Sobre o despovoamento do Interior
De vez em quando lá acontece: os blogues de referência, maioritariamente, de "corte urbano", lembram-se do Interior. Foi o que fez o recente "Simplex", pela pena de Sofia Loureiro dos Santos. O diagnóstico está bem feito (logo no primeiro parágrafo), mas a "terapêutica" é insuficiente. Em linhas gerais, propõe-se um repovoamento através de pessoas que, hoje, residem nas cidades, mas que optem por ares mais saudáveis e belas vistas, beneficiando das facilidades de comunicação existentes. Esquece-se, a Sofia, de alguns "pequenos" pormenores:
1º) Grande parte da paisagem de que tanto se gosta, resultou do modo como o homem moldou o meio e o aproveitou. As principais actividades que a criaram e que a podem manter, são precisamente aquelas que os governos têm ignorado, não encontrando "remédio" para situações de menor produtividade, mas com inegável importância social e ambiental: a agricultura e a pastorícia.
2º) Fazer uma "transfusão" de habitantes de centros urbanos para zonas do Interior (situação até certo ponto inevitável e que já se verifica nalguns casos), sem garantir a continuidade das actividades rurais, acabaria por transformar essas zonas em subúrbios que, na melhor das hipóteses, só conseguiriam manter o "verde" à custa de um ajardinamento intensivo.
3º) A situação do mundo rural deve servir de lição, não apenas pela desertificação que tem sentido, mas também pela enorme injustiça de que foi vítima uma população completamente abandonada, condenada a partir ou a morrer. Mais: a reconversão da agricultura para a produção de produtos de referência, de elevada qualidade, está seriamente comprometida pela dificuldade em conquistar público jovem, afastado pela desvalorização social do sector.
A respeito de tudo isto, é importante não perder a resposta de Henrique Pereira dos Santos ao texto do "Simplex" (ver caixa de comentários), concluída no seu blogue, "Ambio".
1º) Grande parte da paisagem de que tanto se gosta, resultou do modo como o homem moldou o meio e o aproveitou. As principais actividades que a criaram e que a podem manter, são precisamente aquelas que os governos têm ignorado, não encontrando "remédio" para situações de menor produtividade, mas com inegável importância social e ambiental: a agricultura e a pastorícia.
2º) Fazer uma "transfusão" de habitantes de centros urbanos para zonas do Interior (situação até certo ponto inevitável e que já se verifica nalguns casos), sem garantir a continuidade das actividades rurais, acabaria por transformar essas zonas em subúrbios que, na melhor das hipóteses, só conseguiriam manter o "verde" à custa de um ajardinamento intensivo.
3º) A situação do mundo rural deve servir de lição, não apenas pela desertificação que tem sentido, mas também pela enorme injustiça de que foi vítima uma população completamente abandonada, condenada a partir ou a morrer. Mais: a reconversão da agricultura para a produção de produtos de referência, de elevada qualidade, está seriamente comprometida pela dificuldade em conquistar público jovem, afastado pela desvalorização social do sector.
A respeito de tudo isto, é importante não perder a resposta de Henrique Pereira dos Santos ao texto do "Simplex" (ver caixa de comentários), concluída no seu blogue, "Ambio".
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