sábado, dezembro 08, 2007

Copiar o problema, desperdiçar a solução

Doisneau

A semana que agora termina ficou marcada pela anedota da taxa sobre os sacos de plástico. Mas para além do ridículo momentâneo, tivemos uma demonstração da força dos princípios de quem nos governa, das linhas estruturantes da sua política ambiental e de como... o respeitinho é muito bonito. Parece que o protesto veio dos lados da Sonae, o que bastou para que o ministro metesse a viola no saco.

No entanto, o problema causado pelo o uso massivo dos sacos de plástico merece outra atenção. Estão em causa números impressionantes. Mas a dificuldade da sua substituição, está muito relacionada com a organização do comércio, típica das grandes superfícies. Ao acabar com a proximidade face ao consumidor, concentrando múltiplas áreas de oferta, reforçou a necessidade de um material que permitisse o transporte de grandes quantidades de mercadorias. As características daquilo a que chamamos “vida urbana”, fez o resto. O que impressiona é a tendência para se copiar o modelo em meios como o nosso, passando da solução para o problema.

3 comentários:

CP disse...

Nos Estados Unidos (tanto quanto nos é dado a conhecer pelos filmes) o que mais se utiliza são sacos de papel. Ambos os materiais são recicláveis, mas como nem tudo vai para a reciclagem (*), pelo menos o papel demora menos tempo a ser naturalmente "reciclado". Seria impossível habituarmo-nos a sacos de papel nos supermercados?

(*) Para aqueles que ainda não reciclam, a maior parte das vezes por comodismo ("ai eu não, que tenho que andar 300 m, mas se me puserem um ecoponto em frente da porta..."), lembrem-se das palavras sábias de um grande chefe índio: "Esta terra não é a que herdámos dos nossos pais, é a que pedimos emprestada aos nossos filhos"

Anónimo disse...

Sacos de papel só se forem de papel reciclado. Lembra-se dos antigos crtuchos de apepl grosso que se usavam em várias lojas?

Zé Bonito disse...

2 Kg de carne, 5 de batatas, 2 alfaces, 2 Kg de maçãs, 1 dúzia de cervejas, 3 garrafas de vinho, 2 litros de azeite, 1 embalagem de arroz, outra de açúcar, outra ainda de farinha, 2 embalagens de detergente para a roupa, outras tantas de detergente para a louça, 3 embalagens de sabonetes... Não há papel que resista!