Há bons ventos que sopram de Espanha
Benidorm nos anos 60 e na actualidade- um "filme" também nosso conhecido (imagem retirada do documento Estrategia para la Sostenibilidad de la Costa)
O tempo vai encarregar-se de mostrar que é muito mais o que nos aproxima dos nossos vizinhos espanhóis, do que aquilo que nos afasta. Mesmo na asneira. Por exemplo, lá como cá apostou-se num crescimento económico muito baseado no mercado interno, colocando a especulação imobiliária na vanguarda. Só que em ponto grande. De ambos os lados da fronteira, “litoral” é hoje sinónimo de caos, com impressionantes áreas de edificado inútil de que alguns lucraram, mas que vai precisar do contributo de todos para ser recuperado. Os nuestros hermanos já fizeram as contas.
Prevendo como consequência das alterações climáticas, a entrada das águas 15 metros terra dentro, o Ministério do Ambiente lá do sítio apresentou um documento intitulado “Estrategia para la Sostenibilidad de la Costa” (ver aqui), onde se define como terapia a devolução ao domínio público de vastas áreas hoje privadas. Lê-se na página 19 : “La gran apuesta de la estrategia es, no obstante, el establecimiento de nuevos modelos de desarrollo en la franja costera. Modelos que no estén basados en la ocupación urbanística de la franja costera sino, al contrario, que se apoyen y potencien el recurso 'naturalidad' del litoral y permitan, de este modo, conservar para futuras generaciones lo que nosotros hemos recibido de nuestros ancestros”.
Aliás, todo o documento defende que o desenvolvimento económco, longe de ser conseguido com a apropriação privada do território, só será possível, pelo contrário, com a defesa dos espaços naturais mantidos no domínio público. Os números das expropriações estão lá bem contados e o jornal “El País”, numa série de reportagens publicadas até ao princípio deste mês, identifica as demolições necessárias (ver aqui um exemplo).
Ora, sabendo nós que quando os nossos vizinhos tiverem os pés de molho, já precisamos andar com as calças arregaçadas até aos joelhos, perguntamos de que se está à espera. Sobretudo, de que se está à espera para assumir que a visão mercantil do território (solo) que nos tem dominado, não serve. Todo o território. Porque se pensamos estar, finalmente, resguardados do mal, na nossa condição de homens do interior, com a vantagem de termos que fazer menos quilómetros para estender a toalha ao sol, não nos esqueçamos das barbaridades que se têm cometido na gestão dos recursos hídricos que uma subida das águas do mar vai degradar ainda mais.
Há bons ventos que sopram de Espanha. Já que andamos armados em vanguarda das energias alternativas, seria bom que os aproveitássemos.
Prevendo como consequência das alterações climáticas, a entrada das águas 15 metros terra dentro, o Ministério do Ambiente lá do sítio apresentou um documento intitulado “Estrategia para la Sostenibilidad de la Costa” (ver aqui), onde se define como terapia a devolução ao domínio público de vastas áreas hoje privadas. Lê-se na página 19 : “La gran apuesta de la estrategia es, no obstante, el establecimiento de nuevos modelos de desarrollo en la franja costera. Modelos que no estén basados en la ocupación urbanística de la franja costera sino, al contrario, que se apoyen y potencien el recurso 'naturalidad' del litoral y permitan, de este modo, conservar para futuras generaciones lo que nosotros hemos recibido de nuestros ancestros”.
Aliás, todo o documento defende que o desenvolvimento económco, longe de ser conseguido com a apropriação privada do território, só será possível, pelo contrário, com a defesa dos espaços naturais mantidos no domínio público. Os números das expropriações estão lá bem contados e o jornal “El País”, numa série de reportagens publicadas até ao princípio deste mês, identifica as demolições necessárias (ver aqui um exemplo).
Ora, sabendo nós que quando os nossos vizinhos tiverem os pés de molho, já precisamos andar com as calças arregaçadas até aos joelhos, perguntamos de que se está à espera. Sobretudo, de que se está à espera para assumir que a visão mercantil do território (solo) que nos tem dominado, não serve. Todo o território. Porque se pensamos estar, finalmente, resguardados do mal, na nossa condição de homens do interior, com a vantagem de termos que fazer menos quilómetros para estender a toalha ao sol, não nos esqueçamos das barbaridades que se têm cometido na gestão dos recursos hídricos que uma subida das águas do mar vai degradar ainda mais.
Há bons ventos que sopram de Espanha. Já que andamos armados em vanguarda das energias alternativas, seria bom que os aproveitássemos.
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