quinta-feira, agosto 14, 2008

Uma história triste

Maria Keil. Estação dos Restauradores

Era uma peça de Rosa Ramalho por que tinha particular estima. Um belo dia, deixei de a ver no local que lhe estava destinado, em minha casa. Perguntei por ela à jovem que nos ajudava nas tarefas domésticas que, espantada, me respondeu: “Aquela coisa? Partiu-se. Era tão feia que até me esqueci de dizer”. Pois, a partir de hoje, após ter lido a história que aqui vamos divulgar, estás perdoada, rapariga.

Não aconteceu em Vouzela, nem tem que ver com ambiente. Mas tem que ver com o modo como se protege o nosso património colectivo e com a competência de quem se arroga o direito de o fazer. É a história de alguém (Maria Keil) que um dia decidiu oferecer trabalhos seus para decorar algumas estações do Metro de Lisboa e que, por isso mesmo, por não ter cobrado um tostão, nem se ter refugiado em contratos, viu o seu trabalho vandalizado, com os responsáveis (do Metropolitano de Lisboa) a suspirar de alívio por não terem que a indemnizar. É a história- triste- de um país que elegeu o "pato-bravo" como seu paradigma e por aí se ficou. A ler no Cantigueiro, onde chegámos a partir do Arrastão. E com esta retomamos as nossas férias. Mais tristes.

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