sexta-feira, agosto 01, 2008

Quintas verticais


Parece que a ideia surgiu em 1999, na Universidade de Columbia, a partir de um projecto que procurava compreender a relação entre ambiente e saúde (ver aqui). Rapidamente obteve seguidores, quer nos Estados Unidos, quer na Europa, que avançaram mil e uma hipóteses para aumentar a produção local de alimentos frescos. Chamam-lhes “vertical farms”ou “living towers” e integram-se no movimento (já lhe podemos chamar assim) da agricultura urbana.

Não será, pois, por falta de criatividade que sucumbiremos aos problemas e seremos condenados a negociar no mercado negro um qualquer molho de grelos. Mesmo que as ideias nos pareçam mais próximas das nuvens do que bem assentes na terra, como as torres que se apresentam.

Mas, ao passarmos os olhos por estes projectos, ao lermos as preocupações dos seus autores, é impossível não recordar o “nosso” Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles e os seus alertas contra o desenvolvimento suicida das cidades que vamos tendo. Reconheça-se, aliás, a maior consistência das suas propostas, baseadas na relação dinâmica entre rural e urbano, apostando numa ruptura com os modelos dominantes de gestão do território. Talvez por isso, seja mais apelativo imaginar as floreiras cheias de brócolos, ou vaquinhas a pastar na cobertura.

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