sexta-feira, setembro 28, 2012

Helena Liz: 40 anos de pintura

 Sombra de meninos, 2009

Integrada nas comemorações dos 40 anos de carreira de Helena Liz, o Museu Municipal inaugura  no próximo dia 6 de Outubro, uma exposição de trabalhos da pintora.

Começou em Madrid pelos idos de 70, participou em inúmeras exposições, tem trabalhos em coleções das mais variadas entidades e nas mais diversas partes do mundo. Mas teve em Vouzela, estamos certos, alguma da matéria prima de afetos e de vida que acabou por refletir nas telas. Na sua fase mais recente, somos convidados a visitar sonhos e fantasmas de infância, determo-nos em quartos de brinquedos, imaginar casas de longos corredores e soalhos rangentes, recordar os medos e os desafios de cada sombra, de cada esquina. Disse, um dia"quem olha um quadro meu deve participar nele, deve acrescentar a sua própria história". Ora, nunca fomos de recusar uma boa história. No dia 6 de Outubro, ela será contada por quem o sabe fazer: o escritor João de Melo fará a apresentação da obra de Helena Liz.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Ponte do Pego


segunda-feira, setembro 17, 2012

Ponte do Caminho de Ferro

Portugal Turístico - 457.
Vousela - Ponte do Caminho de Ferro e vista parcial.
(nem Vouzela souberam escrever...)

Postal muito colorido que o scan da imagem não consegue transmitir. É mais um postal da nossa ponte (que por acaso não se encontra facilmente) e que nos dá uma boa perspetiva da ocupação da terra. A quantidade de imagens existentes permite-nos perceber como evoluiu a paisagem debaixo da ponte e os tipos de culturas que aí se produziram.


quarta-feira, setembro 12, 2012

Torre de Vilharigues: que tal testarem, já, a "reversibilidade" da coisa?

Onde se via isto...

... agora, vê-se isto!

Quando, em 2007, tomamos conhecimento do projeto de restauro da Torre de Vilharigues, elogiamos a opção pela "reversibilidade" da intervenção, mas manifestamos várias dúvidas, nomeadamente sobre o que se previa para o espaço envolvente pelo excesso de artificialidade que introduzia e pelo "corte" que provocava com o meio rural em que está integrada.

Imagem que acompanhava a divulgação do projeto

Interessa saber que estas construções, quer sob a forma de habitação, quer sob a forma de atalaia, tinham uma total relação com o meio onde se inseriam, fosse para marcar e controlar a propriedade sobre um território, fosse por motivos militares. Ora, é precisamente isto que se desvaloriza na intervenção em curso, encarando o monumento como entidade isolada. Claro que na segunda foto que apresentamos, devemos eliminar todos os vestígios de obra. O que não podemos eliminar (e temos pena) é aquele inútil acrescento na base que, longe de representar qualquer diálogo entre "o antigo e o moderno", como tem sido pomposamente anunciado (1), limita-se a ser um empecilho à apreciação e à compreensão da torre. A menos que se comece, desde já, a testar a tal "reversibilidade" anunciada.
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(1)- A este propósito seria importante que houvesse algum cuidado no uso dos conceitos, porque, quando falamos de arquitetura, a designação de "moderno" pode ser aplicada a vários movimentos, mas significa muito mais do que a mera utilização de vidro e ferro.

segunda-feira, setembro 10, 2012

quinta-feira, setembro 06, 2012

Eleições locais e "pelouros" de acordo com a reforma de D. João I (1391)

"As rivalidades internas existentes nas autarquias provocavam um desgaste acentuado nas estruturas do governo local. Formavam-se grupos de pressão que se digladiavam com maior ou menor violência. Ia-se ao ponto de se constituirem bandos que, com a cumplicidade de alguns fidalgos, lutavam entre si. As eleições para os cargos municipais originavam fraudes e contendas. Verificou-se com agudeza esta situação até ao ano de 1391, altura em que D. João I ordenou uma profunda reforma no sistema eleitoral.

Assim, em cada concelho eram designadas as pessoas com capacidade para gerirem os negócios municipais. O seu nome era lançado num papel, que por sua vez era introduzido numa bola de cera. As diversas bolas, que tinham a designação de pelouros, eram encerradas em uma arca, que apenas podia ser aberta com duas chaves. No dia das eleições abria-se a arca e tiravam-se os pelouros, os quais eram lançados dentro de um capuz negro. Extraídas as bolas, proclamavam-se à sorte o nome dos autarcas a quem pertencia governar no ano do seu mandato. A lei joanina de 12 de Junho de 1391, que passou a vigorar com algumas alterações posteriores, veio a ser conhecida com a designação de Ordenação dos Pelouros"- Humberto Baquero Moreno, Os Municípios Portugueses nos séculos XIII a XVI- Estudos de História, Lisboa, Editorial Presença, 1986, pág. 82.

segunda-feira, setembro 03, 2012

João "Rei"

Foto de Hermínio Dias. Coleção do Dr. António Liz Dias

No canto superior direito pode ler-se: "Tirada em 2-5-1949. 4º bandoleiro do (...) Telhado". Parte do apontamento está ilegível. Tudo começou aquando das filamgens do "Zé do Telhado", que, como já aqui dissemos, usou gentes e locais de Vouzela. Mas, a imagem que apresentamos deve estar relacionada com uma segunda passagem ao cinema da figura do lendário salteador, "A volta de José do Telhado", estreada em 14 de Setembro de 1949. Em ambas participou João "Rei", vendedor de peixe, que, segundo rezam as crónicas, agradou à equipa dirigida pelo realizador Armando do Carmo Miranda.
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PS: Já após a publicação deste "post", recebemos algumas informações adicionais do Augusto Ferreira que muito agradecemos. Na verdade, a profissão do João "Rei" era sapateiro (apesar da família estar ligada ao comércio de peixe) e a sua experiência cinematográfica deixou raízes de tal modo fortes, que a própria Beatriz Costa chegou a visitá-lo em Vouzela.