quinta-feira, dezembro 27, 2007

Em 2007, a olhar para 2008

As cores próprias da época

Talvez seja preciso recuar oitenta anos, para encontrarmos um período tão negro para a História de Vouzela. Nessa altura, perdeu-se a comarca. Durante o ano de 2007, encerraram-se escolas, limitaram-se os serviços de saúde, sentimos a ameaça do encerramento do Tribunal. Para além disso, vimos a nossa Câmara na lista das mais endividadas, sem que tenham sido resolvidos alguns dos principais problemas do Concelho. Iniciou-se a absurda ampliação da Avenida João de Melo, e a variante de Cambarinho (que alguns classificam como a "obra do mandato") está pronta para arrancar, ignorando os argumentos dos que reclamavam a defesa dos melhores solos agrícolas- coisa pouca, comparativamente com o preço do alcatrão.

De facto, Vouzela não tem motivos para sentir saudades de 2007- “annus horribilis”. Temos consciência de que a perda de serviços, está directamente relacionada com a perda do nosso poder reivindicativo. A população diminui, ignora-se a necessidade de reconverter actividades económicas, não há oferta de emprego, vive-se mal, envelhecemos. A gestão do Concelho é feita com a mesma estreiteza de vistas com que se encurtam os passeios públicos e tapam monumentos com as decorações de Natal. Para além do "paradigma" do betão, não há ideias para Vouzela. Nem para Lafões!

No entanto, temos tudo para dar certo. Recursos paisagísticos e humanos, localização privilegiada, proximidade de um dos mais dinâmicos centros universitários do país. Como já alguém disse, só precisamos gostar um pouco mais de nós próprios, do que somos e temos e deixar de tentar construir uma realidade copiada. Vouzela é paisagem, é floresta é uma imensa riqueza cultural. É a partir daí que terá de conseguir melhorar as condições dos que nela vivem e de atrair os outros. Isso não chega para promover carreiras políticas? Problema das carreiras políticas.

Porque estamos em época de desejos, aí vão os nossos: que 2008 veja nascer uma maior vontade de participação dos vouzelenses na "coisa pública", para que, de uma vez por todas, seja a nossa vontade a impor os caminhos rumo ao futuro. É urgente dar voz a Vouzela.

3 comentários:

CP disse...

Que esse vosso desejo seja cumprido!

Somos de cada vez "mais poucos" e urge que rememos de cada vez "mais muito" para o mesmo lado.

Contem comigo. Viva 2008.

Victor Azevedo disse...

Assino por baixo este avisado apontamento e, velho "conterrâneo" (as aspas serão sempre obrigatórias, não obstante o meu apego à vossa região...)acho também que algo terá de ser urgentemente decidido e adoptado para inverter esta dolorosa caminhada que está a arrastar Vouzela, suas gentes, suas terras e sua região para um declive onde só tardiamente e muito dificilmente poderá reerguer-se.
Saudações Ribatejo/Beirãs!
Victor Azevedo

ana disse...

Que 2008 seja mesmo um ano melhor para Vouzela, bem preciso é.

Zé Bonito e companheiros, desejo-vos um excelente 2008.