sexta-feira, junho 03, 2011

Nem árvore, quanto mais floresta...

Na nossa região existe, apesar de tudo, uma variedade que urge preservar

Até podemos entender a coisa como uma metáfora, mas não queremos entrar por aí. A verdade é que, ganhe o PS ou o PSD, a floresta portuguesa só pode ter uma certeza: vai aumentar a mancha de eucalipto.

Se procurarmos no programa eleitoral do Partido Socialista, lá encontramos uma estranha associação entre "zonas de regadio" e "pasta de papel" (1): " apostar na floresta irrigada em zonas de regadio subaproveitadas, para a garantia do aumento da matéria-prima para a indústria da madeira e da pasta de papel"- alínea b) do ponto 5. Mas, como de costume, o Partido Social Democrata (ponto 2- "Pilar Económico-Financeiro") não quer ficar atrás e destaca a "dinamização do cluster da pasta de papel (...)". Por aí se fica, mais uma referência aos biocombustíveis. Está visto que por cá continuaremos a ver a selvajaria do eucalipto a dominar os espaços, enquanto, ciclicamente, se vertem lágrimas pela desgraça dos fogos e a destruição dos recursos hídricos.

Quanto às outras espécies, aquelas que interessa proteger, mas que há muito sabemos serem ignoradas, nem uma palavra. Convém que se saiba que, no concelho de Vouzela, só estão protegidas a área da Reserva de Cambarinho, a mata da Senhora do Castelo e a magnólia da Quinta da Capela em Campia (consultar aqui). O resto, depende do conhecimento e do bom senso dos proprietários.
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(1)- A este respeito aconselhamos a leitura deste texto de Henrique Pereira dos Santos.

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