Vender gato por lebre
No "Fugas" do passado sábado, noticiava-se que o guia "Best in Travel", da revista Lonely Planet, refere Portugal como um dos dez melhores destinos turísticos para 2010, por se tratar de um país "comprometido com o desenvolvimento sustentável", onde os "carros de bois ainda marcam passo por ruas floridas".
Esta notícia sugere várias perguntas e a mais importante nem é saber que indemnização vai pedir o primeiro turista por publicidade enganosa. É saber o que justifica tamanha diferença entre o que se sabe vender no mercado do turismo e aquilo que se faz entre nós. O imaginativo autor daquela descrição, sabe o que tem procura. Sabe que existe mercado para ofertas de qualidade, construídas a partir de espaços abertos que apostem na diferença, assumindo o que têm de mais característico. Indiferentes a tudo isso, insistimos em privilegiar a unidade hoteleira à sua envolvente, em organizar "programas fechados", onde quase tudo se passa entre o piso das massagens e o do restaurante. Na verdade, insistimos em fazer o que qualquer outro faz, o que muitos outros fazem há mais tempo e melhor. Depois, esperamos que a imaginação de um qualquer publicitário consiga vender o que não somos, que é como quem diz, "gato por lebre".
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