terça-feira, abril 01, 2014

Lafões: unir sem fundir


Sabemos que Lafões já foi apenas um concelho, fará sentido voltar a sê-lo? A meu ver, talvez não. Mas de algo não haverá dúvidas: é que, definitivamente, Lafões deverá tornar-se numa região unida através de objetivos comuns e complementares. Lafões, como região, precisa de renascer, condição necessária para revitalizar marcas comuns, como a vitela e o vinho, que estão a definhar. Há um declínio de uma região formada por três concelhos que estão (e desde que me lembro, sempre estiveram) de costas voltadas uns para os outros. 

As pequenas "guerrinhas" têm de ser, de uma vez por todas, postas de parte. A região de Lafões precisa de se posicionar e ganhar importância no país, na europa, no mundo! As exigências atuais assim o ditam. Para tal é premente adotarem-se políticas comuns, de intermunicipalidade, de distribuição estratégica de infra-estruturas e serviços pelos três municípios,  até- porque não?- um programa de ordenamento e planeamento do território comum. Os três concelhos são muito semelhantes em variados aspetos. A paisagem é o que os une. Vamos de Oliveira para São Pedro, passando por Vouzela, e há uma continuidade harmoniosa da paisagem: os núcleos urbanos, redes de comunicação, usos do solo e até ao carácter biofísico e orográfico de todo o território partilham do mesmo espaço sem chocar uns com os outros. Há uma união na paisagem que precisa de ser reforçada com uma união mais pragmática e programática.
Já Alexandre Cancela d’Abreu e outros autores, numa obra em que definem as Unidades de Paisagem de Portugal Continental, definiu a região de Lafões como um território muito marcado e definido, de características muitos semelhantes entre os três concelhos que o compoem, e com grande valor paisagístico - devido à, ainda, pouca destruição da paisagem.

No entanto, penso que os municípios devem manter, cada um,  a sua independência. É certo que Lafões já foi concelho. Mas não fará sentido recuarmos no tempo. Mesmo que exista uma estratégia comum é necessário cada concelho, individualmente, fixar as suas metas, garantido uma posição marcada face aos vizinhos.

Já diz a canção, "Lafões é um Jardim....".  E não pode estar cada um, solitariamente, a cuidar do seu próprio canteiro. Há que construir um jardim comum! 

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