De "purista" não tenho rigorosamente nada. Esta ideia de original nada tem, é até já uma teimosia de algumas pessoas de Vouzela de há já alguns anos, mas que não vingou e desconheço os motivos que levaram a isso. Talvez uma questão de "gosto" ( e defendo que os gostos se discutem, principalmente os desta índole) , por parte das pessoas que quiserem levar esta iniciativa a cabo. Se bem se lembram, aquando das "melhorias" da zona histórica de Vouzela (que até teve direito a gabinete de técnicos), consta que foram feitos estudos sobre tudo e coisa nenhuma. Pois algumas iniciativas estão a mostrar um mau trabalho executado por quem fez os "levantamentos" e orientações para as obras. Falo em concreto da Rua da Ponte e da Rua de S. Frei Gil. Não me interessam os inquéritos feitos aos residentes nesses locais, a quem os crachás da Câmara intimidaram, e não responderam o que efectivamente pensavam. Nas conversas que tinham comigo criticavam , considerando que o melhor, por todos os motivos, era deixar como estava. Parte desse projecto, e não tenho elementos concretos, não foi realizado, na sua totalidade. Uma cópia, pode servir de ideia, de inspiração, que deve ser amadurecida e adaptada ao local em causa. Posso gostar muito da forma como em qualquer sitio uma rotundo se encontra decorada, mas se a colocar na minha terra, pode simplesmente ficar horrível. Se não antes, é na chamada intervenção na zona histórica, que surge a ideia das floreiras às janelas. E sim, ainda me lembro da zona (já lá vão uns anos) ter essa mais valia.
Vouzela e os seus responsáveis esquecem, ao tomarem iniciativas, de as analisar convenientemente. A Zona Histórica de Vouzela é exactamente a própria Vila, desde o cemitério até à Fonte da Nogueira (de tantas boas lembranças), com incursões por outros pequenos lugares (não provados, mas que até se justificam). Mas em todo o seu restante nunca teve floreiras nas janelas (só por ex. Av. João de Melo, Rua Morais de Carvalho). Muita gente e com responsabilidades parece que perde a memória (recente) desta terra.
Sempre defendi o que é tradicional e revolto-me com o que nada tem a ver com esta terra, onde fui nada e criada, que tanto me diz desde a minha infância até aos dias de hoje. È com amargura e muita tristeza que a vejo mal tratada. Dá-me uma dôr de alma que muitos podem atestar.
É técnicamente dificil manter ao longo do ano as flores - que amo. E agora pasme-se . Vou aderir a esta iniciativa da Junta de Freguesia, como já aderi a outras.
A Junta tem procurado fazer o que pode. Têm o meu louvor. Mas não desisto de que procurem outros horizantes, mais concretos, de maior valia, mais incisivos. É bvio que podemos sempre falar de flores... E então se fôr no Corpo de Deus... Há que incentivar e promover, bem como as procissões da Semana Santa. Mas basta de fazer por fazer. Há que encontrar o equilibrio e distinguir de facto o tradicional a preservar e o novo que tenha pernas para andar.
Vou aderir,como já disse, vou-me esmerar.
(parece-me que estou a falar de algo que a Câmara vai promover...)
Vouzela, nós, temos todos os dias que encontrar formas de dar o "abanão" que tanta falta faz.