A propósito de fogos-II
"Não gerir combustíveis apostando na eficiência do combate cria condições para o desastre. A opção de apostar tudo nos fogos nascentes e na chegada aos fogos o mais cedo possível é uma opção errada, não porque seja errado apagar os fogos o mais cedo possível, mas simplesmente porque é uma opção irrealista, como se vê nestes quatro dias. Os pequenos ruminantes, mesmo que fossem totalmente subsidiados pelo Estado como são os sapadores florestais e os gabinetes técnicos florestais (qual é o seu efeito real, santo Deus?) seriam incomparavelmente mais eficientes na gestão da única coisa que pode tornar estas situações geríveis: o material combustível"- Ambio
1 comentário:
Acabei de "desabafar" no Vouguinha2:
O Estado é quem manda em nós...
... não somos nós que mandamos no estado!"
Quando da calamidade que atingiu a Madeira, rotulei de miseráveis as acusações que algumas figuras da Ilha e do Continente, se apressaram a tecer às autoridades daquela Região Autónoma. Por precipitadas, produzidas quando as cheias ainda destruíam bens e pessoas, considerei-as de aproveitamento político, oportunismo populista.
Pelos mesmos princípios, não vou, por agora, brandir a espada contra bodes expiatórios, nem tecer considerações a propósito do fogo que, desde há quatro dias, vem destruindo um dos maiores pulmões das terras lafonenses.
Será a frio, no rescaldo do pesadelo que terão de ser discutidas as causas, os meios empenhados e os efeitos daquela catástrofe que cobriu de fumo e pesar o Concelho de São Pedro do Sul, aquela que muitos consideram ser a Sintra da Beira.
Mas não posso deixar de registar o genuíno desabafo de um popular, residente numa das aldeias em perigo, que defendeu das chamas a sua habitação e se lamentou para um canal televisivo:
- Eu limpei, como limpo todos os anos, o meu terreno à volta da casa. Mas o Estado não limpou a floresta que é sua propriedade, aqui em volta. O Estado é que manda em nós, não somos nós que mandamos no Estado!...
Apenas um pequeno comentário: O mal passa por aí: nós, o povo, não mandamos no Estado!
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