Agora, chegado o fim do Verão, falemos de praias fluviais
"- Por favor, pode dizer-nos onde é a praia fluvial?
- Aquela coisa que construíram? É logo ali. Mas olhem que não tem água..."
A avaliar pelo número de pessoas que se nos dirigiram a perguntar a localização das praias fluviais da região, há procura. Quem conhece as características do meio, sabe que há condições para oferecer qualidade. A "Mãe Natureza" foi pródiga por estas bandas, mas, quando o "homem" decide dar o seu toque... nem sempre as coisas correm bem.
O diálogo que citamos no início deste texto, é verdadeiro. Refere-se a uma das praias fluviais destas paragens, em local onde, nas épocas de Verão, é frequente o caudal do rio limitar-se a um modesto fio de água. Como alguém disse (ironicamente), a obra deve ter sido pensada no Inverno. Teria sido de elementar bom senso, pelo menos, ter a modéstia de perguntar aos habitantes locais. Mas, os "decoradorers de paisagens" nada perguntam. Sabem tudo. Têm os quatro cantos do mundo perfeitamente planeados nas ilustres cabeças. Dispensam conselhos. E pessoas.
Talvez por isso seja frequente encontrarmos informação deficiente, ou não encontrarmos informação alguma. Que interessa um letreiro a dizer que o espaço NÃO está classificado como praia fluvial, se o que se pretende é saber se podemos dar um mergulho? Admitindo que a maioria dos potenciais banhistas não está familiarizada com os critérios do Instituto da Água, que conclusões tira dessa informação? Provavelmente a que menos interessa que tire e que, em grande parte dos casos, não se justifica: que a água não tem qualidade.
O mesmo se pode dizer da total ausência de informação nas margens do Vouga. Afinal de contas, aquela água tem ou não tem qualidade? Se não tem, ou se por vezes não tem, há que dizê-lo sem hesitação, de modo visível e claro, nos locais onde se sabe poder haver maior acesso (a Foz, por exemplo). Desse modo, conquista-se a confiança de quem nos visita. O silêncio (ou a indiferença) por que se tem optado, transmite a ideia de que se está a esconder alguma coisa, a mentir. E quem mente uma vez...
Talvez por isso seja frequente encontrarmos informação deficiente, ou não encontrarmos informação alguma. Que interessa um letreiro a dizer que o espaço NÃO está classificado como praia fluvial, se o que se pretende é saber se podemos dar um mergulho? Admitindo que a maioria dos potenciais banhistas não está familiarizada com os critérios do Instituto da Água, que conclusões tira dessa informação? Provavelmente a que menos interessa que tire e que, em grande parte dos casos, não se justifica: que a água não tem qualidade.
O mesmo se pode dizer da total ausência de informação nas margens do Vouga. Afinal de contas, aquela água tem ou não tem qualidade? Se não tem, ou se por vezes não tem, há que dizê-lo sem hesitação, de modo visível e claro, nos locais onde se sabe poder haver maior acesso (a Foz, por exemplo). Desse modo, conquista-se a confiança de quem nos visita. O silêncio (ou a indiferença) por que se tem optado, transmite a ideia de que se está a esconder alguma coisa, a mentir. E quem mente uma vez...
Para o fim deixámos uma das joias da coroa. A praia do Vau, no rio Teixeira (São João da Serra, concelho de Oliveira de Frades) que já foi considerada uma das melhores da Europa. É a tal história dos favores da "Mãe Natureza". O problema são as mãos do homem... Até porque os títulos são mais fáceis de perder do que de conquistar. Ora, como "os olhos também comem" e avaliam, todas as estruturas de apoio necessitam maior reflexão e cuidado. Não é preciso gastar muito dinheiro. Basta garantir limpeza, manutenção dos espaços de maior risco (instalações sanitárias, por exemplo), ter cuidado na escolha dos materiais usados e, sobretudo, ter sempre presente os 10 princípios definidos pelo arquitecto Ribeiro Telles.
O uso das riquezas naturais para fins turísticos pode e deve ser um dos trunfos da região se privilegiar a qualidade. O mais difícil está feito: a beleza do meio. Basta, agora, que a intervenção do homem tenha noção de medida. Se quiser "fazer coisas", tem amplo campo de trabalho em tudo o que diz respeito à informação e divulgação (mapas de localização, folhetos informativos, iniciativas de certificação, etc). Quanto ao resto, cautela: "Um jardim e uma paisagem são fruto de concepções e projectos e nunca de arranjos ou decorações, pelo que a sua grande beleza resulta no que lhes é essencial na medida certa".
O uso das riquezas naturais para fins turísticos pode e deve ser um dos trunfos da região se privilegiar a qualidade. O mais difícil está feito: a beleza do meio. Basta, agora, que a intervenção do homem tenha noção de medida. Se quiser "fazer coisas", tem amplo campo de trabalho em tudo o que diz respeito à informação e divulgação (mapas de localização, folhetos informativos, iniciativas de certificação, etc). Quanto ao resto, cautela: "Um jardim e uma paisagem são fruto de concepções e projectos e nunca de arranjos ou decorações, pelo que a sua grande beleza resulta no que lhes é essencial na medida certa".
1 comentário:
lol...sei onde é a praia...lol
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