segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Baile de máscaras

1. Henrik Litske, membro da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (in “Público”, 18 de Fevereiro), pronunciando-se sobre os resultados de um estudo comparativo entre a qualidade de vida nos meios rurais e nos meios urbanos: “É o resultado mais surpreendente do estudo: as pessoas na Europa rural têm em média pior qualidade de vida do que aquelas que vivem nas áreas urbanas”. Surpreendente? Alguém tem andado a confundir agricultura com jardinagem...

2. Fernando Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros (Público, 19 de Fevereiro), sobre a capacidade da maior parte das construções em Portugal resistirem a sismos: “(...) não há uma garantia porque não há uma qualificação rigorosa dos técnicos que podem subscrever projectos. (...) Os técnicos não são sempre engenheiros e o ordenamento do território não é o nosso melhor domínio. Muitas construções foram feitas (...) em zonas onde não devia ter sido permitida a construção (...) Deixar construir naquelas condições é (da responsabilidade) das entidades públicas que aprovam”. É sempre reconfortante ouvir uma opinião autorizada garantir que... a casa vai mesmo cair-nos em cima!

3. Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em declarações televisivas, a propósito das trapalhadas na autarquia: "É preciso relativizar as coisas (...) Se todos os autarcas que são arguidos tivessem de suspender o mandato, de certeza que o país não estava a funcionar neste momento". A casa não só nos cai em cima, como ainda ficamos com a certeza de ser... “a bem da Nação”.

6 comentários:

Ondřej Sloup disse...

Hi,

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odeusdamaquina disse...

Que grande carnaval que vai por aqui! Viva o meio urbano com a poluição dos carros, a construcção desmedida, "mamarrachosa" e caótica. Viva o litoral a arder de dunas! Viva o interior a arder literalmente no verão! Qualidade de vida? Talvez na Damaia! ou na Cruz Quebrada! Ah! em Odivelas! Ou na Maia! ou Braga? ou...Viseu rotundamente enganada pel' Ruas?
A minha solidadriedade com Seia, Gouveia, Castelo de Vide, Marvão, Serpa, Mértola, Miranda do Douro! Tão pouca qualidade de vida!
Viva Lisboa e os seus Carmos na Mona! Vivam as casas que estão degradadas, inundadeas, húmidas, rachadas, ao fim de 3 anos! Vivam os nossos empreiteiros, que são tão pobrezinhos que nem conseguem ter dinheiro pra fazer casas de jeito! Bem haja ao Portugal dos Patudos, dos Pinto Calçudos, dos Entrudos, dos Sortudos, dos Cegos,Surdos e Mudos!
Abraço!
Há que abrir os olhos!!!!

odeusdamaquina disse...

Uma pergunta que não tem nada a ver. E as sessões de cinema no cine-teatro de Vouzela? Julgo que eram às quartas-feiras. Ainda assisti a um ou dois filmes. Acabaram? Faz falta aí aumentar as ofertas culturais! Estimular os jovens e os menos jovens para as artes, a cultura, a leitura, em suma, o enriquecimento pessoal.
Já pensei em fazer cursos de teatro, workshops, desenvolver aí algum trabalho, mas as portas são difíceis de se abrir.
Pode ser que saibam de algo, que possam dar alguma ideia aí pra vouzela. Se puder ajudar, gostaria, estou à disposição!
Abraços.

Trinta e três disse...

As sessões no cine-teatro estão à espera de melhores dias, de preferência financiados. Num concelho em acentuado envelhecimento, os jovens têm pouco peso eleitoral e talvez não tenham os hábitos associativos necessários para serem eles a organizar. Mas o que Vouzela já provou é estar receptiva a iniciativas culturais. Todas as que se realizaram, foram um sucesso.

ana disse...

A Comum trouxe interessantes realizações a Vouzela, desde que está parada que não se tem passado nada em termos culturais (é triste...). Oliveira de Frades e S. Pedro do Sul estão neste momento melhor, a esse nível.

Zé Bonito disse...

De facto, parece não haver uma tradição associativa em Vouzela, particularidade que tudo indica estar a agravar-se. Nem me estou a referir a iniciativas culturais (que raramente saiem da "asa" protectora institucional). refiro-me ao simples hábito de debater problemas que afectem a população. Veremos como vai ser enfrentado o problema do anunciado encerramento das urgências.