quinta-feira, setembro 27, 2007

Os esqueletos do nosso armário

Quando, em 27 de Setembro de 1540, Inácio de Loiola fundou a Companhia de Jesus, tinha a seu lado Simão Rodrigues de Azevedo, natural de Vouzela. Não podíamos deixar de assinalar o facto. É verdade que, mais tarde, o nosso conterrâneo veio a borrar a pintura toda, denunciando Damião de Góis à "Santa" Inquisição por heterodoxia, mas no melhor pano cai a nódoa. Este é o esqueleto do nosso armário e não estamos aqui para enganar ninguém.

O Padre Simão Rodrigues nasceu em 1510, estudou em Paris como bolseiro de D. João III, tendo aí conhecido Inácio López de Loiola. Graduado mestre em artes em 1536, foi para Itália, onde conheceu Damião de Góis de quem foi colega. Participou em acções missionárias na Índia e fundou os colégios jesuítas de Lisboa, Coimbra e Évora. Grande percursor da alma lusa, dedicou-se à formação, não propriamente profissional, mas de missionários. Morreu em Lisboa, em 1579.

Dizem que tinha mau feitio. A verdade é que, não satisfeito com o resultado de uma primeira denúncia de Damião de Góis, feita em 1545, voltou à carga em em 1571, com o lamentável desfecho que se conhece. Ainda hoje não é fácil encontrar “jesuítas” nas pastelarias cá da terra e nem um beco foi baptizado com o nome do homem. Mas, se a teimosia e o desperdício da ampliação da Avenida João de Melo for avante, era um bom nome para lhe dar. Apropriado.

2 comentários:

ana disse...

Uma correcção, se me permitem: existe uma rua (sem saída) com o nome Padre Simão Rodrigues no Bairro da Senra.
Graças a este post fiquei a saber quem foi o senhor.

Zé Bonito disse...

Tinha que ser aí e pelos vistos foi bem escolhida...:)
Obrigado pela correcção.