Algumas reflexões a ver passar os comboios
Foto tirada daqui
(...) pagava para ver as pontes de pedra renovadas, as linhas de aço reconstruídas cheirando a madeira tratada, as estações com jardins floridos e os seus depósitos de água elevados brilhando num cinzento prata; pagava para ver a floresta em volta, a água correndo nos rios e ribeiros, homens cortando lenha para a lareira de casa, pessoas à espera do comboio e putos correndo em alegre gritaria no cais da espera; pagava, para pôr a cabeça ao vento, fechar os olhos e fazer " a viagem"- caiu-nos na caixa do correio, assinado por Lizardo, logo que anunciámos: Ele aí vem!
A ligação entre Aveiro e Salamanca através de comboio foi a melhor notícia que recebemos desde há muito. Apesar de estar longe do cenário desenhado no “mail” que transcrevemos, pode representar um importante elemento estruturante do ordenamento desta região e um estímulo. Ou não. Tudo depende do modo como decidirmos participar neste debate e de como projectarmos o futuro.
Não sabemos qual o trajecto previsto. No entanto, as características do terreno não devem deixar grandes alternativas ao máximo aproveitamento do vale, evitando os custos da construção nas serras circundantes. Também não é aceitável que um comboio que terá como principal objectivo o transporte de mercadorias e que se prevê circular a velocidades superiores a duzentos quilómetros por hora, reedite as velhas paragens em cada sede de concelho. Ora, tudo isto constitui um enorme desafio para a região que só pode ser vencido. Caso contrário, arriscamo-nos a ficar com os prejuízos da obra (impacto ambiental), sem nada beneficiar com ela.
Lafões está, neste momento, totalmente dependente do transporte rodoviário. Mais precisamente, do transporte rodoviário individual, já que o colectivo está longe de oferecer qualidade e quantidade que nos faça pensar duas vezes antes de decidirmos usar o automóvel. O problema é que a evolução do preço do petróleo e o agravamento da situação ambiental, vão penalizar, a curto prazo, esse meio de transporte, o que se irá reflectir quer nos bolsos dos locais, quer nos daqueles que nos visitam.
Para que o comboio seja uma alternativa a tudo isto, é necessário que os preços praticados no transporte de passageiros sejam convidativos. É também necessário que sejam organizadas ligações de qualidade, entre a paragem mais próxima (provavelmente Viseu) e a região. Para isso, é preciso entrar desde já no debate e fazê-lo com espírito de equipa: os três concelhos de Lafões representam mais de quarenta mil cidadãos interessados no aproveitamento possível do comboio; representam, ainda, uma imensa região, riquíssima quanto a património natural e edificado, que muito pode beneficiar com o melhoramento. É essa a sua força, é essa a sua responsabilidade.
A ligação entre Aveiro e Salamanca através de comboio foi a melhor notícia que recebemos desde há muito. Apesar de estar longe do cenário desenhado no “mail” que transcrevemos, pode representar um importante elemento estruturante do ordenamento desta região e um estímulo. Ou não. Tudo depende do modo como decidirmos participar neste debate e de como projectarmos o futuro.
Não sabemos qual o trajecto previsto. No entanto, as características do terreno não devem deixar grandes alternativas ao máximo aproveitamento do vale, evitando os custos da construção nas serras circundantes. Também não é aceitável que um comboio que terá como principal objectivo o transporte de mercadorias e que se prevê circular a velocidades superiores a duzentos quilómetros por hora, reedite as velhas paragens em cada sede de concelho. Ora, tudo isto constitui um enorme desafio para a região que só pode ser vencido. Caso contrário, arriscamo-nos a ficar com os prejuízos da obra (impacto ambiental), sem nada beneficiar com ela.
Lafões está, neste momento, totalmente dependente do transporte rodoviário. Mais precisamente, do transporte rodoviário individual, já que o colectivo está longe de oferecer qualidade e quantidade que nos faça pensar duas vezes antes de decidirmos usar o automóvel. O problema é que a evolução do preço do petróleo e o agravamento da situação ambiental, vão penalizar, a curto prazo, esse meio de transporte, o que se irá reflectir quer nos bolsos dos locais, quer nos daqueles que nos visitam.
Para que o comboio seja uma alternativa a tudo isto, é necessário que os preços praticados no transporte de passageiros sejam convidativos. É também necessário que sejam organizadas ligações de qualidade, entre a paragem mais próxima (provavelmente Viseu) e a região. Para isso, é preciso entrar desde já no debate e fazê-lo com espírito de equipa: os três concelhos de Lafões representam mais de quarenta mil cidadãos interessados no aproveitamento possível do comboio; representam, ainda, uma imensa região, riquíssima quanto a património natural e edificado, que muito pode beneficiar com o melhoramento. É essa a sua força, é essa a sua responsabilidade.
Não sabemos se a partir da nova linha será possível recuperar e aproveitar alguns troços da antiga para fins turísticos (bem gostaríamos que assim fosse). Mas temos a certeza de que um correcto aproveitamento do comboio será um enorme contributo para a defesa da “floresta, da água e dos homens” desta região e de todo o País, pondo a nu a irresponsabilidade dos que até agora o combateram ou ignoraram. Tal como os “putos correndo em alegre gritaria”, ele é o futuro. E nós queremos embarcar nessa "viagem".
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