Boas Festas, boas novas
Foto de Paulo Mota, em Vouzela
Tendo em conta tudo o que temos vivido e a época que se aproxima, pensamos que as boas notícias são a melhor prenda que se pode dar aos vouzelenses e a todos os portugueses. Para os segundos ainda nada temos, mas para os primeiros decidimos partilhar algumas boas novas que nos "sopraram". A primeira, pode ser um importante passo para a preservação e valorização da nossa floresta, no que à defesa das espécies autóctones diz respeito. A segunda, a confirmar-se, vai acabar com uma das feridas que desde há muito fragilizam a imagem da vila de Vouzela.
Proprietários de terrenos incluídos em área protegida de gestão local podem ter benefícios
Foi uma das bandeiras da campanha eleitoral do atual presidente da Câmara, Rui Ladeira, apoiada por todas as listas concorrentes: Vouzela vai ter uma área protegida de gestão local que, de acordo com as palavras do proponente, "visa a promoção e a preservação do património natural aliada à criação de valor"(1).
Deixemo-nos de rodeios. Quando se fala da beleza da região, aquela que foi cantada ao longo de séculos, referimo-nos à diversidade das espécies (ainda) existente. Amorim Girão, no Guia de Portugal, descrevia-a do seguinte modo: “(...) a paisagem da região lafonense, de tão acentuada beleza policrómica (...) pode distingui-la das regiões vizinhas. Os seus campos de cultura, xadrezados pelos comoros de divisão da propriedade, onde a vinha se abraça às árvores de fruto, e emoldurados ainda pelas matas de pinheiros, carvalhos e castanheiros que revestem as maiores elevações do terreno, oferecem, com efeito, ao turista um espectáculo sem dúvida interessante: um pequeno retalho do Minho perdido em plena região montanhosa da Beira Central”. É isto que é procurado por quem nos visita; é isto que tem que servir de suporte a qualquer projeto turístico; é isto que nos pode permitir criar um calendário atrativo de ano inteiro: a tal variedade policromática, aliada aos traços mais característicos da orografia, do património edificado e, claro está, á riqueza humana das nossas gentes.
Mas, cuidado! Já na edição do Círculo de Leitores, Portugal Património (2007), descrevia-se assim o território entre Oliveira de Frades e Sever do Vouga: “O coberto vegetal, quer nas áreas baixas que se desenvolvem a oeste, quer nas faldas da serra, tem sido progressivamente tomado pela plantação extensiva de eucalipto, que se impõe na paisagem, tornando-a monótona". Pois é... A monotonia é a negação do turismo. Ora, o absurdo Decreto-Lei 96/2013 de 19 de Julho (pode ler, aqui, o texto integral) mais não faz do que regulamentar a ditadura do monótono. Daí a importância de iniciativas como a da área protegida que, se não o travam, pelo menos podem reduzir-lhe os estragos. Falta uma coisa: compensar, pelo serviço público prestado, os proprietários dos terrenos abrangidos, convencendo-os a não destruir carvalhais e soutos, recusando a facilidade imediatista da monocultura "eucalíptica". E a boa notícia é essa: pelo que nos confidenciaram, a Câmara Municipal de Vouzela estuda já benefícios a conceder a todos quantos venham a integrar a área protegida de gestão local.
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(1)- Gazeta da Beira, 12 dezembro 2013, pág. 17
É desta?
Não somos supersticiosos, mas até temos receio de nomear a segunda boa nova que temos para dar, tantas e tão longas foram as trapalhadas em que já esteve envolvida. Referimo-nos à... "Casa das Ameias". Garantiram-nos que, finalmente, tudo se encaminha para a resolução total do imbróglio. Será? Isso é que era uma rica prenda para o sapatinho dos vouzelenses! A propósito: feliz Natal.
Deixemo-nos de rodeios. Quando se fala da beleza da região, aquela que foi cantada ao longo de séculos, referimo-nos à diversidade das espécies (ainda) existente. Amorim Girão, no Guia de Portugal, descrevia-a do seguinte modo: “(...) a paisagem da região lafonense, de tão acentuada beleza policrómica (...) pode distingui-la das regiões vizinhas. Os seus campos de cultura, xadrezados pelos comoros de divisão da propriedade, onde a vinha se abraça às árvores de fruto, e emoldurados ainda pelas matas de pinheiros, carvalhos e castanheiros que revestem as maiores elevações do terreno, oferecem, com efeito, ao turista um espectáculo sem dúvida interessante: um pequeno retalho do Minho perdido em plena região montanhosa da Beira Central”. É isto que é procurado por quem nos visita; é isto que tem que servir de suporte a qualquer projeto turístico; é isto que nos pode permitir criar um calendário atrativo de ano inteiro: a tal variedade policromática, aliada aos traços mais característicos da orografia, do património edificado e, claro está, á riqueza humana das nossas gentes.
Mas, cuidado! Já na edição do Círculo de Leitores, Portugal Património (2007), descrevia-se assim o território entre Oliveira de Frades e Sever do Vouga: “O coberto vegetal, quer nas áreas baixas que se desenvolvem a oeste, quer nas faldas da serra, tem sido progressivamente tomado pela plantação extensiva de eucalipto, que se impõe na paisagem, tornando-a monótona". Pois é... A monotonia é a negação do turismo. Ora, o absurdo Decreto-Lei 96/2013 de 19 de Julho (pode ler, aqui, o texto integral) mais não faz do que regulamentar a ditadura do monótono. Daí a importância de iniciativas como a da área protegida que, se não o travam, pelo menos podem reduzir-lhe os estragos. Falta uma coisa: compensar, pelo serviço público prestado, os proprietários dos terrenos abrangidos, convencendo-os a não destruir carvalhais e soutos, recusando a facilidade imediatista da monocultura "eucalíptica". E a boa notícia é essa: pelo que nos confidenciaram, a Câmara Municipal de Vouzela estuda já benefícios a conceder a todos quantos venham a integrar a área protegida de gestão local.
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(1)- Gazeta da Beira, 12 dezembro 2013, pág. 17
É desta?
Não somos supersticiosos, mas até temos receio de nomear a segunda boa nova que temos para dar, tantas e tão longas foram as trapalhadas em que já esteve envolvida. Referimo-nos à... "Casa das Ameias". Garantiram-nos que, finalmente, tudo se encaminha para a resolução total do imbróglio. Será? Isso é que era uma rica prenda para o sapatinho dos vouzelenses! A propósito: feliz Natal.
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