quarta-feira, julho 30, 2008

Todos somos cidadãos da Moita

Fotos retiradas de A defesa de Faro, onde chegámos a partir do Zero de conduta

Cá vamos nós, outra vez. Imagine 529 hectares de um Parque Natural, onde nem um tijolo se pode colocar. Imagine que apareciam investidores interessados em pagar 50 milhões de euros por tal coisa, envolvendo três empresas off-shore. Agora, imagine que o presidente da Câmara que superintende ao tal sítio, justificava os 50 milhões investidos, com a hipótese de poder “vir a surgir naquela zona um projecto PIN, que permita ultrapassar as actuais restrições à construção” (Público, 28 de Julho de 2008). Não precisa imaginar mais, porque a história é real, passa-se em pleno parque Natural da Ria Formosa e o presidente é o socialista José Apolinário.

Há pouco mais de um ano, começámos a acompanhar o processo de luta dos cidadãos da Várzea da Moita. Também aí, estavam em causa terrenos da Reserva Ecológica Nacional que, depois de adquiridos por uns tantos “beneméritos”, se tentou alterar de estatuto, passando a urbanos. Nada de novo, a não ser o modo como a população reagiu, encravando a engrenagem e obrigando a que o processo de revisão do seu PDM volte à "estaca zero" (ver actualizações a partir daqui).

Num país onde a fronteira que separa bens públicos de interesses privados, é da grossura do aparo da caneta que passa o cheque, o alerta das populações é a única medida eficaz . É a única forma de deixar claro, para qualquer “investidor”, que há limites para os que vêem o território como uma simples mercadoria.

Por isso, sentimo-nos cidadãos da Moita... ou de Faro, ou de qualquer outro lugar onde se defenda o nosso património colectivo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa noite

Enviei-lhe um e-mail para o endereço.

Tiago Pereira