Problemas de simetria
Ambiente agitado em Vouzela, na sequência das reacções aos estudos que propõem o encerramento de vários serviços. “Não passam de estudos”- diz o PS. “Quem cala consente”- responde o PSD. Pena foi que as duas principais forças políticas do Concelho tenham parado o debate, já que é isso mesmo que por aqui tem faltado. O problema não está em saber se o Governo vai ou não aplicar as propostas do polémico estudo. O problema está em avaliar a capacidade de Vouzela para o impedir e saber que alternativas propõe. O líder local do Partido Socialista, Adélio Fonseca, colocou o dedo na ferida quando criticou a falta de articulação entre as edilidades de Lafões e a necessidade de “adequar os meios disponíveis às funções que mais e melhor sirvam os vouzelenses”. Era aí que o debate devia ter começado, já agora com a participação de todos os restantes partidos, grupos de cidadãos, associações.
A parte irónica de toda esta história é que, a confirmar-se o encerramento do Tribunal, isso obedece às linhas orientadoras de uma “reforma da Justiça”, feita com o acordo dos dois maiores partidos. Os mesmos que devem responder, caso Vouzela revele não ter força (e ideias) para travar a medida. De facto, desde os anos 90 (quando se acentuou a recessão demográfica do Concelho), até aos nossos dias, PS e PSD têm o mesmo número de mandatos: dois para cada um. Seria interessante saber se, na hora de propor soluções, agora que as “vacas emagrecem”, podemos contar com algo mais do que as simples “composições simétricas” que têm caracterizado a sua acção à frente da autarquia.
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