sexta-feira, janeiro 19, 2007

Do Castelo às águas do Vouga

Foto: Guilherme Figueiredo

1. No âmbito do projecto ProNatura e através de um protocolo assinado com diversas entidades, a Câmara Municipal de Vouzela vai reordenar a floresta do Monte da Sra. do Castelo. Prevê-se a plantação de 5500 carvalhos, 1300 castanheiros, 4000 ciprestes, 1000 sobreiros e 200 bétulas, de modo a reduzir-se o risco de propagação de incêndios naquela zona. Se a medida nos parece merecer total apoio, não podemos deixar de lamentar que não se tenha evitado, há não muito tempo, um corte de carvalhos, na encosta poente do Castelo, por parte de um particular. Já agora, fazemos votos para que idêntica preocupação se estenda ao Monte Cavalo, onde as clareiras abertas para a construção dos pavilhões da zona industrial, transformaram a principal entrada na vila, num “monumento” ao desleixo.

2. O “esvaziamento” do Centro de Saúde de Vouzela, em proveito das recentemente criadas Unidades de Saúde Familiar, é uma medida difícil de compreender, seja qual for o ângulo por que a analisemos. Na verdade, fica a ideia de que apenas se procuram reduzir despesas imediatas, “atacando” uma terra que se pensa ter reduzido poder reivindicativo, devido ao progressivo decréscimo da sua população. No entanto, também deve ser uma lição, mostrando que é tempo de pensar os equipamentos a uma escala mais alargada, ultrapassando tacanhas fronteiras de “bairro” e encarando a região de Lafões como Amorim Girão a definia: “um todo homogéneo e correspondendo (...) a uma verdadeira região natural”. O ordenamento do território agradece e as vozes das nossas gentes serão mais rápidas a atingir...o coração dos decisores.

3. Aliás, vão neste sentido as exigências feitas para as candidaturas à última grande transferência de fundos europeus. Fazendo uma avaliação negativa da anterior gestão da responsabilidade de cada autarquia, o actual governo exige “escala” aos projectos apresentados, convidando os municípios vizinhos a uma maior colaboração recíproca. Na verdade, se pensarmos nos recursos que faltam ou que necessitam de recuperação urgente, facilmente concluímos que os limites dos concelhos são estreitos. O Vouga aí está para o provar. Ou... mais uma vez, vai ser esquecido?

1 comentário:

Anónimo disse...

A recuperação do Vouga é um projecto "multiconcelhio", o que dá a cada um o argumento para nada fazer (a culpa é sempre do "outro"). Os últimos fundos devem também ser a última oportunidade para se fazer alguma coisa, pelo que não percebo o silêncio das oposições.