Procurar a ponta da meada
Na hora de pôr as contas em dia e procurar a ponta da meada, socorremo-nos do que outros escreveram para registar alguns acontecimentos de que importa guardar memória. Apesar da nortada, ou talvez por isso mesmo, Agosto não deu descanso: há mesmo motivos para continuarmos preocupados.
Já no final do mês, o Público (20 de Agosto) destacava as “novas políticas” que, para supostamente ordenar o território, dão prioridade às cidades... ignorando tudo o resto. A este respeito, vale a pena ler o apontamento que, na altura, foi publicado por José Carlos Guinote no seu blogue “pedra do homem”. Registe-se, também, a afirmação do incrível João Ferrão, secretário de Estado do Ordenamento do Território: “O debate sobre o interior ainda é muito emotivo, o que tira lucidez sobre causas, soluções e importância relativa”. Ó ilustre secretário, “ainda é”? Para além do interior do Centro Cultural de Belém, ou do centro comercial Colombo, que outros “interiores” é que conhece? Garanto-lhe que, quando apenas restarem eucaliptos, tojos e terras a monte, poderá ter vossa excelência a calma necessária para reflectir, lucidamente, com os passarinhos, sobre o que podia ter feito e não fez, nem se faz há mais de trinta anos. Já não falta muito, acredite.
PIN, pam, pum
Os Projectos de Interesse Nacional aí estão a mostrar a sua verdadeira face. Num país que, durante anos, baseou o seu crescimento na construção civil e na especulação imobiliária, só quem entenda o desenvolvimento de forma integrada consegue fugir à tentação de abusar do território. Não é o caso de quem vai passando pelo governo. Desta vez foi o Parque Alqueva que envolve a Fundação da Casa de Bragança e o Dr. José Roquette que afirmava nada perceber de futebol, mas que sabe muito bem como jogar à defesa, sempre que avança com os cabedais. O problema é que as consequências deste tipo de ocupação do território, rapidamente se vai transformar numa autêntica política de terra queimada. Já que é do Alentejo que falamos, ainda mais queimada.
Quem manda
Já no final do mês, o Público (20 de Agosto) destacava as “novas políticas” que, para supostamente ordenar o território, dão prioridade às cidades... ignorando tudo o resto. A este respeito, vale a pena ler o apontamento que, na altura, foi publicado por José Carlos Guinote no seu blogue “pedra do homem”. Registe-se, também, a afirmação do incrível João Ferrão, secretário de Estado do Ordenamento do Território: “O debate sobre o interior ainda é muito emotivo, o que tira lucidez sobre causas, soluções e importância relativa”. Ó ilustre secretário, “ainda é”? Para além do interior do Centro Cultural de Belém, ou do centro comercial Colombo, que outros “interiores” é que conhece? Garanto-lhe que, quando apenas restarem eucaliptos, tojos e terras a monte, poderá ter vossa excelência a calma necessária para reflectir, lucidamente, com os passarinhos, sobre o que podia ter feito e não fez, nem se faz há mais de trinta anos. Já não falta muito, acredite.
PIN, pam, pum
Os Projectos de Interesse Nacional aí estão a mostrar a sua verdadeira face. Num país que, durante anos, baseou o seu crescimento na construção civil e na especulação imobiliária, só quem entenda o desenvolvimento de forma integrada consegue fugir à tentação de abusar do território. Não é o caso de quem vai passando pelo governo. Desta vez foi o Parque Alqueva que envolve a Fundação da Casa de Bragança e o Dr. José Roquette que afirmava nada perceber de futebol, mas que sabe muito bem como jogar à defesa, sempre que avança com os cabedais. O problema é que as consequências deste tipo de ocupação do território, rapidamente se vai transformar numa autêntica política de terra queimada. Já que é do Alentejo que falamos, ainda mais queimada.
Quem manda
Entretanto, o Tribunal Constitucional veio dar como provado aquilo de que, há anos, todos suspeitávamos: há uma enorme promiscuidade entre empresas privadas e partidos políticos. Sobretudo, empresas de construção e, claro, partidos que ocupem os corredores do poder. Todos. Por isso mesmo, o Partido Socialista moderou os comentários à tramóia que, desta vez, envolveu o PSD (ver, aqui, o texto de Nelson Peralta, publicado no blogue "A Ilusão da Visão"). Ocorrem-nos várias máximas da sabedoria popular sobre “telhados de vidro” e “mãos que nos dão de comer”, mas neste caso é preciso chamar os bois pelos nomes: eles bem sabem quem manda.
Desfile de máscaras acompanhado com pipocas
Entrando já em Setembro, regista-se o início de uma abordagem mais racional sobre a questão do milho transgénico ((duas semanas após o caso de Silves). Finalmente. O "Público", depois de ter sido veículo de propaganda dos ofendidos com o desrespeito pela propriedade, tenta emendar a mão e dá voz aos dois lados do problema (vejam-se as edições de 2 e 3 de Setembro). Também vale a pena ler o que Miguel Portas escreve no seu blogue, sobre a legislação que regulamenta o assunto. Mas, sobretudo, vale a pena ler, na página da Plataforma “Transgénicos fora!” (ver, "Cultivo comercial de milho transgénico em 2007"), o modo como o Ministério da Agricultura divulgou a lista de zonas cultivadas com milho transgénico (em Julho, muito antes da acção da “Verde Eufémia”). Repare-se que não há uma única indicação precisa sobre a localização dessas culturas. De quem ficou tão chocado com as caras tapadas dos invasores da propriedade, não podia vir melhor exemplo de coerência. Espera-se que o preocupado jornalista Mário Crespo, como compete a qualquer jornalista, continue em cima do acontecimento.
Desfile de máscaras acompanhado com pipocas
Entrando já em Setembro, regista-se o início de uma abordagem mais racional sobre a questão do milho transgénico ((duas semanas após o caso de Silves). Finalmente. O "Público", depois de ter sido veículo de propaganda dos ofendidos com o desrespeito pela propriedade, tenta emendar a mão e dá voz aos dois lados do problema (vejam-se as edições de 2 e 3 de Setembro). Também vale a pena ler o que Miguel Portas escreve no seu blogue, sobre a legislação que regulamenta o assunto. Mas, sobretudo, vale a pena ler, na página da Plataforma “Transgénicos fora!” (ver, "Cultivo comercial de milho transgénico em 2007"), o modo como o Ministério da Agricultura divulgou a lista de zonas cultivadas com milho transgénico (em Julho, muito antes da acção da “Verde Eufémia”). Repare-se que não há uma única indicação precisa sobre a localização dessas culturas. De quem ficou tão chocado com as caras tapadas dos invasores da propriedade, não podia vir melhor exemplo de coerência. Espera-se que o preocupado jornalista Mário Crespo, como compete a qualquer jornalista, continue em cima do acontecimento.
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