domingo, setembro 23, 2007

Haja respeito pelos Bombeiros Voluntários de Vouzela

É tempo de acabar com o triste espectáculo em que envolveram os Bombeiros Voluntários de Vouzela. Devido a um conflito com uma ex-funcionária (ver aqui e aqui), o tribunal de Trabalho de Viseu condenou a instituição a pagar uma indemnização de mais de 100 mil euros. Como forma de executar a medida, foi ordenada a penhora das verbas provenientes da autarquia e da Administração Regional de Saúde. Resultado: não só está em causa a operacionalidade dos bombeiros, como se vai ao ponto de anunciar o fim da instituição. Inadmissível!

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vouzela tem 122 anos de existência, com muitos serviços prestados ao concelho e constituindo, ainda hoje, a maior escola de cidadania para os seus jovens (talvez as "outras escolas" tivessem a ganhar numa maior colaboração...). Ao seu serviço, alguns deram a vida na defesa de pessoas e bens. Não se admite, pois, que se assista ao espectáculo público humilhante que se tem arrastado pela comunicação social.

Claro que Vouzela está a pagar o preço da apatia. A falta de estímulos à participação activa dos seus cidadãos nas mais diversas áreas, traduz-se agora na dificuldade em mobilizá-los. No entanto, é isso que urge fazer, já que a decisão do Tribunal, independentemente de outras medidas que venham a ser tomadas, tem que ser cumprida. Façam-se reuniões por freguesia, que cada vouzelense se torne sócio de acordo com as suas possibilidades e, sobretudo, que não se perca tempo com pormenores mesquinhos. As direcções substituem-se, as dúvidas esclarecem-se, mas a instituição continua.

Por uma vez, inverteram-se os termos: são os bombeiros que precisam de nós. Há que responder com prontidão. E, já agora, por que esperam os responsáveis autárquicos para tomarem a iniciativa da mobilização necessária? Isto sim, é serviço público.

1 comentário:

odeusdamaquina disse...

Haja mesmo respeito! É impensável todas estas decisões judiciais, incluindo o caso da menina que agora sai do colo dos pais afectivos, para o ausente e desconhecido biológico.
O que se anda a passar na cabeça destes doutos(?) senhores e senhoras? Será reflexo das mudanças da sociedade? Isto anda tudo doido (como dizia o outro), individualista, calculista, progressista? É o progresso, meu caro, é o progresso!