quarta-feira, setembro 12, 2012

Torre de Vilharigues: que tal testarem, já, a "reversibilidade" da coisa?

Onde se via isto...

... agora, vê-se isto!

Quando, em 2007, tomamos conhecimento do projeto de restauro da Torre de Vilharigues, elogiamos a opção pela "reversibilidade" da intervenção, mas manifestamos várias dúvidas, nomeadamente sobre o que se previa para o espaço envolvente pelo excesso de artificialidade que introduzia e pelo "corte" que provocava com o meio rural em que está integrada.

Imagem que acompanhava a divulgação do projeto

Interessa saber que estas construções, quer sob a forma de habitação, quer sob a forma de atalaia, tinham uma total relação com o meio onde se inseriam, fosse para marcar e controlar a propriedade sobre um território, fosse por motivos militares. Ora, é precisamente isto que se desvaloriza na intervenção em curso, encarando o monumento como entidade isolada. Claro que na segunda foto que apresentamos, devemos eliminar todos os vestígios de obra. O que não podemos eliminar (e temos pena) é aquele inútil acrescento na base que, longe de representar qualquer diálogo entre "o antigo e o moderno", como tem sido pomposamente anunciado (1), limita-se a ser um empecilho à apreciação e à compreensão da torre. A menos que se comece, desde já, a testar a tal "reversibilidade" anunciada.
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(1)- A este propósito seria importante que houvesse algum cuidado no uso dos conceitos, porque, quando falamos de arquitetura, a designação de "moderno" pode ser aplicada a vários movimentos, mas significa muito mais do que a mera utilização de vidro e ferro.

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