segunda-feira, novembro 28, 2011
quarta-feira, novembro 23, 2011
Cinquentenário do Caminho de Ferro do Vale do Vouga
Faz hoje 103 anos que foi inaugurada a Linha do Vale do Vouga pelo Rei D. Manuel II. O comboio percorreu com pompa e circunstância o troço entre Espinho e Oliveira de Azeméis.
Cinquenta anos depois, a Gazeta dos Caminhos de Ferro editou um número especial da revista, inteiramente dedicado ao cinquentenário.
Entre tantos artigos sobre cada um dos concelhos servidos pelo comboio, coube a Hermínio Augusto Dias, Presidente da Câmara de Vouzela nos anos 50, escrever sobre a nossa terra.
Hermínio Dias foi membro da Comissão Organizadora das comemoração dos 50 anos da Linha do Vale do Vouga, tendo inclusivamente feito parte da Comissão de Honra. Dada a importância que o comboio teve para a região, tal data não poderia passar despercebida.
Ficam aqui as reproduções com memórias de Vouzela no início do Século XX, inimagináveis e esquecidas nos tempos de hoje.
Como curiosidade, lembramos que há 103 anos atrás, o almoço comemorativo da inauguração da linha foi no edifício da assembleia de Espinho. Foi oferecido pela Compagnie Française pour la Construction et L'Exploitation de Chemins de Fer a L'Etranger e organizado pelo Visconde de Assentiz. A ementa desse almoço com a presença do Rei D. Manuel II e uma vasta comitiva de convidados foi a seguinte:
Menu:
- Consomé a la Royale
- Patés de foie-gras a la Périgord
- Coeur de filet a la gastronome
- Chaud-froid de perdreaux a la diplomate
- Pintades rôties au cresson
- Salade russe
Entremets:
- Glace a la crême, aux noisetes pratinées
Dessert:
- Gelée au marasquin
- Charlotte russe au café
- Fruits et bonbons divers
- Patisserie
Vins:
- Collares, Aguieira, Madère, Porto, Moêt et Chandon, Anadia Café
Cinquenta anos depois, o almoço comemorativo teve uma ementa bem mais "portuguesa" e regional:
Se bem que a comemoração dos 100 anos da Linha do Vale do Vouga (em 2008) foi praticamente esquecida em Vouzela, talvez pelo facto de o comboio já cá não passar, para memória futura, teria todo o interesse não esquecermos que se aproxima a data dos 100 anos em que o comboio apitou pela primeira vez na estação. Já não temos comboio mas "quem não recorda o passado, está condenado a repeti-lo (Jorge Santayana)".
Sim. Eu sei. É só em Novembro de 2013. Mas todos sabemos como são estas coisas. Deixamos para a última e depois...
Que vai ser o almoço?
Publicada por CP à(s) 00:01 2 comentários
segunda-feira, novembro 21, 2011
sexta-feira, novembro 18, 2011
Novas oportunidades... para quem as apanhar
Publicada por Trinta e três à(s) 00:01 0 comentários
quarta-feira, novembro 16, 2011
Cooperativa Agrícola de Lafões
Os aniversários existem para serem lembrados e comemorados. Faz hoje exactamente 62 anos que foi atribuído à Cooperativa Agrícola de Lafões o seu Alvará.
Publicada por CP à(s) 00:01 1 comentários
segunda-feira, novembro 14, 2011
Vouzela - Marcofilia
Primeira e segunda reformas postais
O tipo de carimbos criados para inutilizar os selos postais consistia num carimbo de metal com a forma circular ou oval de barras estreitas, mais largas ou de pontos, sendo no seu interior colocado o número correspondente à estação postal expeditora - 209 estações na primeira reforma e 220 na segunda reforma.
A Vouzella foi atribuído o número 135.
Embora o carimbo não tenha sido batido na perfeição, a raridade de tal peça vale bem a sua apresentação.
Terceira reforma postal
Com a criação da terceira reforma postal foram introduzidas centenas de estações postais, de modo que se tornou inviável criar números para cada uma delas. Assim foi autorizada a criação de um carimbo por cada estação postal. Não tendo havido qualquer imposição de design por parte da administração central, estes carimbos dependiam unicamente da "arte" do seu criador.
Em Vouzella foram utilizados dois carimbos diferentes.
Publicada por CP à(s) 00:01 2 comentários
sábado, novembro 12, 2011
Percorrendo os caminhos do inferno sem ficar chamuscado
Decorria o debate sobre o orçamento quando, a páginas tantas, o ministro das finanças "despachou" dúvidas levantadas sobre as consequências do aumento do IVA para a restauração para 23%, com a seca afirmação de que o sector "não está abrangido pela necessidade de incentivar e favorecer as exportações". Ponto final. Estranha ligeireza de quem se mostra sempre tão preocupado em fazer passar uma imagem de rigor, contrastando, até, com a preocupação demonstrada e o tempo gasto para refutar a acusação de que tinha citado mal Keynes. No entanto, foi também um sinal e, para nós, um alerta: o turismo que vai merecer os favores deste governo é o que esteja orientado para os estratos sociais com mais poder económico, sobretudo o que se dirija ao mercado externo. O resto, ficará limitado pelo aumento dos custos vários e das dificuldades provocadas pelo desemprego e pela redução de salários. É este o caminho do inferno que, para já, seremos obrigados a percorrer. Tentemos não ficar chamuscados...
Neste contexto, não só é de louvar a "rede" criada por vários agentes económicos no âmbito do projeto "Viajando por Besanas", como devemos refletir no modo de a alargar. Sempre defendemos que esse seria o caminho. As opções do atual governo tornam-no inevitável.
Todos os estudos mostram que há mercado para Vouzela (Lafões), mas não o há em Vouzela. Colocar a região nas rotas turísticas é uma prioridade. Mas é cá dentro que temos que começar por melhorar as estratégias de divulgação. A história do turismo de Vouzela prova que a atividade sempre beneficiou com o sucesso conseguido pelos outros concelhos. De facto, quanto mais rico for o pacote de ofertas que consiga justificar a procura da região, mais potenciais clientes pode ter cada uma das atividades. Quanto mais gente vier procurar as termas ou os pasteis, maior será a frequência possível de restaurantes, papelarias, etc. Quanto mais gente se convencer a passar entre nós períodos de média, longa duração, maior será a procura da construção e de tudo o resto. Então, se cada um tem muito a lucrar com o sucesso dos outros, é evidente que terá todo o interesse em ser o seu maior divulgador, agitando em cada oportunidade, o que o turista só aqui pode encontrar.
Mas, cuidado. O produto que já provou ter procura, é o que de mais específico a região tem: o seu património natural e edificado; os seus usos e costumes; a sua gastronomia... Mais: qualquer profissional do setor explica que se procura "viver", experimentar tudo isso e não apenas tirar fotografias ou colecionar postais do que fomos. Deixemo-nos, então, de intervenções desenecessárias que adulterem a riqueza que temos. Deixemo-nos de blocos de apartamentos de "quatro andares", de "construções em banda" (1), de loteamentos acanhados, da ocupação desnecessária do espaço. Se não o fizermos é mais do que certo que acabaremos queimados pelas chamas do inferno que se avizinha.
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(1)- Da proposta de alteração do PDM de Vouzela
Publicada por Zé Bonito à(s) 12:23 0 comentários