quinta-feira, dezembro 30, 2010

Uma despedida doce de um ano amargo




A História não reza bem assim, mas, por agora, não temos pretensões de rigor. Apenas um pouco de doçura na despedida de mais uma ano que nos trouxe alguns amargos de boca. Quanto ao resto, já sabemos: "só os eleitos o sabem fazer, poucos o sabem comer". Os nossos desejos de que, solidários, saibamos, em 2011, impor os patamares de qualidade que a região de Lafões bem merece.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

A Igreja Matriz - Restauro (I)


Planta da Igreja Matriz antes das obras de restauro


Discriminação dos Trabalhos (1)

I - Demolição das contruções que encobriam quase toda a fachada sul, e, lateralmente, a "Capela dos Almeidas".

II - Demolição dos muros que, ligados aos cunhais da capela-mor, afrontavam todo o corpo abdisal da Igreja, obra que permitiu, como era necessário, o alargamento do adro.

III - Regularização de todo o adro, assim ampliado, e construção de escadas de acesso à Igreja e à sacristia.

IV - Construção de um passeio de granito tosco, à volta da Igreja.

V - Demolição do coro, e do guarda-vento, ambos modernos e sem nenhum valor artístico que aconselhasse a sua conservação.

VI - Apeamento do arco triunfal, também de construção moderna, e sua reconstituição, na forma devida.

VII - Apeamento e reconstrução da "Capela dos Almeidas", incluindo a respectiva abóbada nervada.

VIII - Conclusão da cachorrada de granito, na mesma Capela, de acordo com os elementos existentes.

IX - Reconstrução da empena da fachada principal.

X - Apeamento e reconstrução total dos telhados, com nova armação e cobertura apropriada.

XI - Picagem de todos os rebocos interiores e exteriores, completada com a recomposição geral das paredes.

XII - Levantamento de todo o moderno pavimento de madeira da Igreja.

XIII - Construção de um novo pavimento, composto de lajes de granito, em toda a superfície da nave e da capela-mor.

XIV - Construção e assentamento de novas portas, de madeira de castanho.

XV - Construção e colocação de vidraças ornamentais, com armação de ferro e chumbo, tanto nas rosáceas como nas frestas.

XVI - Construção de um passadiço, lajeado de granito, entre a fachada principal da Igreja e o campanário.

Planta da Igreja Matriz depois das obras de restauro


(1) Boletim 56 da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais - Junho 1949

sábado, dezembro 25, 2010

Pormenores XXXIII



VOUZELA

Do Rio Zela à ponte do comboio...

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Um Natal... com memória

Vouzela com neve. Colecção particular de António Liz Dias, sem data.

Aprende-se muito quando mergulhamos nos arquivos do tempo e encontramos, passo a passo, a construção do que hoje temos e somos. Referências importantes, não só para compreender o que nos rodeia, mas também para tomarmos um banho de humildade, porque, ao contrário do que muitos insinuam, outros viveram momentos bem mais difíceis do que os nossos e fizeram muito mais do que nós. Tudo o que de melhor existe no concelho de Vouzela, foi conseguido pelo engenho, pela vontade e pelo espírito solidário dos vouzelenses. Os "poderes" vieram a reboque para passarem as inevitáveis "licenças" e pousarem para a fotografia. Aprende-se muito quando mergulhamos nos arquivos do tempo...

A propósito de arquivos: alguém sabe em que estado se encontra a biblioteca particular de Cristóvão Moreira de Figueiredo, um homem que, ali, na sua casa de Calvos, era visitado por Jaime Cortesão e Aquilino Ribeiro? Alguém sabe em que estado se encontra a doação feita por Egas Moniz à freguesia de Alcofra (de onde consta ter sido natural sua mãe)? Aí estão duas boas prendas que os "poderes" nos podiam oferecer este Natal. Se tiverem dificuldade em encontrar as coordenadas, escusam de criar uma qualquer "comissão"- nós ajudamos à borla. Estamos em tempo(s) de solidariedade. Um feliz Natal.

segunda-feira, dezembro 20, 2010

O número 6...Termas de SPSul

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domingo, dezembro 19, 2010

Afinal de contas...

“Em síntese, a Irlanda tem sido ortodoxa e responsável – garantindo todas as dívidas, adoptando uma austeridade selvagem para tentar pagar os custos dessas garantias e, claro, permanecendo no euro. A Islândia tem sido heterodoxa: controlos de capitais, desvalorização e muita reestruturação da dívida – notem a formulação adorável do FMI (...) sobre como 'a bancarrota privada levou a um declínio significativo da dívida externa'. Recuperação através da bancarrota. A sério. E esta: a heterodoxia está a funcionar melhor do que a ortododoxia.”- Paul Krugman, prémio Nobel da Economia, que se fartou de dizer que o euro, tal como foi criado, não tinha pernas para andar. Na altura chamaram-lhe nomes, mas agora já todos falam nisso. A partir dos "Ladrões de Biciletas".


sábado, dezembro 18, 2010

Pormenores XXXII



VOUZELA

Janela da casa linda mas ao abandono no final da Rua São Frei Gil

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Um conselho a propósito do concelho

Egon Schiele

"(...) o Governo vai lançar o debate, já no início do próximo ano, sobre a reorganização administrativa do país. José Junqueiro, o secretário de Estado da Administração Local, aponta as coordenadas do mapa. Mais de um terço dos actuais 308 municípios tem menos de 10 mil habitantes, e das actuais 4260 freguesias, metade tem menos de mil eleitores. "Será que é este o território que queremos ou podemos fazer melhor?'"- Público, 6 de Dezembro de 2010.

Quando, há algum tempo atrás, aqui perguntamos "E se acabassem com o nosso concelho?", recebemos curiosas reacções: houve quem garantisse que isso já está a acontecer, argumentando com as alterações nos diversos serviços; houve quem se indignasse com a mera hipótese, invocando razões históricas. Pela parte que nos toca, optamos por um caldinho de galinha que cai sempre bem antes dos abusos das Festas, acompanhado das costumeiras cautelas. Uma coisa é certa: quanto mais reflectirmos sobre o assunto menos nos arriscamos a surpresas, até porque já lá diz o Borda d'Água: Há que resguardar as plantas do gelo.

Certo, certinho é que alguma coisa vai mudar. O problema é saber como. José Junqueiro, agora secretário de Estado da Administração Local, defende a necessidade de termos "uma perspectiva integrada da reforma do território"- antes, quando ainda era deputado, andou para aí a defender influências pessoais e manobras de bastidores, como forma de afirmação das regiões. Há uns tempos, falava-se na falta de sentido de concelhos com menos de cinco mil habitantes- agora, subiu-se a fasquia para os dez mil. Moral da história: tudo se vai limitar ao que permita alguma poupança, com o menor número possível de mexidas no que à distribuição de cargos diga respeito. Quanto à tal "perspectiva integrada do território", continuará a ser, apenas, uma bonita imagem de propaganda.

Por isto mesmo, seria de todo o interesse que o tal "debate público" anunciado, tivesse grande participação, porque aquilo que venha a ser decidido vai interferir fortemente na vida de todos nós e, sobretudo, na maior ou menor capacidade para pressionarmos os destinos do espaço onde vivemos. Reparem que até faria algum sentido a criação de um concelho de Lafões. Não só já existiu, como integrava aquilo que Amorim Girão considerou um todo coerente nas suas diversas vertentes, com património natural e edificado comuns. O problema é que, ao longo dos anos, os "poderes" preferiram (e continuam a preferir) fomentar rivalidades e competições absurdas, não havendo um único exemplo significativo de planeamento conjunto. O resultado está à vista: cada um dos concelhos, por si só, não tem qualquer poder reivindicativo, estando dependente de amizades de conjuntura.

Mas há mais. Uma das medidas que já está a ser tomada (nomeadamente em Lisboa), é a fusão de freguesias. Como sempre, avança-se com o argumento da poupança, criando áreas maiores e de gestão mais complexa. Ora, salvo melhor opinião, a forma mais barata e democrática de gerir esses espaços, era reduzi-los ao ponto de permitir a intervenção directa dos cidadãos nas decisões estruturantes (que obras se consideram prioritárias de acordo com um determinado orçamento, por exemplo), reduzindo ao mínimo os aparelhos profissionais. Este pequeno exemplo nada tem de novo. Chama-se "Orçamento participativo", já é aplicado em vários locais, mereceu referências elogiosas de personalidades dos mais variados quadrantes políticos, mas, estranhamente, é sempre "esquecido" quando se fala em reformas do poder local.

Por tudo isto, a propósito de reorganizações administrativas e fusões de concelhos, apetece-nos citar o outro, com "s", cantado por Chico Buarque: "Ouça um bom conselho/ Que eu lhe dou de graça/ Inútil dormir que a dor não passa./ Espere sentado/ Ou você se cansa/ Está provado, quem espera nunca alcança".


segunda-feira, dezembro 13, 2010

Capela N Sra Dolorosa - Ribeiradio

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domingo, dezembro 12, 2010

Como foi que disse???

"A equipa liderada por Telmo Antunes considera ainda ofensiva a moção (dos "Vouzelenses"), por exigir que os dirigentes só participem em reuniões das quais resultem actas (...)"- Sobre um comunicado a Câmara Municipal de Vouzela, publicado na VFM.

Como é??? Então fazem-se reuniões sem actas??? O resto da história aqui, aqui, aqui

sábado, dezembro 11, 2010

Pormenores XXXI



VOUZELA

Casa linda mas ao abandono...

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Vale a pena experimentar...


Sabemos que esta coisa da "democracia electrónica" tem tido "muita parra e pouca uva". Muitas das funcionalidades disponíveis nas páginas das câmaras municipais são, apenas, "para inglês ver" e das complicações do "Simplex" todos conhecemos histórias de sobra. No entanto, os meios de comunicação a distância podem ser (se para isso houver vontade) preciosos auxiliares no contacto entre o cidadão e as instituições, pelo que continuamos a tentar...

No "Portal do Cidadão" está disponível o projecto "A Minha Rua", que permite a qualquer pessoa denunciar situações que necessitem de reparação. Os responsáveis comprometem-se a entrar em contacto com a entidade competente (câmaras, juntas de freguesia...) e informar logo que o problema esteja resolvido. Enfim, vale a pena experimentar... Algumas autarquias locais da região, já aderiram.

Entretanto, vá acompanhando o debate público para a alteração da "Lei dos Solos" (aqui). Já estão disponíveis alguns documentos interessantes, nomeadamente um estudo sobre o que se está a passar em Espanha. Não só não é inevitável o que temos, como, pelo contrário, é altamente suspeito que tão pouco tenha mudado em tanto tempo.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Foi uma vez, há quatro anos


Mapa turístico dos distrito de Viseu- anos 30 (?)
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Há quatro anos e até parece que foi ontem. Um grupo de pessoas, descontente com o rumo que as coisas levavam em Vouzela, decidiu tentar criar condições para que se reflectisse sobre o concelho e a região, apresentando alternativas àquelas que eram (e continuam a ser) as orientações dominantes. Assim nasceu o "Pastel de Vouzela". No dia 6 de Dezembro de 2006, o nosso Manel Vaca dava o mote do que por aí temos escrito, retirando as lições da "sabedoria das pedras", mas privilegiando, sempre, "os homens". Histórias de amor, enriquecidas pela chegada de novos amigos, mas também com a dor de os vermos partir. Alguma coisa mudou no "Pastel de Vouzela" ao longo destes quatro anos. Pouca mudou em Vouzela. Por isso, o descontentamento inicial mantém-se. Os nossos objectivos, também. O nosso sincero agradecimento a todos quantos nos têm acompanhado.
A equipa do Pastel de Vouzela

domingo, dezembro 05, 2010

A memória é uma arma...

Uma pequena parte da subida de preços dos combustíveis vai passar a financiar as auto-estradas sem portagens (Scut); (...).
Para pagar as Scut, o Governo vai aumentar em 2,5 cêntimos o preço por litro dos combustíveis - gasolina e gasóleo. O aumento será feito em cada um dos próximos três anos, à margem do aumento normal que acompanha a inflação e a oscilação do preço do petróleo- in Diário de Notícias de 27 de Maio de 2005

sábado, dezembro 04, 2010

Pormenores XXX



VOUZELA

Pormenor varanda e candeeiro de casa na Rua São Frei Gil

quinta-feira, dezembro 02, 2010

A propósito do Hotel Mira Vouga

"Clique" na imagem para ampliar.

Já mais do que uma vez publicámos imagens do antigo Hotel Mira Vouga (actuais instalações dos Maristas), tendo surgido algumas dúvidas sobre a data da sua inauguração. Foi isso mesmo que nos chamou a atenção, neste pequeno texto publicado no "Notícias de Vouzela" de 1 de Setembro de 1938, onde se realçava o facto de, "apenas com um mês de existência", o número de marcações da então Palace Pensão Mira Vouga, ter excedido as expectativas. As contas são fáceis de fazer. Quanto ao resto da descrição, já só podemos imaginar...