sexta-feira, agosto 08, 2008

Três épocas, uma festa

“E é assim que esta Terra, Terra de mil encantamentos, vos espera, entre as encostas feiticeiras de Vouga e Zela”- Do folheto das Festas de 1949.

Em 1949, agradecia-se às “gentis meninas” que, “dentro do recinto das festas”, ofereciam “um especial e perfumado chá ou café, delicioso caldo verde, reconfortantes sandwiches e bebidas, desde o inegualável verde, ao capitoso espumante”. As festas decorriam entre 30 de Julho e 1 de Agosto e prometia acordar cedo locais e visitantes, com uma salva de 21 tiros... às seis da manhã.

Nos anos 60, alargou-se o período festivo, mas moderou-se a morteirada que avançou para as oito horas. As festas abriam com uma gincana de “Bicicletas Motorizadas” e internacionalizaram-se, contando com a presença do Chorale Universitaire da Universidade de Nancy. Reflectindo os tempos que então começavam, a animação nocturna contava com o funcionamento de uma discoteca, na altura designada por boite. Era a Capucha. Nos jardins do Hotel Mira-Vouga, havia “grandioso baile” animado, entre outros, pelo conjunto Alafão de Vouzela.

Em 1972 tentou-se uma mudança na imagem das festas, a começar no prospecto de divulgação. Contava com a colaboração de dois professores que por cá passaram e cortava com a habitual descrição de símbolos e belezas locais. Georgete Horta desenhou a capa, enquanto o texto de apresentação, mais virado para a Vouzela real do que ideal, era assinado por Fernão de Magalhães Gonçalves que ainda há-de merecer maior destaque no espaço do Pastel de Vouzela. A rampa do Castelo já fazia parte do programa, organizada pela Secção de Motorismo do Aero Club de Viseu, e a exibição de ranchos folclóricos ganhava o estatuto de “Festival Luso-Espanhol”, com a presença do Grupo de Coros y Danzas de Madrid.

Três épocas diferentes, três “desenhos” diferentes das Festas do Castelo. Em comum, o fogo de artifício sempre a cargo de Manuel de Figueiredo e o amplo convívio que dominava o último dia das festas, com uma monumental merenda no Monte Castelo. Depois, o pretexto para encontros que, em épocas de grande emigração, adquiria (adquire) um significado especial.

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