Guerra de audiências
Na agenda televisiva para hoje é só escolher: Benfica-Getafe na SIC pelas 20h30, Bolton-Sporting na TV1 pelas 20h00 e Grande Entrevista com a ministra da Educação na RTP1 pelas 21h00. Piscar de olho de Maria de Lurdes Rodrigues a Pinto da Costa (depois de ter recebido o apoio de Valentim Loureiro), ou falta de confiança da RTP no interesse do serviço? Cá para mim, está encontrada a nova equipa técnica do Futebol Clube do Porto.
Está bem, podem dizer que isto foge dos temas do Pastel de Vouzela, mas não podemos ser insensíveis às grandes questões nacionais. Que futuro terá Portugal na Europa ou, melhor dizendo, nas provas da UEFA?
3 comentários:
Como todos sabemos os pasteis de Vouzela têm um envolucro em massa folhada que alberga no seu interior o recheio de doce de ovos. No Pastel de Vouzela passa-se o mesmo, só que no seu interior o recheio é feito de opiniões, pelo que não acho que o assunto em análise esteja deslocado do contexto , até porque cada vez mais um sopro em Bruxelas transforma-se habitualmente num ciclone nas Vilas do nosso páis.
É de facto triste que 34 anos depois da “revolução” os sucessivos “governos” nunca tenham respondido às duas perguntas fundamentais para que um país (ou uma empresa ou uma familia) possam progredir e que são: o que queremos ser e para onde queremos ir.
Dos 3 F´s do antigamente apenas o fado está em queda, já que Fátima (recorde de receitas em 2007) e o Futebol (3 jornais e várias horas de rádio e televisão diariamente com elevados índices de audiências) estão em franco progresso.
Infelizmente a nível europeu, tanto o país real como o futebolísticos estão muito por baixo e à semelhança do que faz o Camacho penso que só haverá uma solução:
DEIXEM GOVERNAR O MANTORRAS!
VIVA A EDUCAÇÃO
Hoje, sábado dia 8 de Março de 2008, dia Mulher, curiosamente coincidiu com a manifestação dos Professores onde as mulheres são maioritárias, e com as declarações da Ministra da Educação (ministra, logo mulher), ou seja hoje foi na verdade o dia da Mulher, que se houve um criador, foi a coisa melhor que criou. Muito obrigado,
Temos dificuldade em saber o que se passa com os Professores e especialmente com as Professoras, não por desconhecimento das razões da sua luta mas , porque não entendemos a razão que levou a este estado de coisas.
Em primeiro lugar as criancinhas de hoje já não são as mesmas de ontem, e o mesmo acontece com os Professores, com o Ministério e sobretudo com os Pais.
E é nesta ultima vertente que, no nosso modesto entender está a origem de todo o problema, dada a sua ausência de todo o processo.
Segundo alguns analistas, “especialistas” no sector o problema está na opção de informação que hoje existe pelo acesso à Internet e que torna o ensino obsuleto face a estas novas tecnologias. O que eles não sabem ou que não dizem, é que a utilização da internet por jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos está directamente relacionada com jogos, conversas entre amigos (e desconhecidos) e até com sites pornográficos, ou seja, a utilização da internet não tem nada a ver com o ensino.
Quanto aos Professores sabemos que na sua maioria estão a exercer a profissão por falta de alternativas nas profissões a que os seus cursos dão acesso (biológos, engenheiros, sociologos), e os poucos que estão por “devoção à profissão” optam como procedimento o do funcionalismo publico que se resume a faltar o mais possível e trabalhar o menos possível. Finalmente e felizmente existem os que estão por opção própria, porque sempre quiseram ser Professores. Estes são vitimas do lascismo da maioria dos colegas (são todos avaliados pela mesma bitola) e da ausência de critérios de avaliação do ME, ou seja: um Professor/a que nunca falta, que tem turmas com um numero médio de presenças de alunos notável, com um óptimo desempenho pedagógico, pode ser penalizado pelo facto de ser exigente nas sua avaliações e dar negativas aos alunos que as merecem. Por outro lado estão dependentes da tendência de aprendizagem dos alunos (pessoalmente obtive 18´s a ciências e 9´s a humanidades), pois os alunos obviamente gostarão mais desta ou daquela área e consequentemente terão maior ou maior dificuldade na aprendizagem.
Sobre as políticas governamentais está tudo dito: os programas não correspondem às necessidades dos alunos, a colocação dos Professores está errada, os manuais são um negócio e a sua qualidade questionável, e sobretudo as políticas vão sendo alteradas sempre que se muda de governo. Aliás nunca percebi porque se chama Ministério da Educação ao que de deveria chamar Ministério da Formação e Connhecimento,
Mas são os Pais os principais responsáveis por este estado de coisas. Em primeiro lugar porque não têm condições para educar os seus filhos – pais que saem de casa por volta das 6.30 da manhã, deixam os filhos nos colégios por volta das 8.00, vão buscá-los enter as 18 e 19, depois de um dia de trabalho e das filas de trânsito, chegam a casa por volta das 20.30, dão-lhes banho, preparam o jantar , dão um jeito à casa e preparam o dia seguinte, que lhes podem dar aquilo que na realidade lhes faz falta: educação.
E isto é visível por exemplo aos fins de semana quando nos restaurantes vemos os pais e mães a ensinarem ao filhos como se comportarem à mesa, perturbando os que já não têm filhos ou os educaram, ou quando vão tirar satisfações com os Professores quando puseram os seus filhos na rua ou lhes deram más notas. E há que ter em conta que tirar satisfações pode querer dizer vias de facto, ou seja “porrada”.
Para quem quando era posto na rua quem levava era eu quando chegava a casa, a actual situação é difícil de entender. A Escola Forma não educa.
Mas o que é que isto tem a ver com Vouzela?
Tudo!
Porque em Vouzela (e noutras pequenas localidades) o ensino é participativo: as reuniões de Pais são concorridos e os problemas são tratados com frontalidade; as criancinhas fazem os trabalhos de casa e os Pais, porque não gastam 2.00 hs para chegar a casa têm mais tempo para participar na educação dos seus filhos. Por outro lado existem equipamentos culturais e desportivos acessíveis e gratuitos, que ocupam as crianças. Mas mesmo as das aldeias mais distantes têm o seus tempos ocupados.
Conheço casos em que com os seus 10 12 anos as crianças participaam em tarefas caseiras e agrícolas que longe de se poder considerar exploração de mão de obra os ocupaa e lhes proporciona uma visão da realidade da vida que as dos grandes centros desconhecem. Francamente não vejo qual seja a diferença em termos físicos entre dar de comer às galinhas ou coelhos, ou uma aula de ballet, ou mudar a fralda ao irmão mais novo e o game boy. Que seja feita uma estatística sobre o êxito profissional destas crianças e verão os resultados.
Se pensarmos que um casal de classe média alta ganha em Lisboa cerca de 5.000€/mês mas se pensarmos o que gasta em prestações do carro e da casa, seguros de carros e da casa, gasolina, manutenções, colégios, empregadas domésticas, vestuário etc., só podemos concluir que as políticas de desenvolvimento do interior estão totalmente erradas, pois por metade, este casal podia fazer exactamente a mesma coisa e sobretudo, disfrutar dos seus filhos e participar na sua educação.
TODOS PARA O INTERIOR RAPIDAMENTE E EM FORÇA!
Pelo que se viu hoje, este "desafio" consegue enchentes só comparáveis às de um Real Madrid.
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