Linha do Vouga: Papéis de Valor (2)
Foi aqui mostrada em Setembro uma acção da Companhia Portuguêsa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro (empresa proprietária da Linha do Vale do Vouga de 1923 a 1946). Apresentamos agora uma obrigação de 90 escudos, relativa a um empréstimo obrigacionista de 3.072.870$00 de 1 de Dezembro de 1928.
Exemplo de um dos 40 "coupons" desta obrigação, dos quais ainda restam 26.
Podíamos aqui discutir porque é que o ilustrador do documento escolheu a segunda ponte mais bonita da Linha do Vouga, quando a escolha óbvia seria outra. Deixemos no entanto fluir a memória até ao passado e imaginemos aquela locomotiva que passa na Ponte do Poço de S. Tiago. Uma hora antes passara em Vouzela...
Azulejo na Estação de Aveiro
Ainda relativamente a esta companhia ferroviária, mostrámos no anterior post um Bilhete de Identidade (que conferia descontos) válido para os anos de 1932-1933-1934. Agora apresentamos dois passes. Como curiosidade refira-se que o proprietário dos passes não era, na época, uma pessoa qualquer. Era nem mais nem menos do que Louis Roger Montagné (1) na qualidade de administrador da linha da Beira Alta e com quem o Ministro das Obras Públicas de então, estabeleceu em 1942 um acordo para lhe adquirir um importante lote de acções da CP e Beira Alta.
Para terminar a apresentação destes documentos, fica a imagem de um "Título de 10 Obrigações da CP", empresa que se tornou proprietária da Linha do Vale do Vouga (e de todas as linhas nacionais), a partir do último dia de 1946.
(1) Louis Roger Montagné e Nicolas Escoriaza y Fabru (Visconde de Escoriaza) eram dois especuladores financeiros detentores de volumosas participações nos capitais sociais da CP e da Beira Alta. Os quantitativos de acções e obrigações que detinham davam-lhes assento nos conselhos de administração da CP para o primeiro e na Beira Alta para ambos.
in "Os «Comboios–bloco» (1941 – 1946)", Dr. Gilberto Gomes. Consultor da Área do Património Histórico. CP – Caminhos de Ferro Portugueses, EP
Seria a (nossa) Locomotiva a vapor E202? (... adquirida pelos Caminhos de Ferro do Estado em 1911 à firma alemã Henschel & Sohn, para as linhas de via estreita.)
Ainda relativamente a esta companhia ferroviária, mostrámos no anterior post um Bilhete de Identidade (que conferia descontos) válido para os anos de 1932-1933-1934. Agora apresentamos dois passes. Como curiosidade refira-se que o proprietário dos passes não era, na época, uma pessoa qualquer. Era nem mais nem menos do que Louis Roger Montagné (1) na qualidade de administrador da linha da Beira Alta e com quem o Ministro das Obras Públicas de então, estabeleceu em 1942 um acordo para lhe adquirir um importante lote de acções da CP e Beira Alta.
Para terminar a apresentação destes documentos, fica a imagem de um "Título de 10 Obrigações da CP", empresa que se tornou proprietária da Linha do Vale do Vouga (e de todas as linhas nacionais), a partir do último dia de 1946.
(Este título ainda possui dois "coupons")
(1) Louis Roger Montagné e Nicolas Escoriaza y Fabru (Visconde de Escoriaza) eram dois especuladores financeiros detentores de volumosas participações nos capitais sociais da CP e da Beira Alta. Os quantitativos de acções e obrigações que detinham davam-lhes assento nos conselhos de administração da CP para o primeiro e na Beira Alta para ambos.
in "Os «Comboios–bloco» (1941 – 1946)", Dr. Gilberto Gomes. Consultor da Área do Património Histórico. CP – Caminhos de Ferro Portugueses, EP
4 comentários:
atenção que a ligação bilhete de identidade não funciona...onde é que vocês arranjam tanto material?
Já tinha andado a "espreitar" antes da publicação e admirado o excelente trabalho. Só uma nota sobre a ponte: a do Poço de S.Tiago é lindíssima. Pena é que não se divulgue a antiga estrada do Vale do Vouga como rota turística.
Olá
Bom trabalho de recolha e de memórias!
Vi que têm muitas ligações a blogues e ONG ambientais. O meu BioTerra está em falta e quase pertinho de Vouzela:)
Saudações ambientais
João:
Já lá está.
Enviar um comentário