Aquilino Ribeiro

Não tenho cataratas nos olhos, ainda que me hajam rodado sobre o cadáver quase dois carros de anos, mas os dias de hoje não os conheço. Ponho-me a cismar e não os conheço. E, quanto mais cismo, mais dou razão ao Miguelão da Cabeça da Ponte, que falava como livro aberto, o grande bruxo. Muitas vezes lhe ouvi dizer quando estava em boa lua, o que nem sempre assucedia:
- Tempos virão em que governarão as terras vãs e os filhos das barregãs".
- O Malhadinhas, 1992
Aquilino Ribeiro, beirão de gema (que frequentemente visitava em Calvos, Fataúnços, o seu amigo Professor Moreira de Figueiredo), entrou hoje para o Panteão Nacional. Muito provavelmente, a cerimónia ser-lhe-ia indiferente. Mas não a justiça do acto.
Sem comentários:
Enviar um comentário