Pelos caminhos da Educação
A exemplo do que se passa um pouco por todo o país, as escolas de Vouzela suspenderam a aplicação do modelo de avaliação dos professores, "enquanto todas as limitações, arbitrariedades, incoerências e injustiças que enformam este modelo de avaliação não forem corrigidas". O mau ambiente existente entre esses profissionais e o respectivo ministério é, há muito, indisfarçável. Tal como aconteceu com o anterior ministro da Saúde, Correia de Campos, também a equipa da Dra. Maria de Lurdes falhou na comunicação, insistindo numa apreciação dos acontecimentos em que parece acreditar que lhe assiste a razão toda, enquanto o "resto do mundo" está errado.
É curioso recordar, agora, o espalhafato que se fez quando foram publicados os primeiros "rankings" das escolas. Assunto de primeira página, não houve "notável" que resistisse a opinar sobre as desventuras da educação pública em Portugal. depois percebeu-se a fragilidade de tudo aquilo e que, mais do que escolas de "primeira" e de "segunda", é o próprio País que assim se divide. O assunto deixou de interessar...
Esta tendência para mistificar tudo o que diz respeito à Educação, tem caracterizado grande parte das medidas dos diversos governos. Encara-se a Escola como uma entidade isolada, com capacidade, por si só, para eliminar "heranças" familiares, condicionalismos sociais e, até, problemas de saúde. Nada disto é, por sua vez, avaliado ou sequer reconhecido, transmitindo-se a ideia de que o país é todo igual e que uma só receita dá para todas as situações- os governos evitam, assim, fornecer elementos que permitam uma mais rigorosa avaliação do seu trabalho.
O modelo de avaliação de professores que está em "fase experimental" é mais do que um exemplo do que acabamos de dizer- é um monumento à hipocrisia. Querem-nos convencer que, através da assistência a três aulas de professores, alguns com mais de vinte anos de docência, se vão descobrir todos os empecilhos que nos têm empurrado para a cauda da Europa. Para tornar a coisa ainda mais cínica, fez-se depender a classificação desses profissionais, da melhoria dos resultados dos alunos e do contributo de cada professor, isoladamente entendido, para a redução do abandono escolar. Os efeitos perversos são óbvios.
Tenha-se em conta que as escolas não foram previamente avaliadas, nem se fez qualquer estudo prévio de identificação das carências do meio. Por exemplo, a que serviços pode recorrer uma escola do Interior, para diagnosticar problemas de desenvolvimento ou outros problemas de saúde com implicações no rendimento escolar das suas crianças? Que hábitos de colaboração existem, entre escolas e outros serviços como, por exemplo, os da Segurança Social? Que canais de comunicação existem entre os diversos serviços? Que estratégias articuladas são possíveis, para ultrapassar eventuais influências de famílias desestruturadas? Nada disto parece preocupar os responsáveis pela Educação. Em contrapartida, tentam "vender" a ideia de que, com a assistência a três simples aulinhas, os "avaliadores" (professores que, muitas vezes, não têm grande diferença de experiência profissional em relação aos "avaliados") vão descobrir as causas de todos os males do mundo.
Esta tendência para mistificar tudo o que diz respeito à Educação, tem caracterizado grande parte das medidas dos diversos governos. Encara-se a Escola como uma entidade isolada, com capacidade, por si só, para eliminar "heranças" familiares, condicionalismos sociais e, até, problemas de saúde. Nada disto é, por sua vez, avaliado ou sequer reconhecido, transmitindo-se a ideia de que o país é todo igual e que uma só receita dá para todas as situações- os governos evitam, assim, fornecer elementos que permitam uma mais rigorosa avaliação do seu trabalho.
O modelo de avaliação de professores que está em "fase experimental" é mais do que um exemplo do que acabamos de dizer- é um monumento à hipocrisia. Querem-nos convencer que, através da assistência a três aulas de professores, alguns com mais de vinte anos de docência, se vão descobrir todos os empecilhos que nos têm empurrado para a cauda da Europa. Para tornar a coisa ainda mais cínica, fez-se depender a classificação desses profissionais, da melhoria dos resultados dos alunos e do contributo de cada professor, isoladamente entendido, para a redução do abandono escolar. Os efeitos perversos são óbvios.
Tenha-se em conta que as escolas não foram previamente avaliadas, nem se fez qualquer estudo prévio de identificação das carências do meio. Por exemplo, a que serviços pode recorrer uma escola do Interior, para diagnosticar problemas de desenvolvimento ou outros problemas de saúde com implicações no rendimento escolar das suas crianças? Que hábitos de colaboração existem, entre escolas e outros serviços como, por exemplo, os da Segurança Social? Que canais de comunicação existem entre os diversos serviços? Que estratégias articuladas são possíveis, para ultrapassar eventuais influências de famílias desestruturadas? Nada disto parece preocupar os responsáveis pela Educação. Em contrapartida, tentam "vender" a ideia de que, com a assistência a três simples aulinhas, os "avaliadores" (professores que, muitas vezes, não têm grande diferença de experiência profissional em relação aos "avaliados") vão descobrir as causas de todos os males do mundo.
Já com o "sucesso administrativo" dos últimos exames do Ensino Básico, os actuais responsáveis pela Educação tinham mostrado que a mais não aspiram do que a "vendedores de ilusões". O problema é que são bem reais as necessidades do País, para estar a perder tempo com truques de ilusionismo e para desperdiçar as energias desses profissionais a quem o Ministério obriga a gastar mais tempo com as exigências das tais três aulinhas, do que com todas as outras. Por isso, ofereçam um "Magalhães" à senhora ministra e aos seus secretários, publiquem-lhes um louvor no "Diário da República", mandem-nos à vidinha e... vamos ao trabalho.
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