Sobre o prolongamento da Avenida João de Melo: Vamos lá fazer uns bonecos
No sentido dos ponteiros do relógio: Casa onde se projecta a passagem, Rua Morais de Carvalho, Largo do Convento, Rua Ayres de Gouveia, Praça Morais de Carvalho.
A propósito do prolongamento da Av. João de Melo, o Presidente da Câmara de Vouzela reconheceu existir ”alguma oposição”, mas afirmou estar convencido de que, “depois de conhecidas as intenções da Câmara, as pessoas compreenderão a importância deste projecto”(1). Vamos lá ver, então, essas “intenções”.
O prolongamento da Avenida será feita através de “uma passagem inferior ao 1º andar do prédio que se encontra entre a Biblioteca Municipal e a Igreja da Misericórdia”. Na Rua Morais de Carvalho, “o trânsito será bastante condicionado, efectuando-se apenas em determinadas horas e para cargas e descargas”. Esta última alteração tem por objectivo dar prioridade aos peões, permitindo-lhes “circular e realizarem as suas compras sem conflito com os automóveis”.
Imaginemos, então, um automobilista pouco conhecedor dos atalhos locais que, vindo de Viseu, entre na Praça da República, com destino à Rua de São Frei Gil. Vira à direita na tal “passagem inferior”, vai pelo Largo do Convento, Bairro da Senra, vira à esquerda para apanhar a Ribeiro Cardoso em direcção à Praça Morais de Carvalho, onde vira à direita para a Rua de São Frei Gil.
Mas se, pelo contrário, vier da A25 com destino à Praça da República, tem duas hipóteses: ou a tal “passagem inferior” tem dois sentidos (pouco provável) e faz o percurso inverso, ou não tem e, chegado à Praça Morais Carvalho, só lhe resta subir a Ayres de Gouveia, virando à esquerda na Avenida João de Melo.
De todas estas simulações há duas conclusões fáceis de tirar: a primeira, é que acaba o Largo do Convento e qualquer hipótese de aproveitamento de uma das mais propícias “zonas de estar” da vila (estivéssemos em Espanha e era vê-lo cheio de esplanadas); a segunda é que se retira o trânsito da Rua Morais de Carvalho, para o aumentar, brutalmente, na Praça com o mesmo nome. Se a obra for avante, não tardará muito para que ressuscite a desgraçada ideia da variante Sul.
No entanto, hoje vamos ficar pelo “boneco”. O nosso objectivo é, apenas, imaginar as alterações que um eventual prolongamento da Avenida João de Melo podem provocar e tentar perceber as vantagens da obra. Sem mais comentários.
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(1)- Todas as citações foram retiradas do Notícias de Vouzela do passado dia 20 de Novembro.
3 comentários:
ola
o seu blog esta cada vez mais rico
e um excelente trabalho de memoria
boa continuação
cumprimentos
Obrigado, Hugo.
Sou também totalmente contra este projecto da Câmara. Descongestionar o trânsito à custa da descaracterização da Praça da Républica para mim nunca será uma solução.
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