domingo, abril 18, 2010

Janelas e varandas floridas em Vouzela

De "purista" não tenho rigorosamente nada. Esta ideia de original nada tem, é até já uma teimosia de algumas pessoas de Vouzela de há já alguns anos, mas que não vingou e desconheço os motivos que levaram a isso. Talvez uma questão de "gosto" ( e defendo que os gostos se discutem, principalmente os desta índole) , por parte das pessoas que quiserem levar esta iniciativa a cabo. Se bem se lembram, aquando das "melhorias" da zona histórica de Vouzela (que até teve direito a gabinete de técnicos), consta que foram feitos estudos sobre tudo e coisa nenhuma. Pois algumas iniciativas estão a mostrar um mau trabalho executado por quem fez os "levantamentos" e orientações para as obras. Falo em concreto da Rua da Ponte e da Rua de S. Frei Gil. Não me interessam os inquéritos feitos aos residentes nesses locais, a quem os crachás da Câmara intimidaram, e não responderam o que efectivamente pensavam. Nas conversas que tinham comigo criticavam , considerando que o melhor, por todos os motivos, era deixar como estava. Parte desse projecto, e não tenho elementos concretos, não foi realizado, na sua totalidade. Uma cópia, pode servir de ideia, de inspiração, que deve ser amadurecida e adaptada ao local em causa. Posso gostar muito da forma como em qualquer sitio uma rotundo se encontra decorada, mas se a colocar na minha terra, pode simplesmente ficar horrível. Se não antes, é na chamada intervenção na zona histórica, que surge a ideia das floreiras às janelas. E sim, ainda me lembro da zona (já lá vão uns anos) ter essa mais valia.

Vouzela e os seus responsáveis esquecem, ao tomarem iniciativas, de as analisar convenientemente. A Zona Histórica de Vouzela é exactamente a própria Vila, desde o cemitério até à Fonte da Nogueira (de tantas boas lembranças), com incursões por outros pequenos lugares (não provados, mas que até se justificam). Mas em todo o seu restante nunca teve floreiras nas janelas (só por ex. Av. João de Melo, Rua Morais de Carvalho). Muita gente e com responsabilidades parece que perde a memória (recente) desta terra.


Sempre defendi o que é tradicional e revolto-me com o que nada tem a ver com esta terra, onde fui nada e criada, que tanto me diz desde a minha infância até aos dias de hoje. È com amargura e muita tristeza que a vejo mal tratada. Dá-me uma dôr de alma que muitos podem atestar.

É técnicamente dificil manter ao longo do ano as flores - que amo. E agora pasme-se . Vou aderir a esta iniciativa da Junta de Freguesia, como já aderi a outras.

A Junta tem procurado fazer o que pode. Têm o meu louvor. Mas não desisto de que procurem outros horizantes, mais concretos, de maior valia, mais incisivos. É bvio que podemos sempre falar de flores... E então se fôr no Corpo de Deus... Há que incentivar e promover, bem como as procissões da Semana Santa. Mas basta de fazer por fazer. Há que encontrar o equilibrio e distinguir de facto o tradicional a preservar e o novo que tenha pernas para andar.

Vou aderir,como já disse, vou-me esmerar.
(parece-me que estou a falar de algo que a Câmara vai promover...)

Vouzela, nós, temos todos os dias que encontrar formas de dar o "abanão" que tanta falta faz.

4 comentários:

Zé Bonito disse...

Se outro mérito não tiver, o simples facto de te ter levado a publicar este post já transformou num sucesso a iniciativa da Junta. Que sejas muito bem (re)aparecida e te sintas bem nesta casa que ajudaste a criar.

manuel vaca disse...

que bom ouvir as flores..
beijos

MR disse...

"É técnicamente dificil manter ao longo do ano as flores"... podem mudar as flores...os viveiros da câmara podem fornecer flores...não seria uma despesa muito grande.

Zé Bonito disse...

Por acaso já vi a concretização da ideia defendida pelo MR numa grande cidade. À volta das árvores existiam o que, à primeira vista, me pareceram canteiros de lindas flores coloridas. O que mais me espantou foi o ar viçoso que apresentavam, apesar da poluição dominante. Um dia, assisti à explicação do mistério: funcionários "camarários" substituíam os pequenos vasos em que estavam as flores, por outros. A cidade era Nova York, mais concretamente em Manhattan.