quinta-feira, julho 01, 2010

Ser contra as portagens na A-25... à nossa maneira


"Resumindo: a promoção do transporte individual e a destruição do transporte colectivo foi errada, irracional e prova-se agora que era economicamente insustentável. Mas não seria justo dizer que não foi uma opção com um largo apoio popular. Tudo o que se faça agora serve para remediar. Os que lutam contra as portagens nas SCUT terão a minha solidariedade. Mas, para serem coerentes, têm de exigir uma linha de comboio, um paragem de autocarro, uma carreira de um transporte rodoviário como alternativa. Até lá, o que pedem é a continuação de um erro"- Daniel Oliveira, Expresso.

É uma verdade incómoda, mas é a verdade. A ameaça de portagens nas SCUT é mais uma consequência do total desprezo pelos mais elementares princípios de ordenamento do território; é a parte final de um enorme embuste feito pela maioria do costume. Mas a sua contestação obriga-nos a ir mais longe do que a simples reivindicação de poder passear o carrinho sem ter de pagar.

Não é por sermos uma região deprimida que a A-25 não deve ter portagens (também é). É por nos terem negado alternativas. Já tivemos um comboio que nos foi tirado. Já tivemos uma estrada- o IP-5- projectada para substituir os mais do que limitados percursos tradicionais, mas que se limitou a ser uma máquina de ceifar vidas. Agora, apenas temos... a A-25.

É por isto que somos contra as portagens em todas as estradas para que não haja alternativa. Mas também é por isso que sempre fomos e continuamos a ser adeptos do regresso do comboio e contra o encerramento de linhas. É também por isso, que somos a favor de um investimento, a sério, em redes públicas de transportes que quase não temos.

Já agora: também é por tudo isso que nos parecem hipócritas os lamentos de alguns, lestos a vir carpir mágoas sobre os malefícios das portagens, mas exasperantemente lentos sempre que se tratou de reflectir e projectar alternativas.

1 comentário:

MR disse...

...por esta ainda escapámos...