terça-feira, janeiro 30, 2007
sábado, janeiro 27, 2007
Vozes Razoáveis: Os zulus da Europa (retirado do "frenesi")
Publicada por Trinta e três à(s) 10:51 2 comentários
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Hotelaria e restauração em Vouzela...
...em 1949! A população do Concelho rondava os 15 mil habitantes e os anúncios aqui publicados, constavam do programa das Festas do Castelo desse ano. Delicioso o pormenor da promoção do Hotel Mira Vouga, que se auto-intitulava "um dos melhores e mais concorridos" do país. Por sua vez, o Café Sport, que também vendia mercearia e fazendas, garantia que os seus pastéis eram "os verdadeiros", demonstando que, já na altura, a tentação para as "imitações"era grande. Finalmente, uma referência às morcelas doces, "frias ou quentes", promovidas pelo Café Gato Preto, doce regional que caiu no esquecimento.
Publicada por Zé Bonito à(s) 21:33 0 comentários
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Privilegiar a recuperação e protecção dos recursos hídricos
Começou por ser “coisa de cientistas”, tema que nos fazia suspirar, aceitando perder breves segundos a imaginar um futuro difícil que remetíamos lá para os bisnetos. Afinal de contas, a redução das reservas de água potável no Planeta é uma realidade imediata e não tardará muito para que os portugueses percebam que, apesar de tudo, também fazem parte... do Planeta. Depois, como dizia o outro, “quando a água faltar nas torneiras e o ar custar a entrar nos pulmões, todos seremos ecologistas”.
Estudos hoje apresentados no Instituto Superior Técnico, demonstram que as alterações climáticas que estamos a viver, vão ter rápidas consequências nas reservas de água, acelerando a tendência para a desertificação do Sul do país (mas também com impactos significativos a Norte) e aumentando os riscos de contaminação dos lençóis freáticos, com a consequente degradação dos ecossistemas. De acordo com os cientistas, a tendência imediata será para o surgimento de situações de catástrofe, quer com o aumento do risco de cheias, quer com prolongados períodos de seca, a que se junta a ameaça de surgimento de “doenças tropicais”, como a malária.
Perante isto, não pode haver qualquer dúvida quanto à necessidade de se privilegiarem as medidas de recuperação e protecção dos recursos hídricos, impondo-se uma “opinião pública” forte que acelere a sensibilização dos responsáveis nacionais e locais. De facto, apesar da região de Lafões ter abundantes reservas de água, a sua degradação tem sido uma constante, à custa de falta de planeamento dos esgotos domésticos e industriais. Avaliar cada uma das situações e definir uma estratégia e um calendário de intervenção, deve ser a prioridade das autarquias. Já não é de prevenção que se trata, mas sim de acorrer a “fogos reais” que estão aí. Resta saber o quanto nos vão "queimar"...
Publicada por Zé Bonito à(s) 17:22 0 comentários
sexta-feira, janeiro 19, 2007
Do Castelo às águas do Vouga
2. O “esvaziamento” do Centro de Saúde de Vouzela, em proveito das recentemente criadas Unidades de Saúde Familiar, é uma medida difícil de compreender, seja qual for o ângulo por que a analisemos. Na verdade, fica a ideia de que apenas se procuram reduzir despesas imediatas, “atacando” uma terra que se pensa ter reduzido poder reivindicativo, devido ao progressivo decréscimo da sua população. No entanto, também deve ser uma lição, mostrando que é tempo de pensar os equipamentos a uma escala mais alargada, ultrapassando tacanhas fronteiras de “bairro” e encarando a região de Lafões como Amorim Girão a definia: “um todo homogéneo e correspondendo (...) a uma verdadeira região natural”. O ordenamento do território agradece e as vozes das nossas gentes serão mais rápidas a atingir...o coração dos decisores.
Publicada por Zé Bonito à(s) 14:00 1 comentários
domingo, janeiro 14, 2007
Grande exercício de cidadania!
É sempre um alívio constatar que ainda há gente que se preocupa em saber o que pensamos e que as características da maledicência estão a ser protegidas- que haja alguma coisa que o seja. Depois de terem pedido a nossa opinião para decisões fundamentais como saber quem foi o maior jogador de futebol de todos os tempos, o maior português ou os sete principais monumentos de Portugal, eis que lançam o desafio que faltava: quem foi o pior português e qual a personagem que melhor encarna o que de mais baixo, mais reles se vai fazendo por cá. E ainda dizem que não se apela à participação dos cidadãos...
Empenhado em apoiar o que de melhor se produz no nosso País, “Pastel de Vouzela” dá uma ajudinha a este exercício de aprofundamento da democracia, indicando, aqui (façam o favor de "clicar"), o caminho para a votação. Vá lá depressa, porque está a acabar. E repare que, apesar de dizerem que nunca nos entendemos, há quase um consenso nacional em colocar uma autarca no “top” do piorzinho.
Publicada por Trinta e três à(s) 14:18 1 comentários
quarta-feira, janeiro 10, 2007
O núcleo da questão
Mas a coisa ficou mesmo feia quando, interrogado pelos jornalistas, decidiu dar um empurrão à opção nuclear para Portugal. Não se comprometendo, claro. No entanto, é estranho que, sobre um país onde se reconhece existir um alarmante desperdício de energia, onde praticamente se limita a estratégia de circulação ao automóvel, onde têm sido muitas as dificuldades sentidas por quem quer investir nas energias renováveis, nada mais haja para dizer do que uma promessa de apoio a uma eventual opção pela energia nuclear, reconhecidamente perigosa e cara.
Portugal não tem conseguido respeitar as metas definidas no âmbito do Protocolo de Quioto, sendo obrigado a “comprar” a autorização para ultrapassar os limites definidos para as emissões. Quer dizer, aquilo que se pensava poder ser a motivação necessária para racionalizar gastos de energia, melhorando as instalações industriais, impondo uma mais completa regulamentação para o isolamento dos edifícios, melhorando a oferta do transporte colectivo, etc., tem sido pervertido, ao bom estilo do “pato bravo”, preferindo-se pagar a multa a cumprir os regulamentos. Perante isto, o presidente da Comissão e cidadão português, vem manifestar a sua disponibilidade para apoiar que tudo continue na mesma, só que... à custa do nuclear. Não há dúvida que é pouco saudável ter a televisão ligada à hora das refeições.
Publicada por Zé Bonito à(s) 22:51 1 comentários
segunda-feira, janeiro 08, 2007
80 anos depois: ideias que se perderam nos caminhos do tempo
Janeiro de 1927. Com o objectivo de iniciar a iluminação pública e particular de Vouzela, Manuel Ferreira Coutinho pedia autorização “para colocar postes e montar rêde eléctrica dentro desta vila para distribuição de energia fornecida por uma queda de água no Rio Zela.” (p. 129)
Em 8 de Dezembro de 1927, a Comissão Administrativa Municipal decidiu pedir ao governo “a creação d’uma escola d’ensino primário complementar, com sede nesta vila, para ensino profissional da agricultura (...)”. É curioso registar que esta ideia foi retomada pela Comissão Administrativa que dirigiu a Câmara após o 25 de Abril de 1974 e que, numa entrevista publicada no periódico “Vouga Livre” em Julho desse ano, defendia a necessidade de se pensar numa Escola Agrícola para a região (p. 137 e p. 254).
Publicada por Zé Bonito à(s) 21:38 2 comentários
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Mudar de agulha
Dos dados fornecidos (que apenas conhecemos pelo que foi publicado no “Notícias de Vouzela”, “Gazeta da Beira” e na página da Câmara Municipal de Vouzela), ressalta a imagem positiva que a região desfruta entre a população portuguesa, embora a maioria só a tenha conhecido através da televisão e, no grupo que realmente a visitou, 61% não tenha permanecido, em média, mais do que 12 horas. Também nos parece justificar reflexão, o facto do conhecimento de Lafões ser maior na faixa etária com mais de 54 anos, destacando-se de entre os produtos mais citados, as Termas (70%), o vinho (54%), a vitela (49%), os pastéis de Vouzela (40%) e o cabrito da Gralheira (13%). Ou seja, a maioria dos inquiridos ouviu falar mas nunca veio à região, referindo maioritariamente os produtos (à excepção do vinho que apresenta dados que nos surpreenderam) que mais divulgam a imagem fora dos seus locais de origem. Aliás, a média de permanência parece apontar o dedo a um dos problemas evidentes, sobretudo se tivermos em conta que os utentes das Termas deviam contribuir para valores mais elevados: não há oferta hoteleira satisfatória.
Uma relação difícil
Não é por falta de estudos e conselhos que a região não encontra o seu caminho. O problema parece estar nas lições que se (não) tiram e no modo como se usam. Tem havido uma relação difícil entre os autarcas e o principal recurso de Lafões- a paisagem. Muito “desenhada” por uma actividade agrícola para que se não tem sabido encontrar saídas, a paisagem de Lafões continua a impor-se, apenas, graças à baixa densidade populacional, a algumas zonas classificadas e aos cada vez mais limitados recursos das autarquias. De facto, ela persiste mais pelo que não se faz, já que a “obra” feita tem ignorado, propositadamente ou não, as características rurais do meio, precisamente as que mais atraem quem nos visita. O desafio passa, então, por integrar estas características nos projectos de desenvolvimento e não apenas criar nichos de ordenamento, no meio da destruição geral.
A procura da diferença
Quando se anuncia até à exaustão a importância de uma simples unidade hoteleira virada para o “turismo sénior”, está-se a insistir no erro. Quando se limitam projectos ao mercado nacional, revela-se uma ignorância grave. De acordo com o Eurostat, em 2020 a população dos países da UE (antes do alargamento), com mais de 60 anos, deve rondar os 25%. Isto representa um mercado potencial que não pode ser ignorado (sobretudo se tivermos em conta uma esperança média de vida a rondar os 80 anos), constituído por pessoas com significativo poder de compra e grande mobilidade, disponíveis para usufruir ofertas de qualidade. Simples hotéis com equipamento específico e animação pensada para as manter fechadas, têm elas nas suas terras. O que vão procurar é o usufruto do espaço, é a alternativa aos grandes centros urbanos, é o paradigma da diferença. Longe de se contentarem com unidades isoladas ou “centros históricos” de delimitação duvidosa, vão procurar a vivência só possível numa região inteira, que saiba preservar e permitir o uso do seu património natural e edificado, fornecendo, ao mesmo tempo, as melhores respostas ao nível das comunicações, da saúde e da segurança. Elas vão ter idade e cultura para saberem o que querem e dinheiro para o pagar.
Mas, apostar neste tipo de projecto, tem ainda outra vantagem: não é necessário “inventar” uma “população ideal” para o conseguir. Basta incentivar a que existe a fazer o que sempre fez, apoiando-a do ponto de vista técnico e permitindo-lhe aceder às necessárias contrapartidas, directamente relacionadas com o êxito da iniciativa. Difícil é convencer os autarcas a “mudar de agulha”, a redefinirem os objectivos que têm presidido à sua acção. Isto, porque uma nova orientação implica preservar em vez de construir, manter e melhorar em vez de alterar. E, no entanto, os ventos que sopram deviam levar a uma mudança de estratégias. Ou de autarcas...
Publicada por Zé Bonito à(s) 22:50 2 comentários
segunda-feira, janeiro 01, 2007
Radão: para uma coexistência pacífica
Este é um daqueles casos em que temos, mesmo, que aprender a conviver com o “inimigo”. O radão é um gás de origem natural, radioactivo, proveniente do urânio e rádio existente na maior parte dos solos e rochas (mas, sobretudo, nas graníticas) e que se associa a doenças pulmonares de elevada gravidade. Se nos espaços exteriores, dificilmente se encontram valores perigosos para a saúde, já nos interiores deve haver algum cuidado, justificando-se, até, a definição de normas para construções em zonas de elevado risco. Mais: justificava-se a colaboração permanente entre autarquias e organismos especializados, de modo a que houvesse um esclarecimento das populações e fossem realizadas medições periódicas, única defesa eficaz, já que estamos na presença de um gás não detectável pelos nossos sentidos.
De acordo com um estudo realizado pela Deco em 2001, os distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Portalegre (Serra de São Mamede), são considerados de risco. Medições efectuadas entre Novembro de 2003 e Julho de 2004, revelaram que cerca de 34% das habitações analisadas ultrapassavam os limites de segurança admitidos pela União Europeia (Directiva 90/143 EUROATOM). No entanto, como em muitas outras coisas, mais do que temer, importa conhecer. Nesse sentido, aqui deixamos o contacto de dois organismos portugueses especializados, com diversas sugestões para construções antigas e recentes e disponíveis para a realização de testes. Fica também a ligação para a página da "Health Protection Agency", onde se apresentam interessantes propostas de resolução do problema em habitações.
- Instituto Tecnológico e Nuclear: estudo, sugestões e contacto para testes
- Deco/Proteste: divulgação de dados e ficha de contacto para testes
- Página da "Health Protection Agency"- procurar em "Radon"
Publicada por Zé Bonito à(s) 19:38 0 comentários