feira, julho 16, 2012

A data da imagem

Imagem retirada de "Vouzela- A Terra, os Homens e a Alma", Vouzela, 2001

Imagens antigas de Vouzela e de Lafões, temos publicado muitas. Mas, quando as queremos usar como documentos históricos, uma condição fundamental é conseguir datá-las. Essa tarefa revela-se, por vezes, quase impossível, não só porque o tempo confunde a memória, mas também porque é frequente uma mesma imagem ser usada durante anos a fio como ilustração de um espaço. Por tudo isto, importa registar e divulgar os esforços de datação suportados em investigação. É o que aqui vimos fazer.

A imagem que aqui deixamos ilustra uma época da atual Praça da República. Percebe-se o ambiente de festa, identificam-se facilmente as semelhanças com o presente, assim como as diferenças. Lopes da Costa registou-a nos seus arquivos (1) como sendo de 24 de Junho de 1894, dia em que foi inaugurado o Hospital na Casa da Cavalaria, entretanto legada à Misericórdia. A cerimónia foi presidida pela rainha D. Amélia e talvesse fosse a sua chegada, vinda dos lados de São Pedro do Sul (onde costumava ficar) que o povo aguardava.
_In Termas de S. Pedro do Sul (Antigas Caldas de Lafões), Ana Nazaré Oliveira, 2002, coleção particular de Carlos Pereira (clique na imagem para ampliar)
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(1)- Arquivos depositados na Biblioteca Municipal, Fotografias Antigas de Vouzela.

segunda-feira, julho 09, 2012

Pensão Jardim - Traseiras

Depois da publicação "Pensão e Café Jardim: a memória", aqui fica uma imagem dos anos 50, das traseiras da Pensão, enquanto passava na ponte uma das locomotivas Henschel & Sohn da Linha do Vale do Vouga.


A imagem é uma ampliação de parte do postal nº. 37 da Coleção Passaporte (LOTY).

sexta-feira, julho 06, 2012

Culpados!

"Despindo a toga que, com muito orgulho, envergo sempre que, em julgamento, se mostra deontologicamente obrigatório, gostaria de falar da importância que a manutenção do Tribunal tem para Vouzela.
Já nem vou falar em termos de projecção do Concelho e da região, nem do semblante do sinal de Estado de Direito.
Basta-me, por agora, falar de assuntos banais e notórios. De assuntos terra-a-terra, que, quem vive por cá, assiste.
No Tribunal Judicial de Vouzela – lembro que, ao contrário do que a Senhora Ministra da Justiça disse, o primeiro andar do edifício está ocupado, mas já não está o rés-do-chão,- trabalham dez (dez) pessoas diariamente.
Um juiz, um procurador, um secretário, um escrivão de direito, cinco funcionários judiciais e uma empregada de limpeza.
Dez pessoas.
De entre estas dez pessoas, apenas duas são residentes neste Concelho.
Apenas uma é residente na Vila de Vouzela.
As outras oito pessoas, são de fora.
Diariamente se deslocam para e de Vouzela para suas casas.
Tomam o seu café matinal, compram o seu pão, almoçam e vão comprando por aqui o seu jornal, a sua fruta, o seu peixe, a sua carne, a sua roupa.
Abastecem gasolina e trocam de pneus dos seus automóveis nos respectivos comerciantes dos ramos da vila e do Concelho.
Há, até, quem traga os seus filhos para as escolas do Concelho…
Ou seja, estas dez pessoas trazem movimento comercial à Vila e ao Concelho.
E já nem vou falar dos dias, esses sim, dias bons, em que há um julgamento mais ou menos falado pela aldeia.
Nesses dias, muitos dizem parecer dias de feira mensal, como hoje. Mas não são. São dias em que algum assunto chamou as pessoas à Vila.
São as dez pessoas que trabalham no Tribunal, mais as partes, as testemunhas de cada parte e os amigos, conhecidos ou curiosos de cada uma dessas, pelo menos, duas partes, além dos respectivos advogados.
Ora, sem Tribunal, sem finanças, sem serviços de agricultura, sem luz à noite, o que é que vai chamar pessoas à Vila?"
- João Miguel Ferreira, dirigente da Comissão Administrativa do PS de Vouzela no Facebook.

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"Ilustres Colegas Advogados,
Amanhã (hoje) irei à Reunião pública da CMV, às 9h 30, com a Toga. Convido-vos a fazer o mesmo, pedindo a condenação da Ré - Câmara Municipal de Vouzela, pelo encerramento do Tribunal e pela extinção das freguesias"- Id, ibd

terça-feira, julho 03, 2012

Duas histórias com pouca moral


1. Recordar 1927

11 de Julho de 1927. Confirmando rumores e receios, chegava a Vouzela a notícia da supressão da Comarca. O presidente da Comissão Administrativa, Dr. Guilherme Coutinho, convocou uma sessão extraordinária e reagiu: “(...) tendo chegado a esta terra, cuja autonomia judicial e administrativa tem séculos e ininterrupta existência, o incrível decreto da supressão da sua Comarca, tinha convocado esta sessão extraordinária para se deliberar a atitude a tomar em face da consumação d’este atentado governamental (...)”(1). Seguiu-se a demissão de toda a Comissão Administrativa. Um ano antes, em 28 de Maio de 1926, tinha sido instaurada a ditadura em Portugal. Vouzela tinha cerca de 15 mil habitantes.

Julho de 2012. Confirmando suspeitas e, sobretudo, certezas, diversos serviços de Vouzela encerraram ou correm o risco de encerrar. Foram escolas, serviços de saúde, de apoio à agricultura, está quase o tribunal e fala-se nas finanças. Como se não chegasse, afasta-se o poder do povo, através duma forçada agregação de fre
guesias. No conforto de uma democracia com 38 anos, os poderes locais "esperguiçam" uma vaga oposição, exibem influências, lamentam-se muito, no tom moderado e bocejante que se sabe não ferir os ouvidos delicados das lideranças partidárias. Vouzela tem 10 540 habitantes. Ainda!

Não tropecemos nas comparações. Ao contrário do processo de 1927, a rota da nossa desgraça presente é fácil de seguir: não temos atividades económicas que ofereçam trabalho, logo não temos pessoas, logo perdemos capacidade reivindicativa. Ao contrário de 1927, o partido que lidera a Câmara de Vouzela, tem grandes responsabilidades na triste situação nacional e local. Ao contrário de 1927, qualquer posição firme tomada hoje, pode beneficiar do peso de uma opinião pública livre, a que o governo e as contabilidades partidárias não são indiferentes (como o prova o caso do autarca de Valpaços). Ponto final. A moral da história (ou a falta dela), fica ao critério de cada um.

2. "Há mais marés do que marinheiros"

Quando tudo parecia bem encaminhado e os eleitos locais assumiam humildemente que devia ser a população a pronunciar-se sobre a agregação das freguesias, o caldo entornou-se. A história, resumida, pode ser lida aqui e deu origem à declaração da vereadora Carmo Bica que já publicamos. No "Facebook" seguiu-se uma prolongada trocas de argumentos com o PSD local, a partir da qual foi crescendo a ideia de que houve "jogada de bastidores". Por agora, interessa-nos, apenas, chamar a atenção para a ingenuidade da atitude do presidente da Junta de Figueiredo das Donas.

Dando de barato que o seu objetivo foi, apenas, proteger a sua freguesia da ameaça da agregação, o senhor presidente da Junta abriu a "caixa de Pandora" ao sacudir para outros o que não quer para si. Toda a solidariedade necessária para enfrentar este processo é, agora, muito mais improvável. Caso o assunto tenha repetições e/ou novos capítulos; caso necessite da compreensão dos restantes presidentes em futuras medidas, vai provavelmente lamentar a divisão que provocou. Até porque, como diz o povo, "há (sempre!) mais marés do que marinheiros".

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(1)- in, Vouzela- A Terra, os Homens e a Alma, Vouzela, 2001, p. 128

segunda-feira, julho 02, 2012

Uma imagem de São Pedro do Sul e um agradecimento

Foto gentilmente cedida por Paula Santos, através do Facebook
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No passado dia 18 de Junho, o Luís Filipe publicou aqui uma das muitas relíquias da sua coleção particular. Fê-lo ao longo de mais de três anos (mais precisamente 3 anos, 9 meses e 25 dias, se não nos falham as contas), contribuindo para o riquíssimo espólio de imagens do Pastel de Vouzela e, mais do que isso, para a criação de um hábito de divulgação de imagens antigas da região que, hoje, se tornou frequente nas redes sociais. Só que, como tudo na vida, a coleção do Luís teve um fim. Provisório, apostamos, sabendo do seu interesse em adquirir e divulgar este tipo de documentos. Até lá, ficamos com as suas publicações sobre Oliveira de Frades e São Pedro do Sul e registamos um sentido agradecimento pelo contributo que deu a este espaço. As publicações da segundas feiras continuam, sobretudo, a cargo do Carlos Pereira (que faz o favor de nos acompanhar desde Abril de 2008) e a meta continua a ser a mesma: publicar tudo isso em livro, sonho que, como muitos outros, a crise vai adiando.